quinta-feira, 27 de maio de 2010

Incompreensível



O ser humano tornou-se um emaranhado
Injustificado
De incoerências,
De adjacências...
Algo tão complexo,
Que perdeu o nexo.
Algo impraticável,
De tão, suicidamente, instável...
Chegando ao cúmulo,
De se tornar um absurdo,
Ser gentil e carinhoso,
Sem receber de volta,
Um comportamento perigoso...
... Beirando à revolta...

Como se o carinho fosse uma ofensa,
Algo embolorado da dispensa...
Assustadoramente desconcertante,
Desconfortavelmente arrepiante...
Algo perigosamente exótico,
Um descompasso estóico...
Uma ameaça à firmeza,
À retidão,
À configuração
Necessária para manter as certezas
Rotas,
Tolas...
Gastas,
Putrefatas!

Quando aceita a demonstração de afeto,
Fica buscando algo concreto,
Talvez, uma segunda intenção,
Pescada pela razão,
Quem sabe uma trama diabólica,
De alcance planetário,
- Que destrua nosso precioso relicário -
Elaborada por uma mente sórdida
Que não quer perder espaço
Para o embaraço,
De ter sido tocada,
Temporariamente desorientada,
Por aquele gesto,
Há tanto tempo banido do seu teto.

Somos os nossos monstros.
Julgamos, por nós mesmos...
Somos, irresponsavelmente, tolos.
Não assumimos nossos erros.
Vemos maldade em tudo.
Recusamo-nos a olhar para o fundo.
Estamos contaminados,
Pervertidamente, condicionados...
Trancamo-nos em nossos porões.
Somos os agentes executores,
De todos os nossos estertores.
Somos a seca dos nossos sertões.

Um comentário:

Anônimo disse...

Poeta, assim é o ser humano(?):


Tanta coisa...

Tantos...
Tantos Aviões,
Tantos Carros,
Tantas Máquinas,
Tantos Edifícios,
Tantas Torres,
Tantos Prédios,
Tanta Tecnologia,
Tanta Arrogância,
Tanto Orgulho,
Tanta Empáfia,
Tanta Grandeza
Tanta...
Tan...
Ta...
T...
...
..
.

Abraços.