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Eu sempre fui cheio de ídolos.
Mas, eu sempre soube
separar o que os ídolos
Pregavam em suas obras,
Desde que eu as
respeitasse de sobra...
De suas vidas
particulares,
Seus pessoais altares...
Obviamente, eu sempre me
guiava,
Sempre me orientava,
Pelos discursos no
palco.
Nunca me interessei pela
privada deles.
Sempre entendi eram só
deles.
Cada um que fizesse
O que quisesse,
Desde que arrasasse no
palco.
Lembro-me de ter que
brigar com alguns amigos,
Que chegavam me dizendo
que fulano fez isso,
Que beltrana fez aquilo.
E eu perguntava : e daí?
Aguardava o próximo
trabalho,
Para ver se tinha havido
alguma influência negativa,
Alguma decaída, alguma
escorregada,
Devido ao fato relatado.
Se o trabalho
continuasse a me arrepiar,
Mantinha a pergunta: E
daí?
Bethânia, que sempre foi
meu ponto de referência,
Era massacrada na década
de setenta,
Por seu comportamento,
Por seu temperamento
Insuportavelmente
difícil,
Hostil,
Agressiva,
Intempestiva....
Até que virou a maior intérprete
da Nação
Mas, eu, em momento
algum troquei de mão.
"Estado de Poesia"
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Trabalho nº 3.775
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