sábado, 31 de julho de 2010

Perfeição



Identifico-me de imediato com quem gosta de gostar!
Acontece uma espécie de instantâneo reconhecimento.
Acho que é o jeito peculiar de pulsar,
De lidar com o mais forte dos sentimentos.

O olho brilha de modo diferente.
Não é apenas carente...
Estende uma carinhosa ponte
Até a adorada fonte,
Num misto de admiração
E infrene paixão.

Fica mais suave, mais brando...
Um etéreo acalanto!
Exprime além da urgência,
A vontade da permanência...

Quem gosta realmente,
Tem alterada a mente,
Os conceitos,
Os trejeitos...
Fica bem mais tolerante,
Bem menos arrogante.

Dá mais atenção à delicadeza,
À tão mal cultivada gentileza.
Apresenta uma acessibilidade
Uma disponibilidade
Ao mais puro
Ao mais fundo...

A pele fica luminosa,
A presença radiosa...
Os gestos, harmoniosos!
Os sucos, caudalosos...

Quando vejo um par
Sei, perfeitamente, identificar
Se é ilusão
Ou uma correspondida emoção!

Mas, fico feliz mesmo,
Vibro em todos os meus centros,
Quando à minha frente,
O Amor surge transparente,
Com sua inconfundível melodia,
E sua perfeita poesia.



Presente de aniversário atrasado para o amigo e excelente poeta
Adilson - "di Adilson"

Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=oSXAMRJvUO8

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Para Corajosos!!!





É preciso muita coragem para acertar.
Muito mais fácil é errar.

Para optar pelo acerto,
É preciso certo esmero,
Muita tranquilidade
E total sinceridade.

Antes de tudo, se faz necessário definir,
Por onde se quer seguir.
O que se pretende atingir.
A que se deseja aderir.

Em certas ocasiões, surgirá a necessidade
De se desapegar,
De se desfazer,
De se desconstruir,
Para se desobstruir,
Para voltar a crescer,
Para se apaixonar...
Para se entregar à felicidade.

O novo pede o espaço,
Que está ocupado pelo cansaço...

Pela comodidade,
Pelo negrume
Do costume...
Pelos enganos
Do cotidiano,
Pela danação
Da acomodação...
Pela inconsistência
Da conveniência,
Pela banalidade...

Esse despejo
Requer maturidade no enredo.

A sociedade
Com seu putrefato estabelecido,
Não quer ver esvaziado seu ninho.
Prende seus membros com ferocidade.
Usa todos os artifícios,
Contra quem se rebela dos seus suplícios,
Das suas insanidades,
Das suas crueldades,
Disfarçadas de fatalidades...
Quando, no fundo, não passam de brutalidades.

Conseguir liberdade para o próprio pensar,
Requer toda a coragem possível,
Toda a sensibilidade disponível...
Não basta decolar,

É preciso Voar!


Presente para o meu corajoso amigo, excelente escritor/poeta
Antonio – mundialmente conhecido como “Ansilgus”

Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=sXmWAOIWg3w

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Pânico Angelical




Hoje você abusou!
Ficar me sorrindo
Bem ao meu lado...
No meio da rua!
Meu coração disparou!
A tarde caindo,
Eu, meio abobado,
Custando a crer,
No que estava a acontecer...
Magia pura!

Seu rosto bem mais que lindo,
Meu carinho infindo.
Essa atração pra lá de fatal:
Subcutânea,
Espontânea,
Visceral...
Prendeu-nos num hiato do tempo,
Onde o que importa é o sentimento,
Que desnorteia,
De tanto que serpenteia.

Dei um jeito de tocar sua cintura,
Por baixo da roupa,
Atitude insana e louca...
Ouviram-se as sirenes da represa!
Romperam-se todas as certezas.
Houve um princípio de tumulto na altura...
Pânico angelical,
Rubor sideral...
Delírios leves,
Diálogo de peles!

Ter você emudece os poetas.
Alinha todas as retas.
Feitiço de rede,
Água de sede...
A rigidez do meu desejo,
Tocando seu enredo,
Numa cadência
Beirando à inconsequência,
Torna-me insurgente.
Umedece o ambiente!


Vídeo sugerido:

http://www.youtube.com/watch?v=BZ7A6yRy3eA&feature=PlayList&p=F443F151EBEF4F17&index=0&playnext=1

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Outras Dimensões





Rebelar-me,
Absolveu-me!

Se eu tivesse ficado quieto,
Dentro dos absurdos preceitos do leste europeu,
Sob os quais fui achatado,
Nesse momento, estaria absolutamente desolado.
A revolta foi o melhor que me aconteceu.
É o que me permite, hoje, caminhar ereto.

O que sou, seja lá o que for,
É tão forte,
Que me posiciona de frente para o meu norte,
Por cima de toda e qualquer dor.
Sou mais que determinado.
Sou um afortunado.

A consciência de mim mesmo,
Ainda, muito longe de sua totalidade,
Banha-me em positividade,
Até mesmo nos momentos em que me sinto ermo...
Distante de mim,
Clamando pelo fim.

O que em mim habita,
Não cogita,
Nem regurgita.
Dita!
E me impele à palavra escrita.
Que é o que me habilita

A experimentar novos matizes,
Por sobre todas as cicatrizes.
A dedicar afeição
A cada pequenino grão,
A cantar alto a canção
Da minha redenção.

A escrever enlouquecidamente
Cotidianamente
Alguns, apenas alguns, versos,
Que me chegam de longínquos universos,
De outras dimensões
E arrebatadores sensações.

De onde venho, seja lá de onde for,
Tem perfume de flor,
Muita cor!
Inconfessável ardor...
Nenhum falso pudor
E irradia AMOR!


Vídeo sugerido:

http://www.youtube.com/watch?v=XUXwBQnyEZw&feature=PlayList&p=38C42765F25DDEAF&playnext=1&index=61

terça-feira, 27 de julho de 2010

Força e Coragem




E eu que me achava intenso...
O Erasmo? Ele é imenso!
Gigantesco!
Obviamente Quixotesco!
Tem a elegância de um cavalheiro.
Um elogio ao respeito!
Não é que ele seja exatamente esotérico...
Ele é estratosférico!

Também não é que ele seja lá tão impulsivo...
Ele é um vulcão ativo!
Lançando labaredas de luminosidade,
Generosamente,
Indiscriminadamente,
Por toda a humanidade...
Que muda,
Olha para cima e tenta calcular sua altura!

Não sei se seria apropriado afirmar
Que ele é um “Homem à frente do seu tempo”...
Esse cidadão já foi e voltou há muito tempo.
Está ali na frente, sorrindo, a nos esperar...
Como sempre irradiando vida,
De sua interna usina...
Emanando disposição,
Para abandonarmos o não!

Imagino que não seja fácil ser assim...
Esse turbilhão sem fim.
Esse levante da natureza,
Essa fúria de delicadeza...
Que de tão forte, é puro!
Ainda que corte, é seguro!
Figura nunca imaginada pela ousada ficção.
Ele é o produto de uma cósmica fricção!

Meu amigo, que o lugar lá de onde você vem,
Mantenha-o sempre além,
Para você continuar sendo um farol,
Iluminado pelo imaculado sol!
Força, coragem! É o que lhe desejo,
Para que você preserve o seu enredo,
Exatamente como é:
Um brado de fé!



Homenagem ao amigo/irmão/poeta/escritor
Erasmo Sahllkytton

Vídeo indicado:
http://www.youtube.com/watch?v=0Jm-5wHeRDU&feature=related

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Sua Canção




A vida é música.
Sinfonia única!

Os acordes precisam ser bem escolhidos,
Individualmente construídos.
Evite ao máximo os dissonantes.
Dê preferência aos apaziguantes.

É possível usar todos os ritmos,
Desde que se adequem aos signos
Do seu momento;
Os desenhos dos seus atuais sentimentos.

Impossível evitar os instantes dramáticos,
Inexplicavelmente atávicos,
Onde a melodia, inevitavelmente se intensifica
E a trama central, espontaneamente se densifica.

Mas, é preciso que sejam breves.
A existência prefere os de consistência mais leve,
Até para melhor se refletir
E impulsionar o, já bastante complicado, evoluir.

Selecionar bem o tipo de melodia
De acordo com a própria ardentia,
É mais que uma mera opção:
É obrigação!

Abusar da criatividade,
Para preservar a espontaneidade,
É o primoroso conselho,
Vindo do reflexo no espelho.

Existem inúmeras possibilidades de acompanhamento.
A escolha correta dos instrumentos,
É fundamental,
Para que a vida se torne excepcional.

O andamento
Deve seguir os internos batimentos:
A percussão,
De cada ilusão!

Ideal, também, é que seja absolutamente autoral,
Para ecoar no espaço sideral,
Impunemente,
Lindamente!

Os versos,
Além de serem confessos,
Precisam expressar as rimas
Mais íntimas!

Seja o seu compositor!
Só você pode musicar o seu ardor!
Não se deixe contaminar
Pela mediocridade que está no ar.

É fundamental que você se reconheça.
Que a sua história estabeleça
A métrica,
A estética.

Mude o arranjo quantas vezes for preciso,
Até se encontrar com o seu destino.
Então, solte a imaginação
E dê asas à sua mais alta emoção.

Adicione a cada nota, o benefício da poesia,
A suprema alegoria!
Fonte infinita de tudo
Que há de mais belo no mundo!

Dê voz às suas paixões mais puras.
Solte a voz às alturas.
Escancare o peito,
Rumo ao celestial leito.

Cante bem a sua canção!

Interprete-a com alegria,
Com intensidade,
Com veracidade,
Valorize a harmonia.

Ofereça-a à imensidão!



Texto comemorativo do meu 51º aniversário!

Vídeo idealizado:

http://www.youtube.com/watch?v=vtAwctp23Rg

domingo, 25 de julho de 2010

O Primeiro Lugar



Que falta me faz o toque, o carinho...
Tanto fazê-lo,
Quanto recebê-lo.
É a pior parte de viver sozinho!

Sinto abstinência de viciado,
Tristeza de escravizado...
E, vejam que não foi falta de semear.
Em minha vida, ele sempre ocupou o primeiro lugar.

Sempre foi a principal meta,
A direção reta.
O melhor fertilizante,
Para essa alma alucinante.

Meu tempero favorito!
O primeiro requisito!
O algo mais!
O vento nos coqueirais!

Sem a sua presença,
A vida é uma pálida ausência,
Uma vontade amordaçada,
Uma saudade indecifrada...

Seca!
Presa!
Incontrolável,
Injustificável!

O carinho
É a principal palha de um ninho.
É a manhã ensolarada,
A existência acalentada.


Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=mkpWh5RsR94

sábado, 24 de julho de 2010

Oportuna Satisfação






Por não ter grandes preconceitos
Incrustados no peito;
Por não me identificar plenamente, com qualquer grupo;
Por trabalhar para a união de tudo
Que se manifesta nesse mundo,
Que me toca tão fundo...
Acabo entrando em situações
Propensas a devastações.
... Para desespero de alguns amigos,
Que imaginam estar eu, perdendo o juízo...

Alegam que mereço ocasiões mais confortáveis,
Com ânimos mais estáveis,
Com temperaturas condicionadas,
Em companhias mais ajustadas...
Que não passem a vida dando murro em ponta de faca,
Que estejam materialmente estabilizadas,
Que tenham acesso à desenvoltura,
Proporcionada pela cultura.
Pessoas mais, oficialmente, espiritualizadas
E, segundo os parâmetros atuais, bem mais equilibradas...

Entendo a preocupação.
Encaro-a com satisfação.
Demonstra carinho
Pelo meu escolhido caminho.
Agradeço mesmo, de coração,
Reconhecendo a boa intenção
De não quererem me ver sofrendo,
À toa padecendo...
Por declararem minha causa como perdida,
Dentro dos respectivos códigos de vida.

Meu pensamento é simples e claro
Já nem é tão raro:
Servir: seja em que circunstância for,
Independente de posição social, cultural, sexo, idade, credo ou cor...

Onde a luminosidade já encontrou seu espaço,
Não se faz necessário meu abraço.

Meu alvo é estender as suas asas sobre o escuro,
Sobre os invisíveis muros,
Que causam separações
E confusas elitizações.

Por ter um inegável desprezo pelo fútil,
Por ter verdadeira necessidade de ser útil,
Por contestar frontalmente o estabelecido,
Por acreditar que o homem tem se esquecido...
Não posso me dar ao luxo de repousar sobre o meu entendimento.
É-me vital testar e espalhar esse magnífico argumento,
Que prega a holística união...
O estender indiscriminado da mão!
O respeito às diferenças,
Que quer um final melhor para a mundial sentença.

Dentro de mim vibra, no mais encantado dos chãos,
A irrequieta constatação: Somos todos irmãos!


Vídeo belíssimo:
http://www.youtube.com/watch?v=JdcCfoIQgME&feature=related


Presente de aniversário para o amigo e extraordinário poeta
Jacó Filho!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Olhos de Paixão




Acredito que as desavenças, os problemas, os desencontros,
Os terríveis confrontos
Que ocorrem no planeta, em todos os patamares,
Empesteando nossos pomares,
Sejam consequências diretas da indevida interpretação,
Dos seus mistérios...
Dos seus caprichosos impérios!
Uma espécie de ruído na comunicação,
Voluntário,
Ou involuntário...
Essa é a razão de eu insistir repetidamente,
Exaustivamente,
Na necessidade de revisão
De toda e qualquer tradição;
De tudo que está estabelecido,
Pois pode estar perigosamente envelhecido.
Corrompido,
Apodrecido!

É como se insistíssemos em executar uma canção
Com acordes errados,
Deturpando, assim, o resultado.
Sabotando a emoção!
Minimizando a grandiosidade,
De sua capacidade
De expansão,
De perfeição!
De reproduzir em nossas existências,
A magnitude de sua soberana consciência.
Muito mais estupenda do que se imagina...
Bem mais generosa do que se acredita!
A Terra é feminina, consequentemente enviesada...
Precisa ser carinhosamente tratada...
Permanentemente ouvida,
Minuciosamente percebida!
De preferência com muita atenção...
E olhos de paixão!

Suspeito que ela não esteja muito satisfeita,
Com a nossa abordagem de extrema direita...
Estacionária,
Reacionária!
Pedante,
Torturante!
Estranguladora,
Manipuladora!
Por demais, dolorida!
Excessivamente descabida...
Vejo-a como uma mulher sufocada pelo terror
Do pernóstico desamor!
Sedenta por, realmente se abrir
E, simplesmente, consentir...
Suas pétalas aguardam nossa evolução,
Para se mostrarem em botão.
Sua alma inimaginável de tão carinhosa,
Suplica por uma manifestação bem mais amorosa!


Para: Maritza Bonn!

Vídeo mais que recomendado:

http://www.youtube.com/watch?v=FP0hObFEl6Q&feature=PlayList&p=C9CF040D7DC73EA3&playnext=1&index=29

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Olhe Tudo



Desagradáveis são as características humanas,
Algumas bastante estranhas,
De inverter valores,
De amordaçar ardores,
De manipular fatos,
De camuflar dados,
De acordo com sua conveniência,
Ou nível de consciência.

Essa prática dá-se em todos os níveis,
Dos rudes aos sensíveis.
Em algum quesito,
É praticado algum desses atos esquisitos.

Francamente, não consigo enxergar sentido.
O que vejo é o caminho sendo estendido,
Estupidamente aumentado,
Pelo reflexo interno, embolorado...

Desenvolveu-se uma cultura em todo o planeta
Que está nos atrasando, com toda a certeza.
Criou-se uma inacreditável parafernália,
Uma mental genitália,
Tão sedutora,
Quanto destruidora...
A meta é manter a mente voltada para fora,
Com disfarçadas esporas.

O gado precisa manter-se unido, para ser guiado.
A trama é tão evidente, que me deixa arrepiado.
Estamos, por todos os lados, sendo enganados.
Querem-nos apatetados.
Pelo capitalismo, drogados.
Pelos extremismos contaminados...
Camadas e camadas de lixo
Foram entulhadas no espaço do nosso juízo.

Eis a razão para não reconhecermos o bom,
Não conseguirmos identificar o nosso tom...
Erramos a melodia, por medo da nossa verdadeira partitura,
Escrita pela altura.
Desafinamos,
Semitonamos,
Por entregarmos a nossa batuta para o alheio desconhecido,
Apenas por estar estabelecido.

Damos voltas quilométricas,
Abusamos das reclamações assimétricas...
Atiradas ao vento,
Em lugar de alentos...
Inventamos toda a sorte de muletas,
Para pular a ridícula mureta,
Que nos separa da humildade,
De viver em tranquilidade.

Nesse meio tempo apodrece ao nosso lado,
Sem nunca ter sido tocado,
Mas, de sabor comprovado
E glandularmente aprovado,
Totalmente acessível,
Com uma disposição incrível...
O sonho que fingimos invisível,
Tornando-o, enfim, impossível.


Vídeo sugerido:
http://www.youtube.com/watch?v=sgjyTkl4tRc&feature=related

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Segredo do Nascente




Tenho atraído focos de pureza,
A verdadeira riqueza!

Gosto da simplicidade,
Da autenticidade,
Mas, o que mais aprecio é uma alma pura!
Do tipo angelical, confeccionada no berço da altura.

Aquela, completamente desprovida de maldade,
De falsidade,
De manipulações,
De terceiras intenções,
De inócuas ambições,
De patéticos aleijões...

Aquela, que, naturalmente, brilha,
Porque é direcionada para cima.
Que se expressa com delicadeza,
Que esbanja gentileza,
É do tipo que quando sorri o mundo melhora,
Alinha-se,
Apruma-se,
Sem demora!

Possui uma intimidade evidente com o divino.
Badalo do primeiro sino!
Desliza pelo chão,
Com o consentimento da imensidão.
Apresenta-se de forma jovial,
Por trazer em si a consciência do essencial.
Transita em leveza,
Por ser avessa à avareza,
À rudeza,
À aspereza!

É o tipo de alma escancarada,
Arejada,
Extremamente sensível,
Possuidora de uma intuição incrível,
Despretensiosa,
Corajosa,
Sem qualquer traço de melancolia,
Vestida em poesia!
Voltada para o bom que arde,
Para a arte!
Emocionada,
Ensolarada!

Carrega no peito
Uma nova possibilidade de leito.
Em essência,
A semente para a nova consciência.
No ventre
O segredo do sol nascente!



Essa publicação é presente de aniversário atrasado para a conectada poetisa
Alice Pinto – Escribalice

Vídeo sugerido:
http://www.youtube.com/watch?v=c8ABeR7UJE

terça-feira, 20 de julho de 2010

O Melhor Caminho





Penso que, essencial
É estar bem com você mesmo.
Esse é o fator que sustenta o enredo.
Da base, é o fundamental.

Sobre esse alicerce, o infortúnio
Não vai conseguir causar grandes distúrbios.
É possível aguentar quase todas as desagradáveis surpresas,
Que nos aguardam em uma espécie de secreta represa.

Nem as dificuldades financeiras,
Com suas lamacentas ribanceiras,
Podem causar grandes estragos,
Se nos mantivermos internamente centrados.

Claro, é preciso tentar tudo
O que estiver disponível em nosso mundo.
Todos os recursos,
Todos os percursos...

Se, ainda assim tudo o que encontramos,
Foram estradas bloqueadas,
Se, tudo com o que nos deparamos,
São desculpas esfarrapadas
De egos agigantados,
Cegos e engajados...
O nosso único apoio,
Para não sermos massacrados pelo comboio,
É a nossa consciência tranquilizada,
Pelas sementes cuidadosamente plantadas.

O solo universal é caprichoso,
Tem um comportamento curioso.
Nem sempre faz a semente brotar
Onde foi plantada, no exato lugar...
Muitas vezes, a missão era só semear.
A colheita, em outro chão, é que vai se concretizar.
É preciso estar atento,
A esse cósmico deslocamento.
Esse complexo critério,
Talvez, seja um dos sagrados mistérios.

Perceber esse movimento,
Requer um interno alinhamento,
Uma calma,
Referente à sinceridade
À disponibilidade
Da própria palma.
Tentar se manter equilibrado,
É sempre o comportamento mais adequado.



Esse texto é presente de aniversário atrasado para a ótima poetisa
Regina T. Gonçalves

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Melhor a Fazer


O que mais importa é esse momento.
O que passou,
Já acabou.
O que virá,
Ninguém sabe como será, ou se virá...
Então, o melhor sentimento,
Tem que ser exercido agora,
Semeado e espalhado pelos campos afora,
Sem adiamentos,
Ou constrangimentos.

Do próximo instante, nada sabemos.
Onde estaremos?
De quem nos lembraremos?
Ainda seremos?
Quem estará ao nosso lado?
Permanecerá seguro, nosso barco?
Carregaremos algum fardo?
Teremos chance de esticar o arco?
De abraçar alguém?
De ir além?

Tudo é incerto e não sabido,
Ainda que não nos desviemos do caminho escolhido.
Ainda que não saiamos, nem um segundo, da linha,
Ou tenhamos mapa detalhado da trilha.
Nem com toda a fé do mundo,
Ainda que nos concentremos no mais profundo...
Nem com toda a boa vontade,
Ou o excesso de eletricidade...
O dia de amanhã, nada pode nos assegurar.
Quem pode garantir que estaremos aqui, para ver o próximo sol raiar?

Nada!
Ninguém!
Tudo é possível
E, insuportavelmente imprevisível.

Daí a importância desse instante.
Aqui, agora, já!
Nunca depois, amanhã, lá!
Nada é assim tão constante.

Abrace hoje!
O hoje!
Use sua melhor roupa,
De preferência pouca...
Faça todos saberem da sua afeição.
Entregue-se agora, à sua paixão.
Perdoe a si mesmo, a tudo
E a todos.
Seja, imediatamente, um pólo emissor
Do mais puro amor.

É tudo que se pode fazer.
É o melhor a se fazer!


Vídeo recomendado:
Um clássico de 1976!
Um marco pra quem viu ao vivo!

http://www.youtube.com/watch?v=da18kGGkYjw&feature=PlayList&p=ABA7464E072515D3&playnext_from=PL&playnext=1&index=78

domingo, 18 de julho de 2010

Reverberando com a Existência



Como alguém pode querer viver em mundo cinza?
Será por falta de tinta?

Escolha incompreensível,
Sepultamento do sensível!
Vida sem graça...
Seria pirraça?
Talvez incompetência
Em lidar com a própria consciência...
Talvez medo
De acordar cedo
E ver o mais lindo espetáculo,
O mais precioso oráculo:
O alvorecer,
Cuja beleza é de estarrecer!
Inspira!
A alma suspira...
Arrepia,
Contagia!

Inaceitável é esse viver pequeno!
Estreito,
Com cadeado no peito!
Aparentemente sereno,
Mas, turvo!
Um tanto murcho...
Abstrato,
Domesticadamente pacato!
Insensato,
Desacato!
Constrangido,
Estrangulado,
Manipulado,
Sem sentido!
Pobre,
Feito de enferrujado cobre!

As cores arrepiam,
Suspiram!
Convidam ao reposicionamento,
Ao enaltecimento!
À reflexão,
À ação!
Ao relaxamento,
À calmaria,
À maresia!
Ao florescimento!
Alteram a energia
De acordo com a irradiação do dia!
Esplendida alegoria,
Oriunda da celestial melodia!
Proporcionam a beleza,
Que incitam à leveza!

O bom está no colorido,
Quanto mais variado, melhor!
Quanto mais ensolarado, maior!
Ainda que poeticamente tingido,
Mas pulsando Vida,
Com as cores da subida!
Tons fortes,
Emanados do Norte!
Cada um com sua particularidade,
Com sua potencialidade.
Todos espetaculares,
Feitiços milenares!
Matizes encantadas
De uma existência reverberada,
Emocionante,
Preponderante!

Abençoada,
Amada!

Alada!


Vídeo recomendado:
http://www.youtube.com/watch?v=aWl-cV-fPpw&feature=related

Nota: Esse texto foi inspirado no conto de
Dija DarkDija:

Mundo Cinza (mini)!

sábado, 17 de julho de 2010

O Fruto Seleto




A maré começou a, discretamente, recuar...
A vazar.
É o princípio do processo tsunâmico
Da minha virada,
Plenamente ensolarada.
Sinto potencializado o ânimo.
Apaguei os desenganos,
Remocei anos!
Estou significativamente mais leve.
Assimilei, finalmente, que a vida é mesmo breve.

Estou concentrado na minha mudança.
Um passo tão gigantesco,
Quanto o poder da esperança.
Criei-me novos arabescos!
Deixei cair todos os rótulos,
Todos os desenganos póstumos.
Perdoei a tudo e a todos.
Estou renascendo aos poucos.
Já sei quem sou
E para onde vou.

Sei, também, porque vou
E como estou.
Aprendi a me respeitar,
A evolutivamente me cultivar.
Amplifiquei a afeição
E prol da dourada revolução.
Tão pacífica quanto a generosidade
Tão artística quanto a integralidade.
Resgatei a pureza do menino
Que, até hoje, se encanta com o som do sino.

Desisti de agradar a todos.
Sempre tive preferência pelos loucos.
Ignoro as travessuras monstruosas!
Sou mais as tarde cor de rosa...
Reencontrei irmãos antigos,
Com eles um novo sentido.
O universo é meu abrigo.
Cultuo o sorriso!
Confio no argumento do planeta.
Estou seguro que a Harmonia Celestial romperá a represa.

Está escrito: Tudo vai dar certo!

Ainda que não seja possível caminhar sempre reto.

O Bem é o único teto!

O fruto seleto!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Essencial do Primordial



A minha primeira opção é sempre não discutir.
Posso não conseguir ser muito delicado,
Pois da mentira, estou cansado.
Infelizmente a esmagadora maioria mente
Sobre o que, realmente, sente.
Prefiro adotar outras formas de agir.
Que, do confronto, passem longe.
Como, por exemplo, sugerir outro horizonte.

Outra realidade de manifestação,
Originária da quarta dimensão,
Onde só existe a transparência,
E a obrigatória sinceridade
Como óbvia consequência,
Gerando segurança e tranquilidade.
O fato de não ser possível enganar,
Mina a possibilidade de manipular...

De trair o próprio travesseiro,
Transformando a existência
Em um perigoso desfiladeiro,
De escorregadia consistência.
Optei por oferecer o meu ofício,
Como contribuição à evolução planetária,
Através do que em mim espontaneamente arde:
- “A Arte” –

Ao invés de optar pelo que seria um sacrifício,
Que só me causaria um inútil martírio.
Decidi tentar sensibilizar...
Quem sabe, emocionar,
Através da insana inspiração,
Com que me brindou a vastidão.
Canalizando mensagens positivas,
Indiscutivelmente construtivas,

Vou deixando meu legado.
O testamento de um homem alucinado.
Inconformado com os desvãos de seu tempo,
Abusando de explosivos argumentos,
Crivados de pureza,
Banhados em singela beleza,
Sigo os caminhos abertos pela poesia,
Repleto de invisíveis regalias...

Só percebidas pelos sentimentos mais altos,
Encenados nos estrelares palcos,
De luzes douradas,
De cenas encantadas!
Onde as dualidades se fundem
E as mãos se unem,
Em uma entrega espetacular!
Emanações perfeitas a celebrar

O que não pode mais permanecer oculto.
O que aguarda, pacientemente, no mais profundo.
A base de tudo
Que existe no mundo.
O mais que perfeito!
O primeiro leito!
O excepcional do primordial:
“O Amor Universal”!


Dedico esse texto à minha amiga e excelente poeta Celêdian Assis

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Curso do Rio



Nunca pensei ocupar o espaço na vida, em que habito.
Para mim é uma total surpresa, afirmo.
Meus sonhos eram bem outros
E não poucos...
Sempre acreditei que viveria no mundo da música,
Até então, deusa única.
Nasci com essa convicção,
Pulsando não só na minha mente,
Mas resolutamente,
Em cada molécula do pulmão.

De certa forma, não estava errado.
Cantei minha vida inteira,
Mas, nunca me senti totalmente realizado.
Ora o repertório, ora os companheiros de palco,
Não me favoreciam o salto.
Fiz até, bons trabalhos,
Mas, nenhum representou aquele atalho,
Que tira do anonimato,
Num país superpovoado
De talentos de primeira.

Tenho que registrar que sempre privilegiei
A vida afetiva,
Sobre a carreira artística,
Sem, contudo menosprezar o palco.
Era o meu pensamento,
Naquele momento.
Passei também, anos inesquecíveis atuando no teatro!
Mas, vi Deus de tanto que amei...
Aprendi a amar incondicionalmente.
O que fez aflorar a minha sensibilidade, naturalmente.

O que veio a seguir,
Hoje me faz sorrir.
Nunca imaginei que me tornaria caiçara...
Por essa, eu não esperava.
Também não estava nos planos libertar-me das religiões,
Para ter as minhas próprias formas de celestiais conexões.
Tinha certeza que atravessaria a vida acompanhado.
Esse engano, ainda me deixa meio acanhado...
Mas, é muito estreito o fio em que vivo.
É melhor atravessar sozinho...

Quem diria
Que eu, radicalmente, rejeitaria
Os ditames da burguesia,
Com sua famigerada hipocrisia.
Além disso, acabaria virando um combatente,
Um inimigo do capitalismo inconsequente,
Do injusto, mas conveniente,
Do poluto, do demente.
Sigo quixoteando!
Aos acomodados, incomodando...

Por último: o principal,
O essencial,
É ter aflorado a poesia
E sua incomparável melodia.
Ela assumiu a frente de tudo,
Mostrou-me as vantagens do profundo.
Pacificou-me,
Intensificou-me.
O homem, agora poeta,
Caminha em linha reta.

Está seguro,
Em seu fantástico mundo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Nuclear




Tenho, em mim, uma usina nuclear de alegria,
Em fase de acabamento.
Estou nos últimos testes de segurança,
Para não me atrapalhar com os passos,
Com os laços,
De sua inimaginável dança.

O abastecimento da usina, fica por conta da ousadia,
A rede foi feita pela rebeldia.
A instalação, em cada peito, está a cargo da harmonia.
A distribuição é feita pela poesia,
Através de versos simples, claros,
Mas, de impacto raro.

Atrasei um pouco a construção,
Devido à abusiva alheia intromissão...
E à indecência
Da minha inocência.
Detectado o problema,
Troquei o sistema.

Exterminei com os parasitas,
Com os mentais terroristas,
Com os vampiros,
Inimigos de todos os suspiros,
Com os mal amados,
Com os inacabados...

Agora, na fase final
Consigo perceber a obra fenomenal
Que ergui em meu interior
E coloquei à disposição do superior,
Da luminosidade
Da eternidade!

Dei-me todo, por inteiro a essa obra,
A essa chama que, por dentro, se desdobra
E, que principia a iluminar,
A me guiar,
Rumo ao meu último palco,
Lá no alto!

De onde distribuirei, finalmente,
Abrangentemente,
Solidariamente,
Irmanamente,
Indiscriminadamente,
Incondicionalmente:

A minha azuldourada alegria!


Esse texto é presente de aniversário para a amiga Arlete Canário

terça-feira, 13 de julho de 2010

Medida Radical II



Até que não é ruim ficar quieto...
Ajuda a pensar reto!
Foca a mente,
No que é mais urgente!
Há uma libertação das exteriores influências,
O que facilita a compreensão da própria cadência.
É bom também, para perceber as nuances
De todos os lances...
As variações
Das sensações!

Pode representar uma folga para as decepções
E um incremento nas constatações.
Enxerga-se melhor o que não se queria ver,
O que se evitava perceber...
Fica mais difícil para se iludir,
Consequentemente, mais fácil para prosseguir.
O excesso de “ruído” externo
Favorece o diálogo interno,
Necessário para se conhecer mais,
E demolir as antigas catedrais!

Quanto lixo que se guarda!
Quanta porcaria que se arrasta...
Joguei fora centenas de pastas
Todas molestadas por traças...
Emocionais!
Em sua maioria, passionais!
Antigos vexames,
Que não resistiram a minuciosos exames.
Taquei fogo em tudo
Que poluía meu mundo.

Através desse processo de limpeza,
De volta à pureza,
Muitos laços cairão pelo caminho.
Uns poucos irão comigo para o novo ninho.
Uma consequência previsível,
Dentro de um movimento tão sensível!
Continuo evitando ao máximo o drama.
Traumatizei-me com a lama...
É fantástica a experiência
De, voluntariamente, expandir a consciência!


Enquanto estou limpando a casa,
Vou fortalecendo as asas,
Que logo se abrirão
Sobre a azul imensidão,
Num vôo antológico,
Histórico,
Que ficará gravado para sempre na memória,
Com a simplicidade de uma vitória,
Realmente vitoriosa,
Deliciosa!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Medida Radical




Parei de reclamar!
Estava ficando chato, repetitivo,
Em nada construtivo.
Simplesmente parei de comentar
O nada de bom, que está me acontecendo.
Evito mesmo de conversar,
Para não correr o risco de descarregar
Em alguém, o que estou sentindo,
Ou o que venho intuindo.
Sei que a vida está se movendo,
Com o seu tempo,
De acordo com o seu argumento.

Ao invés de ficar espalhando aborrecimentos,
Resolvi me concentrar,
Totalmente me centrar,
Para resolver minha vida,
Que deu uma encalhada na subida...
Ao parar de falar, diminuíram os constrangimentos.
Criei uma espécie de interna fricção,
Para provocar uma explosão,
Ao mesmo tempo, evitar uma cardíaca implosão,
Que adiantaria a última finalização...
Assim tenho conseguido forças,
Para ir me livrando de todas as forcas.

Apesar do apoio de pouquíssimos verdadeiros amigos,
Aprendi que tenho mesmo é que contar comigo.
Sou eu que tenho que resolver meu destino,
Reconstruir o abrigo!
E dessa vez, que seja mais adequado,
Ao meu perfil alucinado...
Simples, mas confortável!
Pequeno, mas aconchegante!
Chega de brancos elefantes...
Quero um viver agradável!
Erguido sobre o piso da dignidade
E com a leveza da tranquilidade!

Basta de pressões!
De insustentáveis ilusões!
Nunca mais decepções!
Distância, das alheias contradições...
Até porque não existirão expectativas,
Mas sim, alternativas!
Toda essa opressão
A que tenho sido submetido,
Tem mais me comprometido,
Com a minha criação...
Com o que estou criando para mim.
Resolvi mudar para construir um melhor fim!

Situações emergenciais,
Pedem medidas radicais!
O virtual e real silêncio
Tem me ajudado a controlar o incêndio!
Sei que vivo os últimos instantes do calvário...
Rapidamente voltarei para o meu itinerário.
Esse momento é crucial!
É-me essencial!
Não permite qualquer erro,
Nem a sombra do medo...
É mesmo o instante da concentração,
Da aconselhável introspecção,

Antes de entrar no palco,
Que me reservou o alto!

Aos amigos, recomendo que não fiquem se preocupando...
Acreditem, eu vou vencer!
É o que tenho a lhes dizer,
Afinal, estou só começando..

domingo, 11 de julho de 2010

Pecado Caiçara II


Quem lhe deu ordem,
Para me causar essa desordem?
Para me dirigir esse olhar
Que eu mal consigo sustentar.

Por que razão você quis saber de mim?
Essa atenção sem fim...
Por que essa boca entreaberta,
Indicando-me a seta...
Imagine! Você me fez sentir bonito...
E eu quase que acredito.

Quem lhe ensinou a atacar desse jeito,
Fulminando o meu peito.
Deixando-me sem saída,
Com a mandíbula retraída!
Um pânico hormonal,
Queda vertical,
Com sensação invertida!
Eletricidade correspondida.

Você é de uma inacreditável delicadeza,
Na medida exata:
Não sobra, mas desata!
Caiçara Nobreza!
Capricho da natureza!
Quero você, com toda a certeza,
Mas, com leveza!
Irresistível sobremesa...
De onde você tirou essa segurança,
Que desnorteou minha balança?

Em suas propostas insuantes,
Para mim o mais importante,
Foi a objetividade
Aliada à sensibilidade.
Parece até que você sabe do meu passado,
Que me deixou, ligeiramente, desconfiado...
Não há como negar
Que você está a me cultivar...
Preparando o terreno,
Para um idealizado extremo.
Berço dos melhores sonhos,
Aqueles amorosos e risonhos!

Será mesmo possível que você me percebeu?
Será que a Providência intercedeu?
Quando vi você caminhando,
Minhas glândulas foram se empolgando.
Que espetáculo grandioso!
Constrangedoramente libidinoso.
Será presente de aniversário,
Que adiantou o itinerário?
Suas promessas são convincentes
Têm uma textura
De cobertura,
Insuportavelmente atraentes!
Mas, por enquanto, me abrace...
E deixe que nossa pele constate!

sábado, 10 de julho de 2010

Autoarremesso

Estou esticando meu arco preparando para o autoarremesso,
Que há de ser perfeito, sem tropeços!

Claro que, às vezes, as pernas tremem,
As mãos gemem,
Dá um frio na barriga,
Só de imaginar a subida...

Mas, os sinais todos apontam para a partida
É o que tudo indica.
Parece ser a solução mais adequada,
Para uma realização mais acentuada.

Por enquanto a palavra de ordem é concentração.
Não posso pecar por distração.
Estou, literalmente, atento a tudo,
Para me orientar com o mundo.

Já listei todos os defeitos.
Exterminei com os trejeitos.
Tranquei as inseguranças,
Soltei todas as esperanças...

Na maior parte do tempo sinto-me preparado,
Para esse movimento um pouco mais ousado.
Acho que tenho maturidade suficiente para tanto.
Ouço, ao longe, notas de um acalanto...

Vou aberto.
Sei o que me é certo.
Sempre fui apaixonado pela Bahia!
Quero o benefício de sua maresia...

Vou limpo,
Para aquele lugar mais que lindo.
Sob os domínios da inspiração,
Sob os acordes da nova canção!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

No Topo




Se, de súbito perde-se o direito a sonhar,
Não sei como poderia sobreviver.
Preferiria me esquecer...
Já que não poderia mais escrever,
Posto que, sem sonho, não há poesia,
Não existe melodia,
Apenas uma sequência irresponsável de notas,
De insossas anedotas,
Aspirando por um pouco de ar...

Delirar nas asas leves da imaginação,
Numa alucinada, mas autêntica composição,
Mantém a minha lucidez,
Um pouco mais próxima da sensatez.
Nunca uso os freios,
Averiguo os receios...

Vou longe,
Subo todos os montes...

No topo,
Feito louco,
Solto a voz,
A pedido dos nós...
Com força e propriedade,
Com garra e sensibilidade!

Respiro fundo,
Comungo com a Criação,
Em respeito profundo,
Eternizo os versos,
Todos confessos,
Através da canção.

Em cada compasso,
Um laço,
A intenção de um abraço,
Um traço...
Um refinamento emocional,
Um afinamento sideral.

Esse som que sai da garganta,
Que se alevanta
E se agiganta
Com sua intrépida estampa,
Explode em liberdade,
Diante da incontestável verdade!


Esse texto foi escrito ouvindo a canção “Balada de Gisberta”


http://www.youtube.com/watch?v=UjwPdxw0Yj8&feature=related

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Não Sei o Nome!



No quintal de casa uma árvore do mangue floriu.
Uma beleza como nunca se viu:
Sofisticada,
Aristocrata...
Em forma de cachos, que lembram os da videira,
Encanto de primeira,
Na cor lilás escuro.
Trouxe requinte ao nosso mundo.

Tronco largo,
Palco farto
Para esparramar seus galhos abusadamente,
Calculadamente.
Ocuparam um espaço enorme,
Com seus braços fortes,
Repletos de flores,
De uma das mais lindas cores.

Ela ficou tão bem ali,
Que parece que sempre esteve aqui.
Impossível sair de casa sem lhe dedicar um olhar,
Sem reduzir o passo
E pensar num abraço...
Sem alterar o respirar,
Sem se emocionar
E, sinceramente suspirar!

Não foi plantada,
Simplesmente cresceu
Já foi podada
Acidentalmente,
Inutilmente...
Pois não só sobreviveu,
Como se desenvolveu
E floresceu.

Para alegria da casa,
Ela estendeu bem sua asa,
Proporcionando-nos esse espetáculo,
Inesquecível,
Inconcebível...
De confundir todos os oráculos,
Tamanha exuberância
E cósmica elegância.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Não se Pede!




Carinho só é válido,
Só desprende seu efeito mágico,
Se for espontâneo...
Se tiver origem no subcutâneo...

Quando solicitado,
Quando verbalmente requisitado,
Perde a validade
E, principalmente, a sinceridade.

É uma manifestação afetiva
Das mais relevantes,
Das mais efetivas,
Das mais intrigantes...

Há quem o rejeite, quem o negue,
Porque não o percebe
Em seu interior,
O que o inviabiliza no exterior.

São pessoas amargas,
Pecaminosamente ralas,
Abusam da agressividade...
Encarceraram sua humanidade.

Têm enorme dificuldade em abrir portas.
Estão enroscadas em suas egoístas cordas...
Fogem-lhes as melhores oportunidades,
Desentenderam-se com a sensibilidade...

São tristes!
Dedos em riste...
Mergulharam numa subexistência...
Desviaram a consciência!

O ser humano é fruto da sagrada afeição,
Não pode ignorar esse fato.
É incontestável esse seu dado.
Sem ele sua existência passa a ser uma aberração...

Todos nós precisamos de carinho.
Oferecê-lo,
Recebê-lo...
Para validar nosso caminho.

Sua semente a tudo resiste.
Desvia das pedras e insiste...
É um santo remédio,
Inimigo do tédio...

Mas, não se rasteja por ele,
Não se implora por ele...
O certo é semeá-lo,
Senti-lo!
Cultivá-lo,
Distribuí-lo
Sem concessões,
Muito menos, duvidosas intenções!

Não deve ser manipulado,
Não pode ser negociado,
Muito menos chantageado...
É para ser oferecido, dado.

O seu retorno é certo e seguro.
Basta espalhá-lo pelo mundo
Convictamente,
Indiscriminadamente!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Na Hora H



Quando chegar a hora de partir
E eu tiver que ir,
Desejo que meu último pensamento,
Naquele derradeiro momento,
Seja de amor,
Com todo meu ardor!
Que saia de mim uma última emanação,
Daquilo que a vida toda povoou meu coração.


Uma vez ouvi que a regra geral,
Para essa situação,
Na esmagadora maioria da população,
É que o sexo seja o senhor desse instante.
Parece que esse é o normal.
Não quero que esse seja o encerramento
Para minha história visceral.
Sempre foi outra a base do meu argumento.

Até porque, francamente,
Minha vida sexual foi uma piada de mau gosto.
Embora isso não transpareça em meu rosto.
A frequência dessa atividade, honestamente,
Deixou muitíssimo a desejar.
E o pouco que tive, foi raso.
Vergonhosamente caro!
E só fez me desapontar...

Apesar do excesso de fogo,
O que consegui foi incontestavelmente pouco.
Está certo que sempre procurei os sentimentos mais altos.
Talvez, por ter ido ainda menino para o palco,
Minha alma reconheceu-se naquelas emoções,
Oriundas das cósmicas sensações.
Não que o sexo não o seja, mas me refiro a outras direções.
Aquelas que emanam de outras dimensões.

Talvez, outras fórmulas para o mesmo assunto.
Um enquadramento bem mais profundo.
Desprezo a atual abordagem, imersa em vulgaridade,
Despida totalmente das primorosas qualidades.
O ato sexual despencou para a banalidade,
Perdendo assim metade da sua potencialidade.
Virou motivo de barganha,
Com sua insustentável e falsa moralidade tacanha.

A energia sexual é a mesmíssima energia espiritual.
Sai do vórtice básico, sobe pela coluna vertebral
E atinge o ápice no vórtice coronário.
Esse é o seu sagrado itinerário.
O que está acontecendo é que estamos bloqueando,
Estupidamente aprisionando
Essa evolução, manipulando o desejo
E sabotando o nosso universal enredo.

Deita-se por todos os motivos, menos o ideal.
Aquele que nos levaria a visitar o espaço sideral...
Chegamos ao ponto de termos que plastificar
O que, simplesmente, deveria ecoar...
A fonte da vida contaminou-se.
Envenenou-se!
Transmutou-se em porta da morte.
Que má sorte!

As encenações são precárias.
As escolhas arbitrárias.
O sexo que se pensa, não é o que se faz.
Esse brutal equívoco já foi longe demais.
Até quando nos enganaremos?
Até onde despencaremos?
Talvez seja preciso zerar
Para recomeçar.

Eis as razões da minha firme decisão
De contrariar as estatísticas, para não variar,
E com outro pensamento encerrar
Essa minha passagem.
Enlouquecida viagem!
Hei de finalizá-la com uma última irradiação
Do mais puro Amor Universal!
Matéria prima única dessa obra colossal!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Meus Firmamentos


Apenas dois céus me inspiram a voar:
O da arte e o de amar!
Em qualquer das duas circunstâncias,
Atinjo a minha mais alta instância.
A suprema!
A sensibilidade extrema!

Manter-me sob qualquer um desses firmamentos,
É minha determinação,
Minha obrigação!
Entendo-me melhor nos altos sentimentos.
Sou absolutamente a favor da paixão,
Da plena realização!
Da sensibilização,
Através da elevada emoção.

Creio que é uma possibilidade disponível a todos,
Não é apenas, um privilégio dos loucos.
Mas, precisa ser estimulada.
Está ali dentro, bem guardada.
Entretanto, é necessário que seja acordada.
Pode ser com uma linda alvorada!
Com o canto da passarada!
Com uma noite obscenamente enluarada!
Talvez, palavras mágicas da pessoa amada...
Uma canção bethaniamente interpretada!
Aquela obra acima de qualquer suspeita,
Com a qual a alma se reconhece e se deleita.

Qualquer manifestação que positivamente provoque arrepios.
Nem precisam ser feitos bravios.
Pode ser um gesto singelo
E sincero
De gentileza,
De delicadeza.
Aposto muito nas realizações canalizadas pela inspiração.
Refiro-me à genuína, oriunda da vastidão.
Aquela obra indiscutível,
Incriticável,
Clara e acessível,
Simplesmente admirável!

Quem sabe, um abraço amigo...
A benção de um filho!
A solidariedade,
Abrindo caminho para a felicidade.
Dividir.
Intuir!
Desejar verdadeiramente o bem.
Manter-se zen!
Vibrar positivamente,
Orar diariamente.
Visar o bem coletivo
É imperativo!


Pode ser também, aquele sentir...
Tão fácil de distinguir!
A vontade de estar perto de alguém,
Quem sabe, oh! Sorte! Ir além...
Apaixonar-se
Entregar-se!
Acolher,
Receber!
Perder, um pouco, os sentidos
E, totalmente o juízo...
Navegar nos mares do amado corpo,
Beijar suavemente o rosto...

Até o eclipse.
O definitivo apocalipse!

domingo, 4 de julho de 2010

Pecado Caiçara



Você disse que já tinha me visto.
Como pode isso ter sido?

Será que ando tão distraído?
Não me perdôo por isso ter acontecido.
Afinal a sua visão,
Para mim é uma aparição
Um surgimento,
É a vida em consentimento!

O seu corpo é de uma perfeição,
Que não admite rejeição.
O desenho dos contornos,
O ângulo do rosto...
Que absurdo!
Como não ficar mudo?
Petrificado,
Intimamente arrepiado!

E essa voz? Absurdamente sensual!
Você trouxe um novo e rico sentido
Para essa palavra.
Tudo que lateja! Visceral!
Terra arada!
Desafio ao juízo...
Gingado brasileiro, tribal!
Requebro trigueiro territorial!
Pecado caiçara...
Desejo que ampara!

Quero beijar todo o seu dorso.
Sussurrar elogios ao seu pescoço...
Explorar suas mãos,
Até se misturarem com as minhas!
Adentrar minuciosamente todos os seus desvãos,
Cada uma das suas linhas...
Com devoção,
Sem escorregar para a obsessão !
Com perspicácia e eficiência,
Com muita paciência.
A dose perfeita de intensidade,
Voltada totalmente para a sensibilidade!

Dentro de nossas bocas as nossas almas trocariam de lugar,
Por uns breves momentos,
Para não haver arrependimentos.
Quero que você embarque comigo,
Ampare-se em meu sorriso.
Quero com você me misturar
E, juntos nos dispersar,
Para uma paralela dimensão,
Unidos agora por outro diapasão.
Pelo espaço sideral,
Essa fusão abismal...
A perfumar o ar
Duo
Que desagua em uno!

Integração,
Celebração!

Vem! Vem comigo pra Bahia...
Viver de ousadia!

Meditação


A cada piscar de olhos uma onda de energia que se move.
A sensação apazigua e comove!
Um relaxamento progressivo,
Desdobramento intensivo...

Um respirar profundo,
Uma nova visão do mundo
Que se escancara delicadamente,
Expansão mental comovente!

Ir soltando todos os músculos
E se livrando das consequências
De todos os sustos,
De todos os muros.

Deixar-se levar pelo som da música
Deusa única,
Manifestação plena da harmonia
Ampliação acelerada da sintonia.

Ouvir o bater do coração
E se ampliar a cada pulsação,
Soltar tudo sem medo.
Inexiste a possibilidade de erro.

Ao contrário a probabilidade é só de acerto.
Basta se desapegar de todos os cercos.
Permitir-se novas pontes,
Rumo às mais reluzentes fontes.

Nenhum desejo a não ser expandir-se.
Ilimitadamente distribuir-se
Pelo espaço
Num exteeeeeeeeenso abraço

Já não há mais o tempo.
Tudo é um só sentimento.
Amar a tudo no universo
É o verdadeiro sentido de sucesso.

Brindar à humanidade
Com vasos de flores mentais,
Com intenções sensacionais
De paz e tranquilidade.

Dissolver instantaneamente toda a dor.
Nenhum amargor.
Nenhuma sombra de terror.
No peito um incomensurável ardor.

Tsunamis de amor transbordando do peito.
Percussionando por dentro a palavra aceito!
Numa cadência eloquentemente tranquila.
Só permitida a quem se entrega à vida.

Agora no topo, no alto
O celestial palco!
A paz se derrama
E à poesia conclama!

Desejar luz para todos,
Principalmente aos loucos!
Aos que ousam tentar
Fazer o mundo mudar.

Depois sinceramente agradecer
A oportunidade de esse novo perceber.
E, por fim, deixar acontecer,
Até onde tiver que ser.

Até aos limites do viver!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Um Ano de Recanto




Ah! Se soubéssemos aonde nos levariam os acontecimentos!
Se pudéssemos vislumbrar o tipo de sentimento...

Um ano de Recanto!
É total o espanto
Com o que me aconteceu,
A força que me arrefeceu!

Jamais me passou pela cabeça
Com toda a certeza,
Os resultados que aqui consegui.
As almas que conheci...
Não é nem gratidão o que sinto,
Não minto.
É a mais pura e plena exaltação!
Inconcebível celebração!

Tudo mudou na minha vida...
Completamente,
Radicalmente!
Entreguei-me de corpo e alma ao ofício,
- Que nem suspeitava ser o meu -
Sem qualquer sombra de sacrifício!
Exatamente, como acredito que tem que ser.
A ideal forma de crescer!

A sensibilidade tomou à frente da minha existência,
Com a total conivência
Da consciência.
Altera-se dia a dia, para melhor, a minha consistência.
Exatamente como eu queria,
Como idealizava em minhas fantasias.
Entrar para esse site foi um marco.
Vem esticando mais e mais o meu arco.

Feito uma iniciação espiritual,
Uma consagração celestial!
Passou a limpo meu rascunho,
Apoderou-se dos meus punhos
E os colocou à total disposição
Da incansável inspiração,
Que me preserva
E me mantém em eterna primavera.

Inexiste um justo agradecimento
Para a magnitude desse evento.
Cheguei aqui pelas mãos de minha amiga Janaína,
- Loura heroína –!
Fui muitíssimo bem recepcionado,
Com sinceridade e respeito.
Bálsamos para o meu peito,
Que se encontrava tão acanhado...

De lá para cá, só tive alegrias!
Conheci escritores incríveis,
Abençoadamente sensíveis.
Foi muito, o que aprendi.
Mais ainda, o que apreendi!
Fiz amigos que, para sempre, levarei comigo
Interiormente floresceu um novo sentido,
Um novo gosto pela harmonia.

Aos criadores do site, agradeço humildemente!
Que ideia sideral,
Reconhecidamente genial!
Uma reverência, dedico aos autores, aos visitantes,
Todos igualmente importantes!
Quero agradecer especialmente,
Aos que se dão ao trabalho de comentar o que escrevo.
Vocês estão no meu coração gravado em alto relevo!

Muito, muito, muito obrigado!
De todo o meu coração,
A todos a minha eterna gratidão!
Estou, para não variar, profundamente emocionado.
Incontestavelmente comovido!
Intensamente agradecido!
Enquanto o universo permitir,
Com vocês, vou prosseguir!


Nota: Agradecimentos fundamentais:
À alma generosa de minha sobrinha:
Kátia Regina Luhmann
Por ter me dado o computador!

À Janaína Siqueira ( Loura Heroína)
Por ter me indicado o site do Recanto

O vídeo abaixo é um presente para todos vocês:

http://www.youtube.com/watch?v=Z1MplXOYls0

Tomara que gostem!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Meu Ninho

Quero o colo da poesia.
Enfraqueci-me em demasia.
Aborreci-me muito por demais.
Não estou podendo ler jornais.

Quero me deitar um pouco, sob seus cuidados.
Ser teletransportado para o seu mundo exacerbado,
Onde o sentimento é ávido
E o bem, impávido.

Sob sua proteção,
Embarco em outra dimensão.
Afino-me.
Refino-me.

Sobre o seu chão,
A vida não é essa pálida alusão!
São amigáveis as pedras.
Instantâneas as primaveras!

Em seus jardins,
Proliferam frutíferas árvores de sins...
Florescem os apoios.
Vaga-lumes passeiam em comboios.

Suas cercas de puro perdão,
Drenam toda e qualquer desilusão.
Filtram as emoções.
Protegem as melhores sensações.

Seus rios fluem desinibidos,
Céleres meninos...
Em águas sacralizadas,
Sob tutelas sagradas.

Pela evolução da existência,
Dobram seus sinos,
Sobre profundos abismos,
Expandindo as consciências.