domingo, 17 de janeiro de 2010
Recluso
Estou de volta ao meu ninho.
Desgastei-me por demais, por quase nada.
Preciso ficar um tempo sozinho,
Para ter a energia recuperada.
Para tanto, conto com os ingredientes principais do meu mundo:
A casa, a companhia e o carinho da filharada: meus bichos!
Eles, como ninguém, conseguem me recolocar nos trilhos,
Mesmo que eu esteja vindo de um desgosto profundo.
Tivemos apenas, um ameaço de temporada,
- Em meio a trovoadas -
Que já se deu por encerrada.
Os sonhos foram levados pela enxurrada.
Não houve prazer, muito menos diversão.
Apenas ansiedade e preocupação,
Seguidas de espanto e desolação...
Foi como se o calendário pulasse uma estação:
Justamente, a mais esperada, o verão!
Na virada do ano,
A alegria virou desengano.
Perda de capital investido,
Centenas de empregos perdidos...
Os turistas horrorizados,
Debandaram ensopados.
A população assistiu a tudo,
Sob a sombra de um sofrimento mudo.
Os cancelamentos de reserva multiplicaram-se.
Todas as fragilidades escancaram-se.
Ninguém sabe como vai ser
O próximo amanhecer.
Um astral estranho tomou conta da praia,
Com sua beleza vazia.
Dói muito vê-la assim...
Segui o seu conselho: voltei-me para mim.
Recluso, continuo escrevendo
O que vou percebendo.
Aguardo o próximo amanhecer,
Que há de ser pleno, como esse escurecer.
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