quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Consciência Tranquila




Se existe algo, que ninguém pode duvidar em mim,
É o incontestável fato que aprendi as lições até o fim.
Claro, que ainda há muito a aprender,
Uma imensidão ainda, a perceber.
Mas, sobre o que já passei,
Sobre os desertos que enveredei,
Sobre o que já vivi,
Sobre tudo o que senti,
Todo esse imenso aprendizado,
Foi devidamente assimilado.

Quero esclarecer aqui, que em todas as situações,
Eu segui a trilha aberta pelas minhas emoções,
Porém com total lucidez!
Ou seja, eu sei muito bem porque fiz.
Sei também porque quis...
Não foram decisões embaladas em estupidez.
Obviamente, agora, faria tudo diferente,
Mas, no passado, agi sim, de acordo com a minha mente.
Na época absurdamente carente
E, inacreditavelmente ingênuo, INOCENTE!

Por isso não me arrependo de coisa alguma,
Mas repetir, de forma nenhuma!!!

Tem mais um detalhe em meu enredo,
Talhado em alto relevo.
Descobri o melhor tesouro,
Muito mais precioso que o ouro.
O que em mim há, de mais sagrado,
Não pode ser maculado.
É a qualidade do meu sentimento...
Que valida, potencializa meu argumento.
Torna-me inatingível,
A qualquer forma de negativismo possível.

Ficou claro também, o tanto que tenho para compartilhar,
Para, simplesmente doar!
A qualquer ser vivente que se interessar,
Sem esperar recompensas, ou reconhecimentos,
Muito menos agradecimentos.
Caso contrário, morrerei sufocado,
Em meu castelo azul-dourado.
Preciso ser útil.
Preciso lutar contra o fútil.

Como digo sempre: para continuar a florir,
Preciso espalhar o sorrir!

Trago comigo,
O claro consentimento do infinito!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Comunhão Alada






O resgate da luminosidade,
Em sua totalidade,
Em sua plenitude
E, inconfundível magnitude,
Dar-se-á através da Alegria:
Com toda a sua leveza
E desconcertante pureza.
Das cósmicas, a mais alta autarquia!

Será o fim do circo de horror,
Patrocinado pela dor.
Será o término de um absurdo império,
Que se expandiu sob duvidosos critérios.
Chega do “apanhar pra aprender”,
Do antigo “perder, pra depois perceber”.
Livrar-nos-emos para sempre do “olho por olho”,
Adicionaremos muita tolerância em nosso molho.

Os abrigos serão erigidos,
Pelos mais nobres sentimentos.
Os pensamentos serão claramente lidos,
Sem o menor constrangimento,
Por serem abrangentes
E, indiscriminadamente inclusivos.
Nada haverá, para permanecer escondido.
O homem, finalmente, tornar-se-á transparente...

Reflexo perfeito da criação,
Explosão de autenticidade,
Em forma de felicidade.
O final de todos os questionamentos,
Em prol de um novo embasamento.
- Alada Comunhão –
Cósmica União,
Universal Celebração!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Escancarando o Peito













Deus do meu coração:
Guie meus passos,
Livre-me do cansaço,
De tantos percalços,
De todos os embaraços.
Aponte-me sempre, a melhor direção.

Cale-me o ego,
Não me permita “paralelo”.
Pegue-me pela mão,
Conduz-me por dentro,
Em direção ao centro,
Da essência de cada grão.

Aprimore-me o discernir,
Para que eu perceba o que está por vir.
Não me deixe desviar,
Nem me acomodar.
Não posso mais me enganar,
Preciso terminar de acordar.

Mande-me mensagens,
Através das belas paisagens
E se certifique que eu as entendi,
Que eu realmente, as percebi.
Desdobre minha percepção,
Para que eu o ouça com atenção.

Nesse momento,
Com sinceridade e discernimento,
Deposito minha existência,
No colo da Grande Consciência.
Sinto que para melhor prosseguir,
Preciso mergulhar no servir.

Ensine-me a tranquilidade,
Para lidar com a sensibilidade.
Para fazê-la germinar
E, incondicionalmente espalhar
As sementes primeiras,
Aquelas mais verdadeiras.

Deus do meu coração!

domingo, 27 de setembro de 2009

Detalhe Fundamental




Eu bem que tentei me perder...
Mais de uma vez... Mas não foi possível.
De tudo, tive o privilégio de perceber
O lado mais incrível,
O mais apurado,
O mais delicado!

Mesmo nas situações mais perigosas,
Despertei atitudes carinhosas.
Mesmo com as pessoas mais complicadas,
Consegui extrair saborosas gargalhadas.

Esse ímã interno que o atrai o bom do ruim,
É o que me segura em mim...
É o que me faz querer continuar a aprender,
A ampliar incessantemente o conceito de viver!

O acúmulo desses momentos,
Validam a claridade de meus sentimentos.
Desarmam qualquer possibilidade de rancor.
Faz-me passar por cima de toda mesquinharia, feito um trator!

Quando a situação aperta
E o peito entra em alerta,
Acesso a memória,
De minha privilegiada história.
Imediatamente me aquieto.
Agarro-me ao que para mim, é certo.

Respiro bem fundo,
Requalificando a energia
Que mantém o meu mundo,
Sintonizando a magia de cada dia.

Fui rejeitado pela escuridão,
Por absoluta falta de aptidão.
Ela nunca me habitou,
Nunca me representou.

Cheguei a observá-la de perto,
Mas nunca me soou como o correto.
Ali, não me encontrei,
Por isso não me entreguei.
Apesar de estar longe de ser confundido com um santo,
Há sim, luminosidade no meu canto.

Em tudo que faço
Há, no mínimo, a intenção do alto,
Está subentendido um abraço
E um enfático convite para o salto!

sábado, 26 de setembro de 2009

Surpresa Angelical




É de onde menos se espera
Que surge bela,
A imagem da redenção,
Em forma de um anjo mansinho,
Falando baixinho,
Bem no meio da escuridão,
Munido apenas do elemento surpresa,
Confiando obviamente, em sua natureza.

Com um discurso mais que direto,
Por ser absolutamente sincero,
Vem decidido a ajudar,
A provocar, a acelerar
A recuperação,
De mais essa desilusão...

A firmeza de seu discurso,
É um estímulo para se voltar ao curso,
Do qual, nem se precisaria ter saído.
O seu olhar brilhando em sorriso,
É esperança pura,
Atestando sua origem: a altura!

Como num passe de mágica,
Tudo se encaixa.
O cinza do abatimento,
Dá lugar ao colorido do contentamento.
Ele aprecia mesmo seu trabalho.
Aponta um atalho
Para a tão esperada consagração
Da inspiração,
Sobre a qual ficou suspensa a vida,
Enquanto o fôlego era recuperado,
Sobre tudo que o tinha prejudicado:
De todas as palavras duras,
Das insanas atitudes rudes e cruas,
Alimentando o espírito para retomar a subida.

É quando menos se espera,
Com ares de quimera,
Que surge o anjo todo animado,
Trazendo de volta a seu mundo o adjetivo: encantado!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Morte em Vida


Todo relacionamento afetivo quando acaba,
Provoca uma espécie de ressaca,
Que varia de intensidade,
De acordo com a qualidade,
Do que se viveu,
Do que se semeou, do que acolheu.

O tipo de final,
É um dado fundamental
Para definir,
O que virá a seguir,
Variando entre os extremos do bom ou do ruim...
O que define isso é o gosto que fica no fim.

São muito raros, os casos
Em que ambos acabam serenizados.
O mais comum é alguém sair ferido,
Sentindo-se mortalmente traído,
Incomodado, desiludido,
Arrasado, perdido...

Atualmente, os relacionamentos pouco duram,
Das intempéries, abusam.
São rasos, fracos,
Ralos, opacos,
Competitivos,
Consequentemente destrutivos.

É norma, a pessoa que ficou destroçada,
Por um tempo, sentir-se arrasada,
Sem conseguir acreditar em alguém,
Com vontade de ninguém.
Ficar lambendo a ferida,
Reclamando da vida.

Mas, se essa criatura realmente conheceu o Amor,
Abandona cedo ou tarde a amargura.
Recupera-se e volta às águas da doçura.
Resgata o próprio ardor,
Acredita que, na verdade, valeu à pena
Não permite que sua alma se torne pequena.

Entretanto, se o contrariado foi o ego,
Que deixou o cidadão cego,
A ponto de viajar na impossibilidade,
Acreditando que seria capaz de mudá-la em felicidade...
Aí, o gosto amargo,
Tem um preço bem mais caro!

Porque, por tudo se espalha...
Passa por cima do bom senso.
É um infindável mau tempo.
A tudo deturpa e peca.
A afetividade seca.
E a vida encalha!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Celêdian Assis




Para começar, ela está escrevendo um livro sobre nutrição em poesia!
Sintam a deliciosa e criativa ousadia!

É cheia de classe.
Como se não bastasse,
É uma mulher extremamente atraente,
Totalmente envolvente!

Vive em Belo Horizonte.
É entre as montanhas, a sua fonte.
Muitíssimo delicada,
Uma mãe dedicada.
Sempre, em tudo que faz, é muito aplicada.
Uma alma iluminada:
Discreta,
Sincera,
Excelente amiga.
Também está em processo de subida.

Quer evoluir,
Faz questão de contribuir.
Avessa à mediocridade,
Prefere a espontânea simplicidade.
Carinhosa,
Conscientemente generosa.
Já passou maus bocados,
Não é do tipo que manda recados.
Ainda não foi justamente apreciada,
Embora possua uma mente alada.

Nunca nos vimos,
Mas nos sentimos,
Com uma intimidade,
Imersa em irmandade.
Também não nos falamos todos os dias,
Mas estamos sempre em sintonia.
Preocupamo-nos mutuamente.
Estamos unidos numa espécie de corrente,
Feita de elos encantados,
Pelo ato de escrever desenhados.

A poesia nos uniu,
Uma instantânea afeição surgiu.
Daquele tipo que não complica,
Ao contrário edifica.
O computador nos apresentou,
Um confortável sol sobre nós despontou.
Espero um dia desfrutar de sua luz pessoalmente.
Será uma emoção de constranger toda a gente,
Nossa maior riqueza?
A pureza!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Realidade Paralela



Passei a noite em claro, febril,
Como quem exorciza um ardil!

Um lago de águas mal paradas, foi transpirado.
A outro estado de consciência, fui transportado.
Entrei numa realidade paralela,
Até que bastante singela.

Falei mentalmente, o tempo todo
Enquanto tentava adormecer.
Sabia que agia como louco,
Mas não havia mais como retroceder.
Percebi que estava na zona do delírio.
Porém, a salvo de qualquer martírio.

Tive que reconhecer alguns erros do passado,
Alguns danos que, a mim mesmo,
Eu havia causado
Por não ter percebido,
O que à minha frente, estava em negrito,
Em alto relevo.

Nada disso me incomodou,
Ao contrário, algo de acentuou,
Durante esses momentos.
Era como se, de fora, eu avistasse os sentimentos,
Todos os encadeamentos em que me envolvi,
Todos os tufões que senti.
As culpas, eu as reconheci
E ao reconhecê-las, fraternalmente me absolvi

Quando voltei, alem de todo molhado.
Estava com o peito e o plexo solar doloridos;
As costas também, como se algo gigantesco tivesse erguido...
Estava assustado, mas ironicamente, aliviado,
Um pouco desidratado,
Mas suavemente confortado;
Consciente do rumo a tomar,
Para, nos mesmos erros, não enveredar.

Talvez não consiga, todos os sonhos, realizar.
Mas nesse impedimento, alguma boa razão, há de habitar.
Talvez o tempo revele esse segredo.
Por enquanto, aposto em meu enredo.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Da Maior Importância



Afaste-se de quem vive longe da dignidade
E fica vagando pelas ruas da cidade,
Atrás de migalhas, rastejando...
Por um pouco de atenção, implorando!
Ruminando
E se envenenando.

São pessoas perigosas,
De mentes ardilosas.
São seres viciados em traição,
Que não têm ideia nem noção
Da palavra irmão.
Espalham desolação...

Não sabem entregar.
Não querem se entregar
A não ser ao negativo,
Ao comprovadamente destrutivo.

Dignidade não tem a ver com dinheiro,
Tem a ver com ser por inteiro.
Tem a ver com conjugar
Em todos os tempos, o verbo respeitar.
Dignidade é ler no espelho,
O melhor conselho.

É saber se manter sem se impor,
Sem provocar qualquer nesga de rancor.
É permitir que a mente floresça,
Antes que a alma se esqueça.
É permanecer com a cabeça erguida sem arrogância.
É se livrar da própria inconstância.

É ver no outro, um pedaço de si mesmo.
É não cometer eternamente, o mesmo erro.
É se metamorfosear,
Para a evolução proporcionar.

Dignidade
Rima perfeitamente com simplicidade,
Com autenticidade,
Com tranquilidade,
Com amizade,
Com fraternidade
E, principalmente, com irmandade.

É o primeiro passo para a Universalidade.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Destino: O Infinito!!




De agora em diante, pretendo caminhar um pouco mais ereto.
Sei qual é o meu rumo certo.
Estava muito acomodado,
Aceitando tudo como fato consumado.

Estava completamente errado.
Reconheço que já vim com caminho traçado.
Sempre soube o que quis,
Mas, desafortunadamente, nem sempre o fiz.
Deixei-me levar por quem nunca soube de mim,
Chegando a absurdos sacrifícios, que pareciam não ter fim...
Achava-me centrado,
Mas, na verdade, estava manipulado.

O problema sempre foi o mesmo:
A necessidade doentia de ser aceito,
A qualquer custo, de qualquer jeito.
Um gravíssimo erro!
Não pertenço à classe alguma!
Minha ambição material é nenhuma!
São outros os meus sonhos.
São um pouco diferentes, os recursos de que disponho.
Confesso que não são muito populares,
Porque trazem em si, a fórmula para novos ares.

Ao invés de desenvolvê-los ao extremo,
Achatei-os com os meus próprios remos,
Para ficarem mais semelhantes aos da maioria...
E assim, sabotei minha utopia.
Reconheço agora, de uma vez por todas,
Todas as atitudes loucas
Que pratiquei contra a minha essência.
Só não entrei em irreversível decadência,
Porque por trás de tudo,
A convivência solitária e ininterrupta com a arte,
Sustentou sozinha o que em mim há de mais profundo.
Algo que não foi maculado e que ainda arde.

Pois bem, depois de ter me aconselhado com a morte,
Resolvi não mais abusar da sorte.
Vou exatamente potencializar a diferença.
Darei asas à essa alma intensa.
Desenvolverei o que acredito,
O que me faz sentido.
Aliás, esse processo já começou.
Sem eu perceber já se desencadeou.
Mudei minha forma de cantar,
Estou voltando a profundamente respirar.
Através do exercício diário da poesia,
Vem se viabilizando, naturalmente a minha utopia.
Mas eu quero mais!
Sei que posso muito mais!

Quero a melhor melodia
Para materializar a tão sonhada harmonia.
Estou muito bem acompanhado,
Daquilo que me mantém arrebatado.
Sinto agora, que o universo está sim
Conspirando a meu favor,
Graças ao meu inextinguível ardor!
Por isso não paro mais: vou até o fundo de mim.
Completamente afastado da insegurança,
Amparado pela consequente bonança,
Cercado pelas universais intenções
E pelas mais belas canções.
Exijo que todas as minhas ações,
Estimulem o maior número possível de corações.

domingo, 20 de setembro de 2009

Um Aniversário Inesquecível


Hoje vi Sônia sorrindo, como há muito não via.
Isso me deu uma felicidade, beirando à utopia.
Quero-lhe tanto, tanto bem
Que, sinceramente, seria capaz de ir até o além
Do além, para lhe buscar alguma tranquilidade,
Que soasse felicidade!

Ela andava meio cabisbaixa,
Com a autoestima em baixa.
Mas sempre muito discreta
Porque de tão correta
Não queria despertar preocupação,
Com o que se passa em seu coração.

Mas hoje ela voltou
E se superou.
Estava exuberante,
Com seu astral contagiante.
Distribuiu carinho,
Iluminou seu ninho.
Acolheu seus amigos,
Colocou-nos junto a seu umbigo.
Abrigando-nos com seu ardor,
Como se fosse um verão
No auge do seu calor
No ápice da estação.

Eu sabia que ela voltaria.
Era questão de tempo.
É muito intenso seu sentimento,
Cedo ou tarde, explodiria.
É muito afeto para ser sufocado,
Cruelmente amordaçado,
Por qualquer tipo de sofrimento.
Ela nasceu para brilhar...
Para iluminar!
Esse tipo de destino,
Não se perde em desatino.

Sua luz é tão forte,
Que iluminou a cidade de sul à norte.
Contagiou a todos os presentes,
Com sua afeição sem precedentes.
Todos queriam usufruir,
Embarcar no seu inconfundível fluir.
Quando essa mulher se alegra,
É o bom que impera.
Tudo melhora,
Feito uma encantada aurora.
Vê-la dançando em seu vestido rodado,
Deixou-me indiscretamente emocionado.

Jamais me esquecerei desse dia,
Em que a vi recuperar sua alegria.
Guardarei para sempre na memória,
Esse momento de pura glória.
Seja lá para onde eu for,
Levarei comigo,
Em cada um dos meus sentidos,
Muito bem guardado,
Esse tesouro alado:
O seu amor...
Amor de irmã,
Sol da manhã!

sábado, 19 de setembro de 2009

Indecência




Tudo tem limite, inclusive a insensibilidade!

Existe algo pior do que um homem que chega à maturidade,
Sem qualquer noção de si mesmo,
Cometendo os mais improváveis erros?

Como é que pode alguém envelhecer,
E agir com os mesmos conflitos do adolescer,
Com um discurso todo contraditório,
Feito alma perdida no purgatório?

O que faria um cidadão
Enveredar-se pela sabedoria oriental por alguns anos,
E depois sair por aí promovendo desenganos,
Mascarando vergonhosamente o próprio coração?

Não consigo entender quem prega espiritualidade,
Estando naufragado completamente na materialidade.
Pior ainda, quando a criatura autodefine-se como professor...

Só se for do latente pavor!

De viver,

De crescer,

De ver a verdade,

De ser de verdade!

Claro que esse sujeito não tem espelho,
Por isso se arvora a distribuir conselhos...
Pura verborragia!
Frases feitas, clichês baratos desprovidos de ardentia.

O tipo de ego em questão
É um perigo para a população,
Porque completamente desprovido de noção,
Passa por cima das pessoas feito um furacão.

Ele se vê como um homem bom,
Da espécie que não perde o tom...

Claro que não! Nunca o encontrou...
E não encontrou, porque nunca AMOU!

Sua falsa personalidade
Forjada por um temperamento doentio,
Não lhe permite ser sadio.
Sua postura é uma calamidade,

De tão frágil,
De tão inábil!

Usa a inteligência contra si próprio.
Conquistar e reduzir a pó: é seu ópio.

É muito triste ver uma mente que se perdeu.
Um céu que tinha tudo para brilhar, mas escureceu
!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cuidado com o Coitado



É-me incompreensível a escolha de alguns destinos.
Soam-me como atos extremamente autopunitivos.

Não entendo quando alguém opta, espontaneamente,
Pela escuridão,
Pela trilha seca e sombria da negação.
Seria alguma espécie de deficiência da mente?
Nenhum tormento do passado justifica,
O que o autoflagelo implica.
Parece-me algo totalmente sadomasoquista
Que, sob qualquer ponto de vista,
Não tem cabimento.
O prazer pelo sofrimento
Não encontra respaldo,
Em coisa alguma que venha do alto.
É uma estupidez que não tem fim;
Melhor seria socar o próprio rim.

Quando esse autodestrutivo comportamento,
Fruto de total falta de discernimento,
Atinge a quem está perto,
Aí mesmo, é que por certo,
Fica mais difícil ainda de suportar,
De aceitar,
De se conformar.
Pior, só mesmo quando a criatura nega-se a mudar.
Só aceita ajuda, para continuar sua loucura,
Materializada em autotortura.
Faz-se de coitadinho
Abandonado, pobre, sozinho,
Interpretando um dramalhão mexicano
Implorando hipocritamente,
Cinicamente,
Uma chance para reparar seus enganos...!

Nesse golpe já caí mais de uma vez...
Mas não hei de ficar freguês!
Ainda hoje, amargo os resultados,
De querer ajudar, de ser bem intencionado...
O pior prejuízo não foi o material,
Permanece no emocional!
Os estragos ficaram tão feios
Que me retirei do mundo por inteiro,
Durante um longo tempo,
Enquanto convalesciam meus sentimentos,
Em meio à incredulidade,
Sobre a humana crueldade!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Palavra de Amigo II



Você está deixando falhas.
Há abismos enormes nas suas falas.
O seu teto “ de vidro” está trincado.
Deixe de se fazer de pobre coitado...

Você causou todo esse tumulto,
Que está revirando o seu mundo.
Você valoriza equivocadamente seus filhos,
Esquecendo que eles têm seus próprios trilhos.
Não adianta ter esperanças:
Eles não saíram à sua imagem e semelhança.
Eles nem querem ser
Esse supra-sumo de bondade,
Que você pensa ser...
Eles têm sua própria personalidade.

O desejo de manter as aparências da família,
Que no abismo caiu,
E que há muito sucumbiu,
Não lhe parece uma evidente armadilha?
Não lhe parece um pouco de egoísmo
Manter o falido casamento? Isso não é cinismo?
E o pior! Você pretende continuar com o extra-relacionamento,
Mesmo maculando a outra pessoa em seus sentimentos...
Tudo para não ter que brigar discutir,
Por pavor de assumir,

De se assumir!

E você vem me dizer que gostaria muito de fugir?

Fuga, vem sendo sua opção há anos.
Não dá mais para usufruir dos quentes panos...
Talvez, você tenha sido descoberto,
Porque a vida o quer desperto.

Sua existência de mentiras,
Escorreu pela pia.
Todos já sabem do seu caso
Mas isso não tem que ser o seu ocaso.

Aproveite para por ordem em sua vida.
A dignidade é uma conquista.
Não pode ser fraudada.
Tem que ser, pelo travesseiro, autenticada.

Buscar ser feliz não é um erro.
Requer coragem, esse enredo.
Se você fizer direito, vai magoar a ninguém.
A não ser a quem NÃO lhe queira tanto bem...

Todos elogiam sua seriedade,
Pois então, abuse da verdade.

Seja absolutamente verdadeiro.
É o único jeito, de se ser feliz por inteiro!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Muito Obrigado



Hoje acordei melhor, apesar do mau tempo.
A respiração sossegada,
A pulsação serenizada,
Uma calmaria saborosa nos sentimentos.

O primeiro pensamento foi: tudo vai se encaminhar.
As oportunidades boas vão aparecer,
A primavera, com todo seu poder, há de me inspirar,
Há de me fazer perceber:
As vantagens da estrada,
Para uma alma alada.

Tenho necessidade de fertilizar outros peitos.
De plantar boas sementes, do meu jeito
Delicado,
Um pouco acanhado,
Mas absurdamente verdadeiro,
Sempre me entregando por inteiro.

Aqui, entrei para a história de muita gente,
De forma positiva,
Quase sempre construtiva,
Exercitando a afetividade,
Até as últimas consequências,
Até os limites da consciência.

Construí um teto
Só de afetos:
Dados,
Conquistados,
Deliciosamente vivenciados,
Incondicionalmente partilhados.

Tive momentos inesquecíveis,
Com pessoas especialmente sensíveis,
Que embarcaram em minha loucura,
De querer viver na altura:
Olhando para cima,
Aprimorando a rima.

Cheguei aqui, menino assustado,
Saio um homem arrebatado!
Com o coração lotado de gente querida,
Que contribuiu para uma nova batida,
Para minha melodia,
Cada vez mais voltada para a harmonia.

Tenho muito mesmo que agradecer:
A todos os sóis que vi nascer,
À proteção da serra,
À energia dessa terra,
A esse mar...
Que me ensinou a navegar,

Sem necessitar de embarcação,
Apenas com os remos da afeição.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Marco Zero




A respiração começa a voltar ao normal...
Já está bem próxima do natural.
A vida apresentou-me um outro lado da situação;
Bem mais de acordo com os princípios da vastidão.
Tinha que ser assim,
Para a mudança não se converter
Num suplício sem fim.
Confesso, que foi-me difícil entender.

Apesar de voltar à estaca zero,
Sei exatamente o que não quero.
Percebo, agora, claramente,
O que me nublou a mente.
O local exato da ferida,
Que sangrou incontida.
Estou me recuperando.
Sei que a vida está me esperando.

Está voltando o fôlego.
Não quero mais me quedar trôpego.
Sempre me foram generosos os pulmões
Suportaram todas as devastações.
Apesar de ter fumado por décadas a fio.
Fruto de uma ansiedade insana...
E de passar a juventude na vida profana!
Ainda assim, eles me sustentaram sobre o estreito fio.

Falta muito pouco,
Para encerrar com esse sofrimento louco.
Sem ter direito à recaídas,
Nem estancar à porta de saída.
Tremendo de insegurança,
Ao invés de pleno de esperança.

Aproveitarei a chegada da primavera
Para me instalar numa nova esfera.
Mais adequada aos meus desígnios.
Onde eu possa expor os melhores signos.

Descobri um novo toque para os sinos,
Novas melodias e letras para os meus hinos.
Claro, que continuarão apaixonados
E apaixonantes,
Vibrantes
E mais que nunca arrebatados.

A estrada me espera.
A mesma que conduz,
Inelutavelmente,
Amistosamente,
A hera
Discretamente,
Delicadamente,
Ao seu destino de luz!

Dedo em Riste



Bastou eu me distrair,
Para a tristeza me invadir.
Não sei, ao certo, qual foi o momento,
Qual o movimento,
Que detonou o processo
Desse insucesso...
Mas não dá pra negar,
Com essas intrusas lágrimas a rolar.

Ela veio agressiva, potente,
Toda arguente,
Falastrona,
Mandona,
Arbitrária,
Autoritária,
Pressionando,
Pisando...

Causou-me um incômodo global.
Tirou alguma coisa do lugar.
Veio com uma potência fenomenal.
Acertou em cheio,
Em seu alvo preferido, meu peito.
Dificultou a circulação do ar...
Levantou-me o dedo.
Para dizer que estou incorrendo em grave erro.

Estou me menosprezando.
Estou me minimizando,
Ao aceitar as imposições capitalistas,
Que não me cabem, sob qualquer ponto de vista.
Tenho me consumido para não me rebelar,
Com todo esse suplício, acabar.
Estourar a boca do balão
E ir ter com a imensidão...

O pior é que a tristeza está certa.
Estou completamente fora da minha reta.

sábado, 12 de setembro de 2009

Primavera Arrefecida



Algo terrível aconteceu.
A primavera arrefeceu.
A estrada quedou-se vazia.
Avizinha-se uma frente fria:
Dias cinzentos, nublados,
Tristemente molhados,
Pelas lágrimas sinceras,
De Janaína,
Minha mais que querida amiga.

Não suporto imaginar a sua dor.
Preferiria que fosse comigo esse horror.
Essa sensação de perda do chão...
Essa insuportável aflição,
De perder a mãe mais que amada,
Muito mais que idolatrada!
Logo agora nesse seu momento
Tão complicado, tão mal escrito,
Quase que totalmente desprovido
De sentido,
Que contorce o umbigo.
Para o qual não há unguento.
Uma tortura
Cega e muda.
Impune,
Imune,
Cruel,
Adornada em putrefato fel!

Ela fez de tudo:
Deu voltas ao mundo
Feito super-homem,
Recorreu a sagrados totens
Para salvar,
Ou, ao menos, tentar aliviar,
O materno sofrimento,
Seu particular tormento.
Mas de nada adiantou.
Não teve jeito,
Ferindo barbaramente seu peito,
Sua mãe embarcou
Na última viagem.
Fez a passagem,
Para o desconhecido,
Para o incerto e não sabido.

Não estou certo
De sua devoção ter sido reconhecida,
Identificada e percebida.
O sentimento de Janaína por ela é tão forte
Que, sem dúvida alguma, nublou o seu norte.
Talvez, agora, lá do infinito,
Terezinha possa ouvir o seu grito
De incondicional admiração
Amparando-a sob esse furacão.
Estarei sempre por perto,
Por dentro,
No seu centro,
Com toda a força que Deus me deu
E toda a sensibilidade que me aconteceu.

Janaína é uma das pessoas mais importantes,
Mais relevantes,
Em minha conturbada vida.
Fonte de orgulho e muita alegria.
Uma mulher decidida,
Para quem o único caminho é a subida!

Atravessando as Esferas




A vida é uma sinfonia ininterrupta.
Com sua melodia em nada abrupta,
Tão sublime, tão astuta,
Que assusta.

Seu som, a alguns inaudível,
De tão sensível,
Subcutâneo,
De tão espontâneo,
Comove as montanhas,
Com suas notas estranhas,
Com seus irrequietos compassos
E desconhecidos passos.

Sua música em eterno processo criativo,
Enlevo sensitivo,
Convoca ao imponderável,
Ao absolutamente incontestável.
Algo que de tão grandioso,
Chega a ser esperançoso,
Com sua plumagem,
Além de qualquer miragem.

Seu ritmo, quase sempre imprevisível,
Tange o incrível,
Com sua incansável criatividade
Acima de toda a probabilidade.
Emerge vitorioso,
Surpreendentemente vistoso,
Com sua percussão etérea
E suas cordas aéreas.

Em seus teclados espaciais
Os registros mais que especiais,
Desenham a existência,
Com a sapiência,
Que atravessa o tempo,
Com seu inevitável movimento,
Através das eras,
Ressaltando os ardores da primavera,

O sabor das quimeras,
A determinação das heras.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Encerrando a Experiência




Nossa! Começo a perceber que aprendi muito nessa cidade.
Quero deixar registrado que não foi por curiosidade.
Cheguei aqui em busca da famosa paz praieira...
Não estava em meus planos, rolar tantas vezes a ribanceira!
Queria ficar quieto, apreciando a natureza preguiçosamente,
Placidamente...
Bem! Não foi exatamente isso o que ocorreu.
O que aconteceu?
Da preguiça,
Perdi a pista.
Nunca trabalhei tanto em minha vida.
Da fortuna não tenho notícia.
Muito pelo contrário, estou até, um pouco endividado.
Sob alguns egocêntricos aspectos frustrado!

Por outro lado,
Tudo tem dois lados,
No avesso da falência material,
Está o incontestável crescimento pessoal.
Costumo dizer que vivi várias encarnações em doze anos;
Colecionei desenganos,
Mas os planos amadureceram,
Não desapareceram.
Ganharam assinatura,
Voltaram-se todos para a altura.
Depuraram-se,
Purificaram-se,
Ganharam forma,
Esticaram a corda.

Essa paisagem pleonasticamente inspiradora,
Poderia até mesmo dizer avassaladora,
Espremeu minha alma, até revelar a poesia,
Minha ardentia...
O que me mantém em pé,
Acima da fé.
O que me faz querer crescer,
Para melhor escrever.
O que me faz escrever,
Para melhor crescer.
Aqui conheci o amor incondicional,
Que me levou a conhecer o espaço sideral!
Creio ter ultrapassado a meta,
Agora estou disponível à seta.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vaga-Lumes



Essa sua seda,
Negra,
A se disfarçar em pele,
A me exigir leve,
Oferecendo-me possibilidades...
Repleta de meandros,
Absoluta em encantos,
Rompeu barreiras,
Invadiu e tomou pacificamente,
Prazerosamente,
Todas as fronteiras,
Nessa sua insensata tranquilidade.

Envolver-me em seu tecido,
Recobrou-me os sentidos.
Afastou todos os temores
E os incômodos tremores.
Não foi uma simples entrega:
Foi uma conquista, uma vitória,
Cravada para sempre na memória.
Uma proposta de primavera,
Com todos os seus perfumes.
O real
Do irreal!
Uma noite de vaga-lumes...

Perdemo-nos no tempo,
No mais natural elemento,
Nus...
Adornados em luz!
Passeando por dentro,
No mais terno argumento,
Em total consciência.
Antiga emergência,
Que eclodiu
E nos uniu,
Em algum lugar
Simples, além do ar...!

Sem qualquer consulta,
Numa respiração única,
Sem os pregos
Dos egos,
Atravessamos múltiplos portais,
Feito crianças celestiais!
A quem,
A convenção não detém,
Por estarem imersas na certeza,
Da estratosférica pureza,
Que fez os braços se encontrarem
E se enlaçarem...

Numa espécie de confluência,
Totalmente desconhecida pela ciência.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Alvorecendo

Estava tudo escuro,
Um frio mudo.
A lua cheia começando a minguar,
Quando o dia começou a raiar
Por sobre as montanhas,
Com sua elegância tamanha!

Havia me esquecido,
Como essa cena afeta os sentidos...

O mar calmo e quieto,
Limitando-se a refletir
O fantástico colorir
No céu repleto...
Algumas nuvens como coadjuvantes
E seus desenhos incessantes.


Tudo generosamente iluminado,
Por tons de dourado alaranjado,
Pulsando vivos,
Em compassos lindos,
Convidando o azul,
A se espalhar de norte a sul.

Praia deserta...
A sensibilidade em total alerta!

Um espetáculo contundente!
Um concerto eloquente,
Provavelmente, visto por poucos,
Por trabalhadores e loucos...
Os privilegiados,
Os contemplados!

E eu ali, parado!
Enternecedoramente chocado.
Chego à conclusão
Que a vida não pode ser uma contusão...
Nem uma materialista-capitalista prisão.
Está mais para um samba-exaltação!

Cujo enredo
É o enlevo
Que faz gingar o coração,
Frente à cadência da imensidão...
Que de tão espontânea
É absolutamente magnânima!!!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Palavra de Amigo


Ah! Pelo amor de Deus!
Não se esconda atrás dos seus!

Não perca o amor dessa mulher,
Corra para os seus braços sempre que puder.

Ela pode ser o que estava faltando em sua história.
Nunca alguém o tocou dessa forma: puxe pela memória...

O seu olho está começando a brilhar.
Sua pele começa a respirar.
Tudo está conspirando a seu favor,
Em benefício desse amor.

Não é necessário enlouquecer...
Permita-se estremecer!

A vida está lhe ofertando outra oportunidade.
Quem sabe agora você conheça a felicidade...
Aquela que não se encontra em bilhete de loteria.
Aquilo que veio pelos braços da estrela guia.

Ah, amigo! A vida sem paixão não faz sentido,
Não tem brilho.

Não apazigua,
É exígua.

É um desperdício,
Um insano exercício.

Um arremedo...
O sertão quando seco!

Um deserto,
Um olho cego...

Uma comida sem sabor,
O mundo sem cor!

Um rio sem ar,
Um pássaro sem mar...

Melodia surda,
Existência muda!

Essa mulher não merece a sua insegurança.
Tire o passado da balança.
A sua realidade é dura
Você está praticamente na rua!

Livre-se das pseudo-obrigações
Libere suas emoções.
Você está até mais bonito...
O que prova que o que digo, faz sentido.

Essa mulher está fazendo você descer do trono.
Há de fazer você acordar do seu sono.
Desista de manter a aparência.
Não engane a sua própria consciência!

Você merece ser feliz,
Como sempre quis.

Seja forte!
Essa mulher está apontando para o seu Norte!

domingo, 6 de setembro de 2009

Existir



É contraproducente afastar-se do presente.
Ficar velejando pelo passado,
No leite derramado,
Ou no que ele teria de encantado,
Só satisfaz ao ego.
Pode deixá-lo cego,
Perdido na memória,
Nos meandros da própria história.

O passado é uma bagagem ingrata.
Pode levar a uma postura insensata,
Se evocado constantemente,
Melancolicamente.
Pode evocar passionais reações,
Calcadas em antigas sensações,
Equivocando as reflexões,
Impedindo as claras conclusões.

Não precisa ser apagado
Apenas, respeitosamente colocado de lado,
Para que se possa prosseguir,
Em direção ao evoluir.
Sem ter que carregar um inútil fardo.
Por vezes, desumanamente pesado.
Atrapalhando assim, a consciência,
Com a sua já vencida consistência.

Quanto ao futuro?....
Está depois do muro.
Nunca é como se espera.
Nada pode garantir a primavera.
Não adianta se poupar por ele.
Muito menos, deixar de viver, por ele.
Para que seja saudável.
O presente há de ser louvável.

Viva bem, hoje!
Faça por si, hoje!
Não retenha água sobre a ponte,
Nem sonhe com longínquos horizontes
Cada dia é uma diferente oportunidade,
Que nunca mais vai se repetir.

Saboreie a grandiosidade
Que é E X I S T I R !

sábado, 5 de setembro de 2009

Íntimo


Não sei ao certo, em que momento aconteceu,
Como foi que se deu:
Estou submerso em lirismo,
Amparado pelo seu protecionismo,
De uma forma avassaladora,
Esmagadora
E, plenamente redentora!

Um fato irreversível!
Meu único combustível...
Muito mais que uma simples união:
É uma incontestável fusão...
Não existem mais fronteiras
Feito brincadeira,
Deitei-me em sua esteira!

Minha identidade está impregnada de sua presença:
Em cada uma das sentenças,
Em cada um dos pensamentos,
Em todos os pavimentos...
Sacrossanta túnica,
Paisagem única,
Paixão súbita!

O alçapão
Da prisão.
Entrada particular
Para o mais puro ar...
Um jeito especial de perceber
De enaltecer
O viver!

Onde a fantasia é permitida,
Por ser mais íntima da Vida.
A verdadeira!
A derradeira!
Aquela que desacata
E ao desacatar
Arrebata!

Música invisível,
Poeira tangível.
Suspiro que arrepia,
Suor que assedia...
Espuma volante,
Espasmo constante,
Magia incessante!

Todas as flores da estrada,
A mais clara alvorada,
O vôo sobre o mar!
Indelével perfumar...
O lirismo é a minha canção.
O ritmo da pulsação.
É a melodia da respiração!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Canteiro



E se não houver amanhã?
O que você fará com sua filosofia vã?
O que será de todo seu preconceito?
De que terá adiantado
Ter hermeticamente trancado
O seu conturbado peito?

Não me leve a mal
Sei que estou sendo radical,
Mas não existem mais certezas.
De que adiantam as novenas,
Se você não desfrutou das tardes serenas...
Se você não aproveitou as noites amenas,
Crivada de estrelas pequenas.

E as manhãs ensolaradas?
Você permitiu que elas o atingissem
E ao seu horizonte tingissem?
As chuvas!
Você deixou que elas o vestissem com suas luvas?
Já se entregou a alguma tempestade?
Já quis iluminar toda a sua cidade?

Se não houver amanhã
Sua vida pagã
Terá mesmo, seriamente
Convincentemente,
Sido bem vivida,
Com aquele gosto de conquista?
Ou será um suplício,
Um amontoado de inúteis sacrifícios?

A vida gosta de termos como: visceral
Plural...,
É ambiciosa,
Não se revela em prosa,
Prefere a magia indiscutível dos versos,
Ainda que incertos.
Não liga para miudezas,
Trava com rudezas.
Assusta-se com a violência,
A essência
Da decadência,
Que atravessa a cadência,
Desafina
E contamina.

A vida o espera em seu canteiro,
Desde que você se entregue por inteiro.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Azul!!



Em azul!

Estou mergulhando em profundo azul.

Aquele, típico do pós-tempestade,

Colo de toda a tranquilidade.



Por estar me acalmando,

Esse filamento vem despontando,

Retomando seu espaço.

Envolvendo-me em seus encantados braços,

Elevando meus pensamentos,

Enlevando os sentimentos.

É uma espécie de paz vitoriosa,

Com um quê de honrosa.

Uma paz com gosto de conquista,

Uma belíssima vista...



Chegou transmutando o ar,

Com sua presença espetacular.

Nada perguntou,

Apenas aceitou



Esse azul,

Inimaginável azul,

Permeando a tudo.

Vivificando meu mundo.

Erguendo-me a cabeça,

Devolvendo-me à delicadeza.

Veio em meu auxílio,

Para exterminar o suplício,

Deixado pela tristeza,

Que escapuliu da represa.

Veio em forma de serenidade.



Pedi-lhe que cobrisse toda a cidade,

Com sua impressionante beleza,

E inestimável leveza.

Varreu toda a casa,

Tirou o pó das asas.

Retirou-me as queixas,

Modificou todas as deixas...



Nesse azul,

Inestimável azul:

Volto à pureza da esperança,

Pelos trilhos da temperança.



Deposito minha vida,

Ornamento a subida.



Abro bem os braços,

Para o infinito espaço.



Recupero os laços,

Reforço os traços.



Abandono toda a rebelião,

Em favor da próxima revolução.



O tempo perde a relevância,

O que conta é a constância.



É a frequência,

Da consciência.

É o carinho,

Indiscriminadamente espalhado pelo caminho.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Uma Mulher Rara



Assim: quem a olha de longe,
Com certeza, desentende seu horizonte.
Não imagina o que se passa ali dentro.
O furacão que habita em seu centro.

Impossível, para a maioria, acompanhar seu ritmo,
Tentar decifrar seus rebuscados signos.
Uma mulher rara
Valente, brava.

Lutadora inconformada,
Não gosta de águas paradas.

A vida é pouco para ela,
Não é de ficar olhando pela janela...

Se não acontece, ela faz acontecer

Não é muito de ceder

Sua mente ágil,
Nada tem de frágil.

É determinada,
Obstinada,
Múltipla,
Única!!

Mas quando ela gosta...

É luz do sol brindando a costa

Mar calmo...

Faz você se sentir a salvo!

Afasta todos os perigos,
Corre atrás dos vestígios...

Vasculha o caminho
Para facilitar o acesso,
Ao seu delicado ninho!

Sou seu fã confesso!!

Ela faz o que pode por mim.
Remove sim, montanhas,
Com a sua disposição tamanha.
Guardo-a prazerosamente dentro de mim!

Não sei mais viver sem seu peculiar humor,
Sem seu transparente furor.

É uma força da natureza!

Uma riqueza

Inafiançável,

Inestimável,

Absolutamente confiável,

Preciosamente adorável!


Para Patrícia Fajreldines

Imprescindível



Ela é Mais que sensível!
Uma pessoa imprescindível,
Que todos precisariam ter na vida.
Aquele tipo de pessoa que é só subida!

Sob suas asas é impossível esmorecer,
Nem pensar em retroceder.
Ela tem sempre o argumento certo,
Para que você caminhe reto.
Sem se deter com as picuinhas do caminho.

É gigantesco seu carinho.

Senhora de toda a paciência do mundo,
Sabe ouvir como poucas,
Mesmo as histórias mais loucas...
Sabe o que dizer
Para fazer você voltar a crescer:
Seu desejo mais sincero e profundo!
Suas mensagens são todas positivas.
Esmera-se para que sejam construtivas.

Quando você está emocionalmente ao relento,
Ela aparece com seu inquestionável alento.
Discretamente, recolhe seus cacos.
Maternalmente, reúne seus dados,
Apresentando-os de forma mais ordenada,
Mas não menos apaixonada!
Para que você possa pensar direito
E sair do corredor estreito,
Direto para a luz,
A que todos devemos fazer jus.

É catedrática em auxílio,
Em exterminar com o alheio suplício.
Estudos comprovaram não ser possível determinar
Até onde seu coração é capaz de chegar.
É impossível medir sua generosidade,
A sua louvável capacidade
De se entregar,
De se doar,
Pelo simples prazer
De fazer ressurgir
O sorrir!
De ver renascer
O florescer!

O que ela tem feito por mim,
É de uma competência que não tem fim.
Levantou-me do leito.
Trouxe-me bálsamos perfumados para o peito,
Sem se cansar,
Nem reclamar
Das minhas insuportáveis recaídas...
Sempre me lembrando que há sim uma saída,
Que não posso desistir.
Que a minha história -
A própria memória
Insiste que eu devo prosseguir.
Que tudo vai se encaixar,
Nesse próximo raiar,
Que já vem vindo,
Tocando os seus sinos,
Anunciando o novo tempo,
Pleno de contentamento.

Para Marilene Rangel Plessier

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Enlevo



No estandarte etéreo da vida disseminada,
Em azul e dourado está escrito
O que não pode mais ser omitido.
O que de tão antigo,
Superou a idade.
De tão criativo
É o símbolo da simplicidade.

Aquilo que canta a alvorada
Em seus concertos matinais,
Magistrais!

Está na simetria
Da coreografia da revoada.

É o que conta cada onda que quebra.
Está na eloquência da serra,
Na fúria dos temporais,
Na placidez dos madrigais...

A matéria prima das colméias,
A originalidade das centopéias!

A chuva do sertão,
O calor do verão!

A estampa da neve
Está em tudo que enleve!

Na voz do cantor,
No peito do trovador,

A melhor intenção
A única redenção!

No avesso da ilusão,
Na fertilidade do chão.

Em todas as matas.
Em tudo que acata,
Que enlaça,
Que abraça.

No brilho do olho,
Em cada traço do rosto!

No sorriso,
Na perda do juízo!

No aconchego do ninho,
No carinho!

Transparece nas flores.
Inspira todas as cores!

Transpira no ar...

A habilidade de voar...

Está em todas as alas,
Em todas as asas.

Por dentro das paredes,
Nos nós das redes.

No claro e no escuro.
Nos dois lados do muro,
Por dentro,
No centro!

No conselho do vento,
Em todo e qualquer alento.

Na determinação do leme,
Na mão que treme,
Emocionada,
Na noite enluarada.

Na harmonia
Que inspira a poesia.

Em tudo o que se vê

O que se lê

É o celestial ardor:

O AMOR!!!!