domingo, 31 de outubro de 2010

Base Móvel




Acredito que até para ser feliz, é preciso disposição.
Mesmo porque nenhum sistema existente,
Por mais que se apresente como competente,
Conduz à felicidade.
Verdadeira temeridade!
Por isso é necessária uma certa fricção,
Para atingir esse objetivo,
Que dá a tudo um nobre sentido.

É preciso enxergar a calamidade
E aceitar que ela só pode conduzir à infelicidade,
À castradora frustração,
Que desemboca na escuridão.
Lugar dominado pela morfina
Das rotinas,
Pela frieza,
Aspereza...
Pela indecência
Da violência,
Pelo apagão
Da material ambição.

A partir do momento que se tem coragem,
De desembarcar dessa fraudulenta viagem,
É preciso encontrar o meio próprio,
Para sobreviver a esse ópio.
Torna-se necessário escolher os instrumentos,
Arregimentar os filamentos,
Que lhe servirão de base,
Construída em mobilidade,
Para solidificar a próxima fase.

O ideal é manter a mente flexível,
Preparada para o incrível,
Para um outro nível,
A serviço do sensível.
Essa estrada é individual,
Totalmente, sensorial.
É possível apenas, estudar os dados,
Dos antigos relatos.

Quem vai abrir o caminho,
É a palha do interior ninho.

Para a idealizada materialização,
Desse exercício de paciência,
De autoconhecimento,
De bom senso
De sinceridade,
De humildade
De resistência,
De atenção
Aos sinais da vastidão...
É preciso sim, disposição
E muita determinação!



Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=nl7XPyDg0Ts&p=0553467A0FFAA04F&playnext=1&index=28

sábado, 30 de outubro de 2010

Autopropaganda




A autopropaganda é algo que, realmente,
Positivamente,
Não me apetece.
Ao contrário, profundamente me aborrece.

Acho bastante desagradável,
Diria mesmo, intragável,
A pessoa que aproveita toda oportunidade
Para ressaltar suas qualidades...

Para provar como é boa
Que não está aqui à toa...
Diz que sabe o que quer,
Mas na intimidade,
Na clandestinidade,
Come de colher...

Demonstra ser altruísta,
Quando, em verdade, é absolutamente, egoísta.
É verborrágica,
Trágica!
Precisa chamar a atenção,
Para o seu “bom” coração.

Faz discursos transcendentais,
Embora adote posturas episcopais...
Está completamente apegada ao passado,
Enquanto se mostra futurista...
Só acredita no que já foi testado,
Embora se diga anarquista.

Afirma ser contra o burguês pensamento,
Mas não perde uma semana de artificial bronzeamento...
Apresenta-se como temente a Deus,
Perante os seus...
Já para os amantes,
Mantém esse assunto um pouco mais distante...

Sua pregação,
É quase tão incisiva quanto sua sedução...
Atrás da bandeira da caridade,
Está sua desmedida arbitrariedade.
Adequou-se ao seu falso discurso,
Do tipo que apodrece o mundo.

Esse tipo de pessoa, nem a si mesma, engana.
O que toca, profana.
Identifica-se, intimamente, com os maus.
Acostumou-se ao caos.
Mas, faz questão de manter as aparências,
Pois assim, pensa poder driblar as consequências,

De sua franca decadência!

Sua falsa palavra,
Quer fazer parecer gesso, sua lava!



Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=yHcEQZFb4BM&p=DD017BD74F4CB8FD&playnext=1&index=21

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Musicalidade das Almas

Acredito que as almas sejam totalmente musicais.
Não as concebo de outra forma.
Cada uma com sua sequência de notas,
Com seu ritmo.
Emblema de seus signos!
Todas com suas melodias únicas e geniais.

A música é o caminho de expressão natural,
Da Criação em nós.
É por onde se desvendam os nós,
O íntimo, o ínfimo, o sobrenatural!
É o que pode nos contagiar,
Chegando ao ponto de arrepiar...

De nos fazer mudar a direção,
De nos causar uma implosão.
De nos apresentar aos cantos mais iluminados
Mais sagrados
Do universo,
Que é música em versos.

É o grande veículo da manifestação
Capaz de detonar uma revolução...
De nos privar do ar!
Está para a alma como o céu para o mar.
Faz parte de sua consistência
De sua fluência.

Estou certo que, intimamente,
Constantemente,
A alma executa seus solos,
Oferecendo-nos seu colo,
Emitindo sua melodia,
Crivada de mágica harmonia.

Nosso consciente, excessivamente materialista,
Só presta atenção ao que está ao alcance da vista,
Desprezando tudo que for subjetivo, ou invisível.
Perdemos assim, grande parte de tudo que é sensível,
De tudo que é delicado,
De tudo que é encantado!

Como da alma, a inacreditável musicalidade.
Da vida, a unidade
Escondida atrás da dualidade.
O prazer da serenidade...
Os acordes singelos da irmandade.
As notas maiores da felicidade.




Presente para Denise Malavasi

A insubstituível – Dê! -


Vídeo indicado

http://www.youtube.com/watch?v=00kgoXE7oZ4&feature=related

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Autoabsolvição





Absolver-se,
Ao final de tudo,
Absorver-se!

Depois de um autoexame minucioso,
Entender os próprios meandros,
Os escondidos cantos,
As derrotas,
As comportas...
Abrir todas as portas,
Esticar bem as cordas!
Sempre com a cabeça aberta,
Para atingir a meta,
De se descobrir,
Ao invés de se cobrir.

Confeccionar a própria bandeira,
Inspirado pela brisa marinheira,
Respeitando os seus signos,
Os cósmicos desígnios.
A diferença:
O único dado que compensa!
A particularidade,
Disfarçada de fragilidade!
Escavar-se,
Conectar-se

À essência,
Ao sumo,
Do interno suco...
Expandindo sempre a consciência,
Para melhor enxergar a estrada.
Tanto a já percorrida,
Como a que está à frente, em forma de subida.
Decorá-las plantando flores,
Simbolizando os ardores,
A magia materializada...

Conseguida através do exercício incansável,
Da criatividade,
Sempre a serviço da sensibilidade,
A base
Das decisões em todas as fases,
Em todos os sismos,
Por sobre os abismos...
Ponte móvel, invisível, elevada,
De tão improvável,
De tão encantada!

De posse dos resultados,
Desse mergulho alucinado,
Por entre as alucinações
E as inquestionáveis sensações,
Sentir nascer na face o esboço de um sorriso,
O desejo inconfessável de um suspiro,
Uma pitada de sadio orgulho,
Por ter construído esse particular mundo.

A absorção
Causada pela autoabsolvição!



Dedico esse texto à amiga
Excelente poetisa
Rosa Serena


Vídeo indicado

http://www.youtube.com/watch?v=bmWc6rAQv8g&feature=related

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Atenção Redobrada




Impressiona-me como tudo nos distrai!
Uma postura cultural que nos trai.
Desde a tarde que cai,
Até o presente que se vai,
Tudo é motivo de distração.
Pecamos feio por falta de atenção.

Sob a bandeira de que tudo já pesa demais,
De que a vida está obscura por demais...
De que não temos mais paz:
Recusamo-nos a pensar!
Alegamos sempre, que precisamos descansar,
Que precisamos de diversão,
Para suportar essa mão.
Concordo plenamente,
Mas, isso não nos impede
De continuar prestando atenção, ao que nos toca a pele...
Não percebemos as armadilhas colossais,
Que se abrem à nossa frente,
Nem tanto para nos distrair,
Mas, para nos engolir!

Aquela cena antiga
Cansativa,
De tão repetitiva
E negativa,
De passar uma mão na cabeça,
Enquanto a outra, por trás, enterra a faca!
As perpétuas segundas e medonhas intenções,
Que justificam, perante a sociedade,
Império de arbitrariedades,
Toda a sorte de aberrações,
De sanções,
De negligentes negociações...
De condenações,
De manipulações!

Um pão amanhecido,
Uma atração de circo
E pronto!
Ficamos tontos!
Vendidos!
Enfraquecemos o juízo!
Puxamos o lençol para o inimigo deitar
E ainda preparamos café ao acordar!
A população brasileira concorre ao prêmio
De “Excelência em Ingenuidade”!
Extremamente perigoso, esse nosso compêndio!
Já passou da hora de acordarmos para a nossa dura realidade:

Estão nos enganando!
O governo federal está nos açambarcando!




Dedico esse texto a um lutador incansável,
pela formação de uma nova consciência,
dentro da educação no Brasil:

Luis Francisco Pinto


Vídeo mais que recomendado:

http://www.youtube.com/watch?v=7MbA2LjyvQo&feature=related

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Até as Últimas Consequências



Resolvi, temporariamente, parar de, com a vida, discutir.
Creio que essa postura seja mais adequada para facilitar o subir.
Afinal, eu quero chegar ao topo de mim,
Antes de ser alcançado pelo fim!
Como não sei exatamente o tempo que me resta,
Resolvi desenrugar a testa!

Decidi, também, relevar tudo que estava me consumindo,
Até porque, como se vê, já estou partindo...
Não quero levar mágoas na minha bagagem.
É bem outra a atual aragem!
Estou me devendo um bom tempo,
Um praieiro relaxamento!

Sem tem que pensar no dinheiro do pão...
Em ter que economizar para a ração!
Em ter que cortar o pacote da televisão...
Sem ter que fazer da própria casa uma voluntária prisão,
Por não ter um tostão!
Basta dessa danação!

Preciso sossegar minha mente.
Ela vem trabalhando incansavelmente,
Tirando coelhos diários da cartola,
Batendo recordes de audiência com seus shows de bola!
A ideia é deixá-la se recuperando no colo da poesia.
Solo sagrado concebido pela harmonia!

Idealizei um recomeço,
Longe de antigos e teimosos tropeços.
Onde só se caminha de cabeça erguida,
Sem ter que contar as tragédias da vida.
Onde não se precisa bater o pé.
Onde se é valorizado exatamente pelo que se é!

Quero a afeição espontânea,
A atração subcutânea!
O carinho explícito,
O respeito nunca visto!
Quero um dourado desfecho,
Para esse enlouquecido enredo!

Vivido até as últimas consequências,
Com sua inconfundível cadência!



Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=dXo2B_zA_UI

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Até a Estaca Zero




Quase sempre me é bastante complicado permanecer nessa dimensão
Onde a mentira governa
E a omissão impera.
Onde a solidariedade escafedeu-se
E o propósito primeiro da humanidade perdeu-se.
Onde se busca o sucesso,
Independente do construtivo progresso.
Onde o egoísmo é a chaga,
Que a tudo queima feito lava.
Onde a esmagadora maioria dorme
E o resto consome...
Dados que me causam uma perturbadora exaustão!

Mas, não desisto, não!
Lutarei até a última respiração!

Tenho a mais límpida convicção
De que tudo pode e vai ser melhor,
Assim que o planeta livrar-se do que for menor,
Do mesquinho,
Do cinismo,
De todos os ismos...
Que contaminam e apodrecem todo e qualquer ninho.
Nossa consciência foi enganada,
Iludiu-se,
Diluiu-se!
Fizemos escolhas erradas.
Ferimos deliberadamente a vastidão!

Somos vítimas da nossa própria arrogância,
Da nossa estelar ignorância!

Entretanto, há um propósito muito maior perpassando tudo
Que se manifesta nesse e em todos os mundos.
Algo que de tão poderoso,
Obviamente, é generoso!
Vai nos fazer resgatar de nós mesmos,
Através do reconhecimento dos nossos hediondos erros.
Vamos ter que acordar de qualquer maneira.
Eis aqui a condição primeira!
Nada será possível cosmicamente,
Enquanto permanecermos no materialismo, desgraçadamente...

Fechando a mão
Ao próprio irmão!

Em breve, muito breve, não teremos mais
O que prender em nossas palmas;
Com o que corromper nossas almas.
As posses dissolver-se-ão, como velhos jornais!
Voltaremos à estaca zero.
Não sou eu que quero!
É inevitável, diante do caótico quadro,
Completamente fora dos universais esquadros.
Perderemos os pseudos abrigos,
Até que reencontremos os nossos desígnios...
Muito mais esplendorosos e belos
Do que os atuais castelos!



Para a amiga e excelente poetisa
Angel Mac

Vídeo indicado:


http://www.youtube.com/watch?v=9IEf_Thxe3E

domingo, 24 de outubro de 2010

Assunto Encerrado



Em minha alma não cabe mais dialogar,
Muito menos suportar,
A sombra da inescrupulosa manipulação
E sua consequente desolação.

Saturei desse jogo de mentiras,
Todas tão irresponsáveis,
Quanto impraticáveis.
Estão aí os resultados
De seus escorregadios laços:
Um tosco mundo,
Exageradamente carregado no obscuro,
Tendo como aditivo a ira...

As fraudes estão tão institucionalizadas,
Tão desastrosamente enraizadas,
Que se pensam verdades!
Induzem ao autoconvencimento,
Por se acharem pertencentes à realidade.
Criam uma expectativa que termina em abatimento.
Apresentam-se como atalhos,
Sendo que não passam de fundos buracos...

Iludir-se é tão criminoso,
Quando pastoso!
É a pior manipulação,
A mais terrível solidão!
Enganar tanto ao ponto
De estampar no próprio rosto
A distorção da realidade.
É uma temeridade.

Apostar na própria mentira,
Chegando mesmo a vesti-la,
A incorporá-la,
A, plenamente, vivenciá-la...
Acreditar em sua falsa existência,
Pode acabar convencendo a própria consciência,
Adormecendo-a!
Corrompendo-a!

Assimilar uma inverdade
Não há torna realidade.
O usuário se convence de sua materialidade,
Mas não, a eternidade.
Essa sabe, exatamente, quem somos,
Os recursos de que dispomos.
Qualquer distorcida atuação,
É relegada ao plano da escuridão!

Impossível enganar o Universo!
Inútil retrocesso,
Que demonstra uma estúpida arrogância,
Uma irreconciliável impedância...
Uma imaturidade,
Que beira à brutalidade.
Seja qual for a verdade,
Pertence a ela a realidade.




Tomara que esse texto traga de volta
A indignação de meu amigo Antonio Gusmão
Ansilgus
Soterrado pela dor da perda do irmão


Vídeo recomendado:

http://www.youtube.com/watch?v=WCPMCDBcgn8&feature=related

sábado, 23 de outubro de 2010

Antes de Acreditar



Como é estranha a capacidade
Que algumas pessoas têm, de acreditar em tudo.
Sem pensar, sem ponderar,
Sem minuciosamente, analisar
O questionável assunto.
Isso, para mim, é uma temeridade.

Tenho visto pessoas inteligentes, sensíveis,
Deixarem-se levar por teorias malucas,
Transparentemente absurdas,
Apelativas,
Ridículas,
Chegando mesmo a ser temíveis,
De tão precárias,
De tão arbitrárias.

Basta surgir uma nova crença
E lá vão elas, correr atrás da sentença...
Escolhem um dogma e o adotam, defendem,
Dizem que, profundamente, o compreendem...

Sei que sempre foi assim.
A necessidade de se apegar a uma teoria,
Ainda que seja uma bem vestida porcaria,
Uma enganação cruel e sem fim...
Isso acontece em todos os ramos,
Mas, na área da fé, ocorrem os maiores enganos.

Nem me refiro aos mausoléus antigos e putrefatos.
Dirijo-me às “novidades espiritualistas esotéricas”,
Com sua multicolorida e atraente estética...
Quanta sandice, para um assunto tão delicado.
Como é um link, razoavelmente, novo.
Fica bem mais fácil de enganar o povo.
Virou um comércio tão lucrativo,
Quanto apelativo.

Apresenta um dado interessante: o alvo!
Dessa vez, a vítima não é a população deseducada,
Fácil de ser manipulada...
A faixa da população escolhida
É a dita “esclarecida”.
Que vem embarcando em modelos requintados
De barcos furados...
Saem por aí pregando,
Aborrecendo, chateando
Com suas máximas,
Que não resistem às análises mínimas.

Sei que precisamos acreditar em algo,
Que nos dê a ilusão de estarmos em contato com o alto.
Mas, todos temos dentro de nós uma espécie de sino,
Que soa claramente,
Indubitavelmente,
Diante da verdade de um hino.
Está mais do que na hora de usarmos o benefício de pensar,
Volto a repetir, de ponderar, de dissecar,
De, minuciosamente, analisar,
Antes de acreditar.




Trilha indicada:

http://www.youtube.com/watch?v=UvDYZgpyydU&p=1A1663B23B340EA2&playnext=1&index=4

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Amada





Pela manhã, conversando com minha amada,
Muito mais que idolatrada,
Ela, transpirando sensualidade,
Disse-me com toda a sua espontaneidade,
Da necessidade de se deixar levar,
De embarcar,
Nos braços seguros do belo.
Sentir-se, realmente, um elo!
Orgulhoso e agradecido
Por se estar vivo!

Respirando,
Pulsando!
Podendo, a qualquer momento,
De acordo com seu sentimento,
Detonar uma revolução
Que acelere a evolução.
Ah! Se tivéssemos consciência,
Do quanto tudo está em nossas mãos...
Se entendêssemos que é do espaço, que somos cidadãos!

Se conseguíssemos alargar a cabeça
Para além, das nossas precárias certezas!
O planeta faz a parte dele.
Mas, parece que se perdeu a sede...
Aquela necessidade de se emocionar...
De se adoçar,
De se entregar
Ao universal pulsar!

Conforme ela ia me explicando,
O dia ia nascendo
E mudando as cores do ambiente,
Os seus contornos inebriantes...
É bastante clara nossa comunicação.
Extremamente verdadeira nossa ligação!
Ela é meu norte.
Meu talismã da sorte!

Confiei-lhe cada um dos meus dias...
Toda a minha ardentia!
Está implícita sua influência,
Em cada compasso da minha cadência.
Em tudo que escrevo,
Lá está ela, em alto relevo.

Com sua imponência que acanha,
A Minha Sagrada Montanha!




Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=TuLg9TOzfm0&feature=related

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Alívio



Somos todos um, é o som da celestial percussão.
É o que toca em cada coração,
Ainda que involuntariamente,
Ou inconscientemente.

É o que está no princípio,
No primeiro indício,
No primeiro fragmento,
De cada elemento.

Somos todos um! A máxima realidade;
A única identidade...
A inevitável procedência,
De toda consequência...

A definitiva união das paralelas...
Flores na janela!
A óbvia solução
Da cósmica equação.

Somos todos um: a grande descoberta,
Que nunca esteve tão encoberta.
É evidente,
Porém, inconveniente!

A conclusão absoluta,
A suprema partitura!
O argumento divino,
A mensagem do hino.

Somos todos um e isso muda tudo!
Muda toda a configuração do mundo.
Nada ficará como está.
Tudo se reposicionará.

Estaremos mais próximos de casa!
Abriremos bem as asas...
Saltaremos do morro da ignorância,
Sobre os mares da tolerância...

Entenderemos!

Pelos ares da transcendência,
Expandindo a consciência,

Voaremos...

Um vôo intuitivo,
Semeador,
Polinizador...
O idealizado vôo coletivo.

Somos todos um! Desfecho de um martírio!
O fim das tolas discussões,
Das indigestas segregações...

Que alívio!!!




Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=GuXByKrhwAI&feature=related

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Além do Último Respirar




Que bom!
Tudo está se revelando!
A intuição está comandando!
Está apontando o caminho,
Que terei mesmo, que trilhar sozinho!
Acredito já estar preparado,
Bastante centrado.
Os últimos fios estão sendo cortados...
Últimos laços já foram desatados.

Sinto-me realmente livre,
A ponto de abaixar o dedo em riste.
Fiz as pazes com o mundo.
Quero habitar no mais profundo...
Na essência da minha fantasia
Afinal, é dourada minha sinfonia!
Muitos acordes maiores na alegoria,
Confeccionada toda sob a luz da harmonia!

É muito bom!
Saber exatamente o que se quer,
Ao mesmo tempo em que não se teme o que vier!
Ter fôlego de sobra,
Para curvar essa dobra,
Ter garra para se segurar
Sem ter que se pendurar...
Ter lucidez,
Para desviar da altivez!

Ter humildade para admitir
Que é preciso mudar para prosseguir.
Para preservar o sorriso;
Para fazer algum sentido!
Que é premente desapegar
Para reaprender a se entregar...
Dessa vez com um pouco mais de cuidado
E com muito mais tato.

É pra lá de bom,
Estar certo de não incorrer em antigos erros.
Estar exorcizado de milenares medos!
Ter afinado os próprios elementos,
Com superior consentimento!
Ter alinhado os principais argumentos,
Com os mais altos sentimentos!
Não ter qualquer arrependimento,
De ter caprichado no interno condimento!

Chegar até aqui de cabeça erguida,
Mas, sem a ignorância
Da arrogância!
Ao contrário, agradecendo a dificuldade da subida!
Ter descoberto capacidades em mim,
Que, francamente, parecem mesmo querer me levar
Bem adiante do fim...
Além do último respirar!

Finalmente, ter-me transformado em poesia,
Com requintes de ousadia!



Vídeo indicado:


http://www.youtube.com/watch?v=rg4cLd6kc74&feature=related

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Águas Claras





Minha melhor apresentação
É quando me encontro no mar límpido da positividade,
Com seu gosto de bonança
E sua convicta esperança.

É onde consigo me desdobrar totalmente,
Plenamente!
A visão cresce
E a serenidade aparece,
Com seu carinho,
Florescendo o caminho.

Gostaria de só atuar na realidade,
Quando estivesse assim, exalando essa polaridade.
Nessas águas, a ilusão fica mais bonita,
Mais convidativa,
Com vontade de ser bem vivida...
Como se fosse uma conquista,
Que merece ser saboreada
E devidamente festejada.

Fica tão boa, que parece verdade...
Assume ares de eternidade.
Não machuca,
Nem deturpa...
Apenas, potencializa o bom
Com o seu apaziguante som!
Dádiva das esferas,
A escandalosa preciosidade da primavera.
Brisa morna,
Que a vastidão entorna...

Dá uma vontade de viver!
De estar vivo,
Testando os limites do juízo,
Despojado de qualquer receio,
Como se brincasse em um recreio,
Mas, pronto a perceber
E aprender
Para crescer!
Cada vez mais preparado para se entregar
A suprema arte de gostar!

Gostar mesmo!
Sem medos!
Sem reservas,
Total entrega!
Fazer explodir no firmamento
A força desse sentimento,
A pureza,
A leveza.
Toda a amplidão
Contida no poder da verdadeira afeição.
Seres entrelaçados,
Amor consumado!




Vídeo recomendado:

http://www.youtube.com/watch?v=IHpuJ0ulvkM

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Abraçando e Agradecendo








Ah! Como valeu ter insistido
E sobrevivido!
Ter me acreditado
E em mim apostado!
Vejo que sou bem mais do que me pensava...
Muito mais forte e determinado,
Embora me sinta progressivamente, sensibilizado!
Em meu vulcão, desconhecia a salinidade da lava!

Valeu demais ter enfrentado,
Correndo o risco de ser ridicularizado,
De tão diferente,
De tão arguente!
Orgulho-me de cada cicatriz,
Estou indo para onde sempre quis!
Desconhecia a extensão da minha coragem.
Aposto no encantamento dessa viagem!

Agradeço a todos que me abandonaram!
Devo-lhes algumas lindas flores que brotaram.
Sem as suas duvidosas contribuições,
Eu não teria disparado rumo às mais altas sensações!
Onde encontrei a melodia
Que até hoje me induz à poesia!
Razão de minha existência
E luminescência!

Valeu ter feito alguns tours pelo inferno...
Ter batido os dentes nos mais terríveis invernos!
Ter sido tantas vezes roubado,
Sugado,
Iludido,
Inacreditavelmente traído!!!
Devo-lhes minha fibra
E os acordes menores em minha lira...

A todos que me negaram,
Que me bateram à porta,
Que desprezaram minhas tortas...
Que, gratuitamente, me dificultaram...
Vocês me fizeram assim abusado,
Praticamente alucinado!
Visivelmente arrebatado
Com um pé no encantado!

Agora aos amigos,
Só de pensar neles, sinto contrações no umbigo!
Nesse quesito tirei sempre nota máxima,
Com a minha ardentia ávida.
Não teria andado um décimo sem a presença deles,
Sem o entendimento,
O puríssimo envolvimento,
Que eu tive e tenho com todos eles.

Devo-lhes tudo
Que mais prezo no mundo!
Foram e são cada um, um farol,
Mantém acesa a chama sagrada do meu sol!
Como eu gostei e gosto dos meus amigos.
Gosto, respeito! Quero-os pra sempre comigo!
Em mim estão no merecido lugar:
Entre ikebanas e incensos, no interno altar!




Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=Gq8wg_SKr6o&feature=related

domingo, 17 de outubro de 2010

A Volta




Parece que o bumerangue que lancei,
Ao longo da minha vida,
Através dos atos, pensamentos,
De todos os sentimentos,
Que, consciente,
Ou inconscientemente,
Espalhei...
Está voltando!
Vem trazendo as frutas colhidas,
Das árvores que venho plantando.

São sementes de pura afeição,
Semeadas com um carinho
Inimaginável,
De tão estável...
Essa sempre foi a exigência,
A questão,
A preocupação,
A opção
Da minha consciência,
Ao longo do caminho.

Infelizmente, não consegui germinar,
Fazer, realmente, vingar,
Tudo o que eu desejava,
O que, sinceramente, almejava.
Queria muito mais!
Sonhava com resultados excepcionais,
Equânimes,
Unânimes,
Invejáveis,
De tão desejáveis!

Mas, não posso negar
Que o que consegui,
Dentro do que percorri,
É de arrepiar...
Tudo autenticado pelo tempo,
Com sua majestade,
E sua infalibilidade.
Tudo embalado pelo vento,
Um meu amigo,
Que me segreda ao ouvido:

Não pare! Siga adiante,
Seja confiante!
Espalhe positividade,
Seja exemplo de amizade,
Ouça sempre!
Repare no que está entre...
Permaneça em humildade.
Não se afaste da tranquilidade.
Respire fundo
E agradeça ao mundo:

Com veracidade!

Retribua com criatividade

E, toda, possível... sensibilidade!



Para meu amigo
Excelente poeta:
Ricardo Mascarenhas


Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=Eku1uXIOA6c&feature=related

sábado, 16 de outubro de 2010

Ranário




Acumulei tantos sapos na garganta,
Para não brigar,
Para não sair por aí, quebrando tudo,
Ajeitando um pouco melhor, as coisas do mundo...
Agora eles estão pulando fora, sozinhos...
Quando vejo, já saiu...
De minha boca, mais um, escapuliu.
Sem qualquer premeditação...
Creio fazer parte da troca de chão:
Uma boa limpeza no ninho,
Antes de decolar
Em direção à luz que se agiganta.

Também, pudera!
O que vi acontecer nessa cidade...
Absurda quimera!
Tanta falta de sensibilidade...
Império do destempero!
Ausência palpável de bom senso,
Em todas as instâncias!
Uma frieza, que se confunde com arrogância...
O sono é profundo
E o sonho é com outro mundo...
Os desejos são televisivos
E os textos, iludidos...

A liberdade é mal usada
E a segurança não é valorizada.
A feira das vaidades,
Impede o progresso real da sociedade,
Que patina entre o politicamente correto
E o capitalista deserto...
Já não têm mais olhos para a natureza,
A não ser como caminho único para a “riqueza”...
A incompetência assola o empresariado,
Que mantém o povo escravizado...
Um quadro humano terrível,
Que sufoca quem é sensível!

Diante desse quadro
Feio e desbotado,
É possível imaginar
O número de desenganos que tive que acumular...
Fui obrigado a me isolar,
Para não viver de brigar...
Tanta enganação...
Tanta manipulação!
Tanta exploração.
Senti-me várias vezes dentro do enredo
De “Calabar – o Elogio da Traição”.
De Chico Buarque, um dos grandes textos!

Agora que estou de partida,
Alguns estão escapulindo de forma imprevista.
A ocasião se configura,
A oportunidade se apresenta
E algum, mais inconformado, não se aguenta:
Salta e se resolve,
Sem medir o perigo que isso envolve.
Como não foi planejado,
Não me sinto incomodado.
Ao contrário, me sinto bem aliviado,
Por deixar meu repúdio evidenciado.
Fico com a cabeça mais leve, para voltá-la para a altura,
Cada vez, com mais desenvoltura!



Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=tqDq-VfP9Pk&NR=1

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A Troca de Palco - Metáfora para Celêdian




Quando se olha para a noite, com todo o seu peso,
Com a fatalidade de seu enredo,
Não se pode imaginar, qual o processo
Que o dia usará, para irromper com sucesso.
No entanto, ele chega lentamente,
Timidamente!
Como quem quer nada.
Como quem está chegando à estrada...

Com respeito, determinação e delicadeza,
Sem qualquer sombra de conflito,
Vem apresentando sua beleza,
Seu ensolarado sorriso...
Vai impondo sua presença,
Sobre toda a resistência.
Munido apenas, pela confiança dos seus desígnios,
Pelos entalhes dos seus signos.

Ele sabe que vai vencer!
Nada há para se lutar,
Nem para defender!
É só aguardar
E ir dando andamento...
Proporcionando fundamento para o seu argumento,
Através da sua aparição tão gradual,
Quanto absolutamente genial!

Quem observava a noite no ápice da sua escuridão,
Não poderia imaginar,
Que a suavidade venceria o escuro, em sua mansão!
Exatamente transbordando leveza,
Esbanjando a mais alta beleza,
Em um espetáculo de arrepiar!
Que sempre se renova,
Transformando em poesia qualquer prosa.

O dia sabe também, que vai ter que ceder
E permitir o anoitecer.
Mas, antes, um solo final,
Absolutamente sensacional:
O entardecer...
Perfeição de se ver!
Variação fenomenal de sons,
De tons...

De visões...
De sensações!
Uma troca de palco,
Comandada pelo alto.
Enquanto a platéia observa aturdida,
A cena inconcebida!
O dia, conformadamente se deita
E a noite prazerosamente se ajeita.




Dedico esse texto a minha amiga Celêdian,
Cujo irmão passou para o palco de cima.

Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=dQYIAE6yfsk

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Pra Corar os Anjos





Venha fazer uma despedida comigo.
Faz todo o sentido!
Afinal, tivemos bons momentos...
Poucos, mas bons!
Nós descobrimos tão particulares tons...
Fomos um mútuo transbordamento!
Algo um pouco brega como “um alagamento de prazer”...
Nosso desejo era de enlouquecer...

Era?

Sentença de primavera...

Fogo de verão!
É só chegar perto... a estação!
Tocar na sua mão,
Alterar suave, mas contundentemente,
A sua pulsação!
Sermos transportados para outra dimensão,
Onde nossa união física é uma consequência,
Da universal cadência,

Que não admite descompassos.

Exige a chama sagrada do abraço!

Não posso ir embora sem beijar sua boca.
Exigência orgânica e rouca...
A princípio, quero ficar de olhos abertos,
Para me garantir que estou perto...
Em seguida, de olhos fechados,
Soltar o passo...
Deixar o corpo todo reagir,
Sem interferir!

Atender a todas as suas urgências,

Com intensidade e paciência...

Depois...
Nem sei ao certo, o que vem depois...
Parece uma fantasia,
Com ares de alquimia...
Tudo tão puro, tão natural...
Tão verdadeiro, tão visceral!
A impressão é a de uma vivência,
Em outra existência!

Já que você não tem coragem de vir comigo pra Bahia,

Venha! Venha fazer uma última ousadia!



Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=dM1GtoPOPeU&feature=related

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Deliciosamente Bonito





Somos complexos,
Porque também somos reflexos...

Somos diferentes,
É a prova de que somos inteligentes!

Somos criadores do meio em que vivemos.
Para alterá-lo, precisamos mudar a nós mesmos.

Entretanto, nenhum dos fatores acima,
É impeditivo para uma harmoniosa rima.
Não nos sonho iguais!
Sonho com todos em paz!
Sendo o que são,
Respeitando o irmão,
Reverenciando o chão
E se inspirando na imensidão!


Nosso atual caminho é tão sem propósito, tão sem cabimento,
Que seremos forçados a encontrar outro caimento...
Não acredito que essa evolução se dê de livre e espontânea vontade.
A cegueira humana é uma calamidade.
Mas, não vejo realmente outra saída,
A não ser retomarmos a subida.
Abandonarmos nossos idiotas totens,
Para redescobrirmos os nossos melhores polens...

Somos bem mais do que estamos sendo.
Talvez não no sentido em que imaginemos...
Mas estou certo que podemos mais,
É questão de ajustes nas ondas cerebrais.
Estamos sabidamente no caminho errado.
A vida não pode e não é esse insuportável fardo.
A violência não vai vencer.
A estupidez vai ter que retroceder.

Os povos vão ter que se entender
Condição indiscutível para sobreviver...
Os irmãos vão ter que se reconhecer,
Vão ter que interceder...
Precisaremos todos uns dos outros,
Nenhum visionário será considerado como louco!
Gostaremos de verdade de estar uns com os outros.
Perceberemos tudo isso aos poucos.

Algumas mentes já chegaram tão longe,
Já provaram a existência da sublime fonte.
Por que é que nós não podemos?
Eu acredito que seja pra isso, que nascemos!
O que aconteceu foi um desvio no percurso.
O rio da evolução encontrará, certamente, o seu curso.
Está escrito
E é deliciosamente bonito!



Esse texto é um esclarecimento do meu pensamento
Para minha querida amiga
E romântica poetisa
JujuMary



Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=1KPx18LTz7E&feature=related

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A Grande Virada




Sonho com o dia do pleno entendimento
Entre a humanidade.

O momento em que nos conheceremos
E nos entenderemos.
Aquele em que nos ascenderemos
Ao próximo pavimento;
Em que nos libertaremos
De toda forma de insanidade,
De contorcionismo,
De egoísmo!

A mentira terá sido banida,
Em todas as suas formas,
Em todas as suas dobras,
Radicalmente, suprimida!
A lei será a transparência,
Para a formação de uma consciência
Mais elevada,
Bem mais adequada...
Integralmente voltada para a evolução,
Do céu ao chão.

Imaginem o final das confusões,
Das más interpretações,
Das péssimas intenções,
Das castradoras decisões...
Falaremos olhando no olho,
Entenderemos todas as expressões dos rostos.
Teremos conhecimento de todas alheias sensações,
De todas as verdadeiras emoções.

Será o fim da manipulação
De toda premeditação,
De toda enganação,
De toda teatralização...
Só a verdade
Caminhará em liberdade,
Com suas sementes sagradas,
Plenas de propriedades aladas!

Inexistirá a possibilidade de traição,
De falsificar a afeição...
Desaparecerá, finalmente, o vergonhoso e precário
Poder judiciário,
Pela inexistência da necessidade de julgamentos,
Em função da cósmica cadência,
Que exigirá a nova sequência.
A discórdia não mais nos escravizará nas águas do tormento.

Serão esclarecidas todas as ilusões,
Todas as contrações.
Ninguém mais será enganado,
Ou dissimuladamente prejudicado...
Nenhuma colheita será sabotada,
Ou prejudicada.
Ninguém será surpreendido
Pela atitude do amigo.

Apenas os verdadeiros sentimentos,
Encontrarão caimento.



Dedico esse texto à autenticidade
Da ousada, inteligente, sensível, sensual
Poetisa,
Surpreendente amiga
Camille Simeone


Vídeo indicado
http://www.youtube.com/watch?v=n5qPBLCCta0&p=D4A56ED0CBD5AA57&playnext=1&index=50

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A Corda




Há momentos em que perco a calma.
Estremece-me a palma.
Não consigo visualizar a saída,
Para continuar a subida.
Aperta-me, de tal forma, o peito,
Que fica absurdo repousar no leito.

Com certeza, uma das principais razões,
É vê-lo vazio,
Clamando por um arrepio...
Ao invés disso, acumulam-se as decepções,
Na medida progressiva em que caminha
A, já incontrolável, sensibilidade,
Que, em minha alma, se aninha...
Toda ela colocada a favor da humanidade.

Confesso-lhes que nesses instantes de escuridão,
De insuportável sofreguidão,
Chego a duvidar do positivo final.
Fica a impressão que a vitória será do banal.
Tenho minhas ferramentas para enfrentar esse desassossego.
Mas, imerso em dor, não as encontro e me perco.
Não dura muito, esse tormento.
Normalmente, rapidamente recupero meu elemento.

Como disse José Cláudio, meu inestimável amigo,
Daqueles que quero ter para sempre comigo,
Sou pós-graduado em resiliência.
Alago meu bairro e logo recupero a consciência.
Mas, é um processo doloroso,
Que me causa um desgaste horroroso,
Pois sofro por tudo,
O que insiste em permanecer errado no mundo.

A corda para recuperar minha energia,
Invariavelmente,
Felizmente,
Espontaneamente,
Abençoadamente,
Sempre me é atirada pela poesia.
Senhora absoluta da melodia,
Que sustenta minha harmonia.

Minha existência, obrigatoriamente,
Inelutavelmente,
Passa por ela...
Em minha janela azul, a flor amarela!
É impressionante como ela dominou,
Irreversivelmente se apossou,
Da minha arrebatada cadência,
Determinando a vibração da minha consistência.



Esse texto é uma Declaração de Amizade
Para o excelente escritor/cronista/poeta
Ídolo e querido amigo:
José Cláudio Adão

Com todas as minhas reverências!


Vídeo só para os mais sensíveis:

http://www.youtube.com/watch?v=Z-PJP46kaXA&feature=related

domingo, 10 de outubro de 2010

Talvez, a Verdadeira!



À beira-mar, volta-se à infância,
À mais pura instância.
Dança-se espontaneamente,
Esbalda-se literalmente...

Resolvem-se todos os problemas,
Desaparecem todos os dilemas...
Criam-se novos sistemas,
Sob estampados e alegres temas!

Mais suaves!
Repletos de novos ares...
Ensolarados,
Sensivelmente encantados!

Delicadamente sensuais...
Especiais!
Transbordando possibilidades
De felicidades...

Os últimos lampejos solares,
Com suas técnicas milenares,
Protestam ao entardecer.
Inflamam-se,
Agigantam-se...
Explodem em laranja,
Com sua força tamanha,
Que espanta,
Aquece,
Aquiesce,
Desce
E se esquece
No anoitecer.

Ainda que rouca,
Pouca,
A existência aponta
A trilha,
Por dentro da ilha.
É o que conta.

De dentro do mar,
Observando-o quebrar,
Imerso em suavidade,
Avisto outra cidade...
Talvez, a verdadeira;
A da intenção primeira.



Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=8twGuHvxn-4

sábado, 9 de outubro de 2010

A Quem Interessar



A vida toda o mesmo dilema,
O mesmo desagradável problema:
A desconfiança
Sobre a minha temperança,
Sobre o meu juízo,
O destino...
A incredulidade,
Sobre a minha personalidade...

Quantas pessoas se afastaram,
Porque duvidaram...
Porque não conseguiram acreditar
Que eu estava mesmo, falando a verdade...
Estava sim, usando de toda a sinceridade!
Nunca tive a intenção de enganar!
Ao contrário, sempre quis ajudar.
Sempre quis, o jogo, facilitar.

Reconheço que minha postura não é muito comum.
O normal é passar a perna em todos, um a um!
O normal é trapacear,
Explorar,
Enganar,
Detonar...
Acabar com a concorrência,
Sem sequer visitar a consciência!

Quando aparece alguém realmente honesto,
A reação é a de cruz-credo!
Eu assusto,
Porque insisto em tentar ser justo!
Acredito no bem.
Estou cada vez mais zen.
Quero distância
De toda a forma de intolerância.

Odeio moralismos!
Desprezo verborragia!
Abomino covardia!
Existo para combater a mentira,
A manipulação,
Que mantém narcotizada,
Abobalhada,
A população.

Nunca tive cartas na manga.
Nunca deixei alguém de tanga...
Nem que quisesse, não conseguiria trapacear.
A minha biologia me impede de prejudicar.
Sou exatamente o que escrevo.
É transparente meu relevo!
Não estou aqui pra perder tempo,
Falsificando argumento!

Não há mistério.
Falo sério!



Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=JqeUWFvO9N8&feature=related

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Alvorada Segundo a Passarada



Fico impressionado, a cada alvorada,
Com a espontaneidade,
Com a criatividade,
Da coreografia da passarada.

Estou seguro
Que aquilo é fruto
De muito trabalho,
De exaustivos ensaios...

Tanta coordenação,
E ainda mais, com empolgação
Só são possíveis mediante muito treino...
Ou muuuuuuuuita algazarra no peito!

Que alegria!
Que mágica folia,
Que os move
E nos comove!

Tudo tão cronometrado,
Que me deixa abismado.
E as aéreas evoluções?
Como é que evitam as colisões?

De repente sob um comando invisível,
Algum sinal específico e inaudível,
Param sobre o fio de eletricidade,
Em uma exibição de plasticidade,

Com seus peitos coloridos,
Cosmicamente tingidos,
Uma visão liiiiiiiinda
De uma pureza infinda!

Como podem ser tão pequeninos
E tão, insuportavelmente, bonitos?
Que sapiência ao começar um dia:
Gerando e espalhando alegria!!

Postura mais que recomendada,
Iluminada!
Ilimitada!
Visivelmente abençoada!



Vídeo recomendado:

http://www.youtube.com/watch?v=JpfvBH9FWfA&feature=related

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Visita Amiga




Ia passando rápido,
Vindo da cozinha para o quarto,
Aflito para atender da poesia, o chamado...
Quando olhei pela janela,
Levei um susto: entre a casa e cerca
Uns quatro metros, sem muita certeza,
Uma bela tela:
Lá estava um, não muito bem tratado, cavalo.
Aquilo para minha vista foi um regalo...
No céu alaranjado,
O mato orvalhado...
Esverdeando a serra,
Um enorme cavalo marrom,
Num belíssimo tom...
Singela magia da Terra!
...Esse planeta deixa-me ávido!

Acho que há tanto mais que não estamos percebendo...
Acho que é muito o tempo que estamos perdendo...
Sempre na mesma tecla.
Sempre ignorando a seta!
O que me contrai é que são erros ridículos,
Comportamento em cubículos...
Tudo tão óbvio!
Mas, preferimos o ópio...
O que estamos fazendo com a nossa sensibilidade?
Aonde achamos que vamos chegar? Respondam com sinceridade!
Estamos dando um vexame universal...
Pela Via Láctea toda, e mais algumas dimensões.
Estamos pecando no primordial,
No bom senso!
A vida não pode ser esse tormento!
Deixamos passar as melhores sensações...

Sim, fomos iludidos.
Nossa existência, da forma vigente, não faz sentido.
Até parece que em nome do juízo,
Entramos em desatino.
Mas, já há uma parcela da população
Acordando para essa situação.
Ora, se somos farinha do mesmo saco,
E uns conseguiram despertar,
Quero crer que, de alguma forma,
E sem demora,
Estaremos todos acordados,
Imbuídos no ressemear.
Por enquanto, permitamos que o espetáculo da natureza,
Afete, com toda sua delicadeza,
Com sua inclassificável beleza,
A nossa rudeza!




Vídeo sugerido:

http://www.youtube.com/watch?v=LXnuEUHmUU8&feature=related

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vergonha Nacional




O que fazer,
Com a rotina de se mentir em rede nacional?
O que fazer,
Quando a própria mídia, em geral,
Manipula os fatos,
Através de seus dados,
Exacerbando,
Ou ocultando
Certos detalhes,
Para que a notícia tenha o almejado entalhe?

O que fazer,
Quando essa indecência,
Começa pela presidência?
O que fazer,
Quando quem se presta a dar entrevista,
Não expressa seu verdadeiro ponto de vista.
Cede às pressões,
Das desejáveis opiniões.

A quem interessa tanto engodo,
A não ser às bactérias que habitam no esgoto
Da política brasileira,
Que, suicida, rolou a ribanceira
Do bom senso,
Invalidando completamente,
Estupidamente,
O seu original argumento.

De onde vem esse desprezo à Nação,
Esse ódio à população?
Qual o motivo de cuspirem diariamente,
Pejorativamente,
Na própria bandeira,
Que lhes deu a oportunidade
De servir à sociedade?
Não era essa a obrigação primeira?

Por que sabotam o futuro do país?
Por que a eles não cabem o punho do juiz?
Quem foi que os colocou acima da lei?
E essa psiquiátrica fome de poder
Que os corrói como cupins em madeira de lei?
Não adiantou trazer suas barbaridades à tona,
Estenderam sobre a capital uma fétida lona,
Que envenenada com propina desanda a apodrecer.

Até quando irá essa palhaçada,
De manter a multidão encurralada
Em sua própria ignorância,
Nos limites do que não tem qualquer relevância?
De que adianta projetos sociais milionários,
Senão para engordar os bolsos dos falsários?
Até quando quem sopra, nos olhos alheios, areia,
Escapará do seu lugar de direito: encurralado em sua própria teia!



Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=SeU5Uv-T9ws

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Homenagem vinda de minha amiga "Flor da Vida"

Poeta de Luz

Tua alma ferida e injustiçada,
Sentindo tuas dores e as dos demais,
Cercado pelo vírus da maldade,
Sufoca... Mas desistir, jamais...!
Esse vírus contagioso
Que avança e invade corações,
Só contamina desprevenidos...
Os fracos, de alma escura e incapaz...
Mas aos seres vacinados
Com a vacina da Fé e da Luz
Anda sempre coberto,
Com o manto do Menino Jesus...
Assim é esse poeta que não se cansa da luta,
Se revolta... Chora... Mas é guerreiro...
Sente o sabor amargo e mortal da injustiça,
Mas ainda assim, empunha a espada,
Verseja, Brada... E pede... PAZ...!

Flor da Vida....Suelzy


Sem palavras!
Muito,muito, muito Obrigado!!!

Verdejar




Ah! Todo mundo precisa de um pouco de paz.
Às vezes, estar vivo pesa demais.
Alguns momentos, ao menos,
Em que se alivie, um pouco, o peso.
Em que se esqueça, temporariamente,
O turbilhão incontrolável da mente.

Alguns instantes sem qualquer autocobrança,
Nem desagradável lembrança.
Nada de podridão política,
Nenhuma palavra da crítica...
Longe do território pantanoso das carências
E das insanas urgências!

Uma folga forçada às consequências.
Uma expansão voluntária da consciência,
Para se encontrar novas saídas,
Novas trilhas para a subida.
Um novo ângulo,
Que até então, se escondia sob os panos...

Um respirar desobstruído,
Confiante no que já foi construído,
Nas sementes já lançadas,
Na terra devidamente arada.
Um momento depois da oração,
Onde todo som soe com canção.

Um mergulho na esperança,
Com a certeza da proximidade da bonança.
Uma comunhão verdadeira com o universo,
Para enxergar os mais adequados acessos.
Lá no alto da própria colina,
Absorver a magia que contamina!

Observar a existência
Sem qualquer resistência,
Ou julgamento.
Ser só sentimento
Dilatado!
Dilatando...

Transbordando poesia,
Sob os ditames da imaculada alquimia!
Estender-se mentalmente...
Desdobrar-se etereamente!
A mais sutil sintonia.
Angelical companhia.

Permitir-se à amplidão,
Com seu perfume,
Seu lume!
Contínua libertação!
Do vôo, o planar.
Da vida, o amar!

Celebrar!




Essa é uma homenagem ao amor
De Marilene e Louis Plessier!


Vídeo indicado:


http://www.youtube.com/watch?v=MOqnbk3-vi0&feature=related

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ventre da Inspiração



Tenho me emocionado muito por demais...
De uma forma expansiva e abrangente,
Massiva e contundente!
Enxergo cada vez mais coloridos, os vitrais!

É como se a emoção
Estivesse em franca expansão!
Cada vez atingindo um maior espaço,
Como se estivesse estendendo os seus braços.

Eu a reconheço em quase tudo,
Em cada manifestação que há no mundo.

Às vezes, de forma bem explícita,
Outras de uma maneira mais contrita...
Mas, percebo quase sempre, a sua influência,
A incomparável energia de sua frequência.

Essa progressiva percepção me impulsiona,
Mesmo quando tenciona.

É a formatação que mais me apraz,
Que eu sempre corri atrás.
É o tipo de grão,
Que escolhi como chão.

Nunca entendi a frieza...
Para mim é um outro universo,
Que não se espelha em meus versos,
Com a mais absoluta certeza.

Prefiro arriscar-me sobre um estreito fio,
Do que desfrutar da segurança do vazio.

Os momentos mais importantes da minha vida,
Foram todos coroados com ápices emocionais,
Que me proporcionaram paisagens sensacionais.
Todos, de alguma forma, me incentivaram à subida.

Abriram minha mente,
Privilegiaram-me, somente!

Quanto mais eu sinto,
Não minto:
Mais quero sentir.
Esse é o meu melhor seguir.

Quero vôos cada vez mais espetaculares,
Para espalhar leveza pelos ares.
Quero profundidade no meu rumo...
Identificar a emoção por dentro dos muros,

Para suavizar o mundo.

O ventre da inspiração está no mais profundo!




Para minha amiga
Minha loura heroína
Janaína Siqueira


Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=o9bpdIfGjd0

domingo, 3 de outubro de 2010

Valeu, Casa!



Quero agradecer a essa casa,
Abrigo seguro das minhas asas.
Foi só por ela,
Que mantive aberta a cancela,
Tentando,
Forçando,
Lutando para as coisas darem certo,
Para caminhar reto.

Foi um prazer enorme habitá-la,
Absorvê-la.
Se pudesse a levaria comigo,
Mas, é justamente ela que vai salvar meu juízo.
Não esperava outra atitude,
De quem sempre preservou minha latitude.
Quem me viu cair
E me escorou até eu conseguir subir.

Um lugar
Que eu pude mesmo chamar de lar
Adorei cada minuto que passei,
Cada calafrio que arrepiei,
Cada degrau que subi,
Cada verso que escrevi!

E foram milhares, ainda bem!
Foram a base da resiliência,
O melhor exercício para a consciência,
A disposição extra que me quer, agora, além.
Não seria o mesmo,
Se essa casa não tivesse feito parte do meu enredo.
Um lugar mágico,
Que me deixou ávido.

Tive momentos inesquecíveis
Sensações inexprimíveis.
Uma grande experiência,
Para eu acertar o ritmo
Da minha cadência,
Para eu afinar o sino,
Da minha solvência,
Na existência.

Por novos vôos,
Novos contornos,
Novos sabores,
Novos licores,
Claro, novos tremores...
Sim, novos ardores!
Um pouso mais alto,
Para um novo salto!




Para meus amigos Lucia e Sidnei
Donos da imobiliária de minha liberdade!!!

Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=sbYG2O_ICC0&feature=related

sábado, 2 de outubro de 2010

Vento na Fogueira



Quando a festa começar,
Francamente, não terá hora pra acabar!
Acho que é evidente,
Consequente...
Proporcional
Ao período infernal...

Talvez, um pouco menos.
Quero me prevenir de alguns erros...
Que diferença
Que faz a experiência!
Alteram-se todas as consequências.
Surgem outras exigências.

Economiza-se tempo.
Preserva-se o argumento.
Floresce uma segurança,
Que até então, não passava de esperança...
Desaba o desgaste.
Lubrifica-se o engaste...

Sei até onde poderei ir,
Sem sabotar o prosseguir.
Quero apenas, uma boa dose de farra!
Até para poder lembrar das minhas garras...
Uma boa dose de festa, mas consciente.
Presumivelmente indecente!

Toda vitória precisa ser comemorada,
Para permanecer gravada.
Uma desse porte
Que acabo de conseguir,
É bem mais que sorte...
É nunca desistir!

Apesar de tantos temporais,
De todos os lamaçais,
Da demolição das catedrais,
Das decepções abissais...
De toda a tortura,
Pela fidelidade à altura!

Esse desfecho
Merecerá destaque em meu enredo.
Letras maiúsculas,
Perfeitas partituras,
Para executarem a pulsação,
Da minha interna percussão.

Batuque afrobrasileiro,
Meu braseiro!
Lenha para a brincadeira,
Vento leve na fogueira...
Celebração
Da minha baiana decisão!




Dedico esse texto à minha amiga querida,
Minha parceira de cantoria à beira-mar (inesquecíveis),
Sócia-fundadora da minha Liga da Justiça
A melhor dentista de toda a costa verde fluminense

Mamana!!!!!

Vídeo sugerido:

http://www.youtube.com/watch?v=s2Crx2_rbSA

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Útil



Um susto!
Um momento abrupto...
Pode ser muito bom para chacoalhar,
Para despertar!
Para perceber que a vida é um lampejo.
Passa rápido demais.
Não podemos perder tempo com cortejos...
Devemos minimizar os temporais!

Desviar dos espinhos,
Para apreciar melhor o caminho,
Que é o grande motivo
De se estar vivo!
Depois, é nada...
O que importa é a afeição semeada,
A flor apreciada,
A pureza reverenciada!

Já se patinou demais no ópio!
Está na hora de resplandecer o óbvio!
A ilusão da luta do bem contra o mal,
Chega a seu final,
Sem deixar saudade!
Foi um inútil exercício de imbecilidade!
Caminhamos por milênios,
Para voltarmos ao mesmíssimo ensejo...

Era de se prever que a Verdade apareceria!
Que o dia amanheceria...
Que a mente, finalmente, se expandiria
E a alma ascenderia!
O conhecimento adquirido,
Não compensou o tormento sofrido.
Mas, enfim,
Está no fim!

O que se avizinha
É melhor do que se imagina...
Bem diferente,
Mais abrangente!
Definitivo,
Para não mais ser punitivo!
Magnífico,
Simplesmente por fazer sentido!




Dedico a força desses versos
Ao meu amigo querido,
Filho da Maga,
Que vai ser pai mês que vem,
Responsável pelo restaurante
Tempero Brasileiro:

Léo !!!


Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=a8q3-T1JVlA&feature=related

Um Camarote Para Eles



Os fiéis representantes do gado,
Aqueles comprometidos com o capitalismo,
Não me aceitam alado.
Mesmo os que o fazem, esbarram no cinismo...
Apostam nos defeitos,
Que habitavam meu peito.
Não acreditam na minha morte.
Não apostam que eu tenha encontrado meu norte.

Ao invés de me apoiarem nessa meta,
Aguardam mais essa espetacular queda.

Sinto que vou desapontá-los...
Explicitamente, vou decepcioná-los.
Vou surpreendê-los,
Com a intensidade dos meus apelos.
Não imaginam a usina de energia que me tornei,
Fruto de cada vez que me recuperei,
Que me redirecionei,
De todo a afeto que semeei.

Do tanto que amei
E, ainda amarei...
Enquanto houver respiração,
Para alimentar a inspiração!
Tudo que passei
Eu processei,
Digeri
E aprendi.
Um disparate para os integrantes do gado,
Com seu comportamento bitolado.

Entendo esse posicionamento duvidoso,
Em nada honroso.
Semeado, criteriosamente, pela sociedade,
Que premia a mediocridade.
Quer a população sobre o seu cabresto,
Sem direito a improvisação no texto.
Quando alguém tenta se separar,
Tenta se superar
E decolar,
É apedrejado até sangrar...

Tenho um escudo invisível e sagrado
Que me mantém sensível e acordado:
É a poesia,
Base de minha sinfonia,
Que não me quer preso ao chão.
Exige-me aberto às melhores possibilidades
De espalhar longevidade
Para as suas sementes,
Escolhidas, artesanalmente,
Pela vastidão.

O vôo é certo e seguro.
Meu destino: o mais profundo!



Parabéns pelos 500 textos, Welinton!
Espero que isso seja apenas o começo!

Vídeo indicado:

http://www.youtube.com/watch?v=v30uH2PBaBc&NR=1