domingo, 11 de abril de 2010
Desígnios
Penso que não adianta mesmo,
Chorar sobre o leite derramado,
O afeto, grotescamente, desperdiçado...
Nada alivia esse erro!
Não se repõe o carinho,
Com que se construiu o ninho.
Não se apagam as lembranças
Do tempo de bonança...
Onde dois eram um!
Onde havia um brilho inconfundível,
Inesquecível,
No olho de cada um,
Desafiando a razão,
Denunciando a paixão.
Mas, tudo passou!
A relação acabou!
Foi terrível ter que constatar,
Pior ainda, assimilar.
Entretanto, não sobrou outra opção,
Senão, pacientemente, aguardar
A longa recuperação do coração,
Que insistia, em tristeza, naufragar.
O chão se abriu.
O fantástico castelo ruiu.
Todas as referências despencaram,
As sagradas crenças se desacreditaram.
Nada sobrou,
De tudo que se plantou.
Só o horror
Da dor...
Entretanto, a vida:
Essa continuou...
Para a íngreme subida
Apontou,
Induziu
E convergiu!
Não deixando outra opção,
Para quem se entregou à emoção.
Logo nos primeiros passos
A existência, como num grande abraço
Fez aflorar a fome de conhecimento,
Do que, realmente, sustenta o firmamento.
Pingou gotas de sabedoria,
Para incrementar a melodia.
Indicou-me o atalho para a harmonia,
Através do exercício da insubstituível poesia.
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