segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Reflexo

O vermelho cercou o azul, intrometidamente...
Tingiu o olhar de tristeza,
Sabotou a represa.
... Gil transbordou!
A tarde enlutou...
O céu perdeu o ponto, inadvertidamente.

Sua dor era tão sincera...
Exterminá-la,
Esquartejá-la,
Quem me dera!
Ter de volta o sorriso,
No rosto do meu amigo...

Ele perdeu um dos seus pontos de referência,
Um espelho que se partiu,
Um reflexo que se cobriu...
Alguém fundamental na formação da sua essência.
O passado invadiu, violentamente, o presente,
Deixando-o, abatidamente, ausente...

Nunca o tinha vista assim.
Tive ímpetos de transferir seu sofrimento para mim.
Acho que ele já sofreu muito.
Gostaria de poder aliviar esse incômodo do seu mundo.
Fiquei profundamente abalado,
Por vê-lo assim tão apagado...

Ele tem uma sensibilidade tão especial,
Que ele mesmo, a totalidade, desconhece.
Razão pela qual, por vezes, ele se esquece...
É um homem sideral,
Um poeta,
Uma seta!

Quero vê-lo no alto,
Que é seu lugar:
No iluminado palco,
A gargalhar
Da mediocridade
Da atualidade!

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