sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Enquanto



 




Apenas dizer que os valores estão trocados,

Não resolve,

Nem absolve!

É preciso mudar de atitude,

Voltarmo-nos à altitude,

Com seus adornos encantados.

 

Enquanto continuarmos alimentando o fútil.

O inútil,

O vazio,

O sombrio,

Que a sociedade capitalista quer nos impingir,

Estaremos nos afastando do sorrir.

 

Também, já está provado

Que as mudanças têm que partir do individual.

Cada um reorganizando os itens de seu quadrado,

De acordo com o interesse celestial.

O ego precisa ser silenciado,

Se quisermos nos ver novamente apaziguados.

 

Comecemos por silenciar os pensamentos,

Os sentimentos

Que nutrimos a todo momento.

Precisamos nos disponibilizar ao firmamento,

Para recebermos ou nos lembrarmos dos detalhes

De nosso verdadeiro entalhe

E não, essa massa disforme e desumana,

Glorificada pela vida mundana,

Onde só se cultua a ilusão

De um prazer imediato,

Escandalosamente insensato,

Que ergue um enorme muro

Em nosso coração,

Sabotando o nosso futuro.

 

Ao prestigiarmos os péssimos exemplos,

Os falsos templos,

Pela mídia, fartamente nos oferecido,

Ao invés de nos debruçarmos sobre a arte,

Que, em algumas almas, ainda arde,

Estamos nos sentenciando ao pior,

Ao menor,

Ao envelhecido,

Aos falsos templos,

Ao, miseravelmente, menor!

 

Estou seguro que, enquanto a poesia

Não ocupar o seu lugar nessa sinfonia,

Estaremos reduzidos a um rascunho de nós mesmos,

Completamente aprisionados a um contexto,

Onde nos destruímos no final,

De forma brutal!

 

Enquanto cultivarmos a ideia de ser caro

Um livro de Poesia, por quarenta e cinco reais,

Estaremos perdendo as dádivas essenciais,

As experiências mais fenomenais,

As sensações fundamentais,

Geradas por um posicionamento mais delicado,

Mais, espiritualmente, engajado,

Deliciosamente enlevado.
 
 
 
"Qual o assunto que mais lhe interessa?"
 
 
 
 
 
 

Um comentário:

Ana Bailune disse...

Quem acha caro um livro por 45 reais, geralmente gasta mais que isso em coisas absurdamente fúteis.
Bom dia, e bom final de semana!