sábado, 13 de março de 2010
Batalha Épica
Ao abrir a janela um susto:
Cenário de fim do mundo.
No céu, um laranja atômico
Lutava para aparecer sobre um cinza atônito.
O vento furioso tentava aplacar a briga.
O dia indeciso, assustado, aguardava o final da intriga.
O laranja foi se intensificando
À medida que foi perdendo espaço,
Recolhendo seus braços.
Parecia que estava sufocando.
Não sei precisar o tempo que fiquei ali parado,
Completamente imobilizado,
Conscientemente hipnotizado!
Confortavelmente embasbacado...
Perdi a noção do meu corpo.
Era admiração o que se via em meu rosto.
Um espetáculo tão estrondoso,
Quanto silencioso.
A coreografia das energias,
Sob a natural sinfonia...
Absurdamente autêntico,
Esplêndido.
Sim, um pouco assustador,
Mas, terrivelmente, sedutor...
Impossível não se inspirar,
Não se alterar o respirar...
Uma força constrangedora,
Uma beleza avassaladora...
Depois de brava resistência,
De muita insistência,
O laranja cedeu,
Aquiesceu,
Transformou-se em cinza...
Sucumbiu por detrás da escura cortina.
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