domingo, 30 de maio de 2010

Instintivo




Como deve ser complicado sentir
O que não queria se sentir.
Ter que ficar atento,
A todo interno movimento,
Para não demonstrar,
Não deixar escapar
Uma oculta atração,
Que dilacera o coração.

É uma situação, vergonhosamente comum,
Que pode acontecer a qualquer um.
Se pudéssemos dominar
Ou pelo menos, conscientemente direcionar
Essa força bruta,
Que mete medo e assusta...
De tão poluta,
De tão abrupta...

Vivemos acorrentados a convenções,
A mesquinhos e mentirosos grilhões,
Que nos impedem de termos a liberdade
De exercermos o direito à espontaneidade.
Nossa sexualidade é teleguiada
E castradoramente limitada,
Por regras falsas,
Que obrigam à maioria a pular da balsa...

É quando escorregamos para os porões,
Das nossas tentações...
Parece algo soturno,
Exatamente por estar oculto,
Mas é ali, que se encontra o sentido,
Da verdadeira libido,
Que desconhece qualquer preconceito.
Mira apenas a satisfação no leito.

Quem ainda não passou pela situação,
De ter que driblar feito pentacampeão,
Para esconder o que parece já que todos sabem.
Aqueles instintos que os outros dizem, que não nos cabem...
Mas que gritam dentro de nós
No escuro do quarto, quando estamos sós.
Quando ninguém pode censurar,
O que está a nos arrepiar.

Que poder tem a verdade!
A mais verdadeira vontade...
Talvez, essa seja a prova mais racional,
Do quanto ainda há em nós, de irracional,
De instintivo,
De primitivo,
De animal,
De, incontrolavelmente sensual.

O que seria de nós sem a nossa fantasia,
A pontuar nosso dia a dia...
Essa explosão de rebeldia,
Contra a famigerada apatia!

sábado, 29 de maio de 2010

Infinitivo



De volta à tranquilidade,
Percebo, em cada poro,
A preciosidade do seu solo!
A inestimável sensação de saciedade...

Fica mais fácil identificar as preciosidades
Espalhadas com tanta generosidade,
Através da manifestação,
Reflexo da vastidão,
Proporcionadas pela existência,
Em sua hipnotizante cadência.

Tudo tão superlativo,

Tão incisivo,

Efusivo...

Infinitivo...

Tão criativo,

Tudo tão definitivo!

Dá uma vontade danada de viver,
De, destemidamente, percorrer...
Seguir de braços abertos,
Dentro de barcos descobertos,
Fluindo em rios florestais,
Rumo às marés siderais...

Paira um carinho no ar...
Um prazer extra em respirar!
Sente-se a verdadeira dimensão,
A gigantesca proporção,
De, tão somente, estar vivo,
Expandindo os sentidos...

E se maravilhando
Com o inapelável balanço
Dessa obra tão inclassificável,
Quanto incalculável!
É inimaginável a sensibilidade
Que emana da eternidade!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Inevitável Erupção


Há momentos que cansa ser essa eterna e contínua mutação.
Mas, parece que não há outro jeito,
De manter desobstruído o peito.
Quando penso que já está tudo assentado,
Tudo em seu lugar, classificado,
Entra novamente em inevitável erupção,
Esse interno vulcão, que nunca se acomoda,
Que não adormece
E nunca me esquece.
Está sempre me colocando de volta à roda
Da depuração
Moto contínuo da evolução.

Ultimamente, isso tem sido mais que constante,
Tem sido permanente...
De uma forma bem eloquente.
Mas, o que é mais importante,
É que estou aprendendo a não me rebelar,
A não ter preguiça de me renovar.
Consigo sim, enxergar um fio por trás,
Que me quer mais...
Bem além!
Muito aquém...
Ali, bem perto da linha do horizonte,
No topo do meu monte.

Que, de tão alto,
É um convite irrecusável ao salto!
Eu mesmo defini o tamanho da minha montanha,
Com a minha determinação tamanha,
De vencer a mediocridade,
A arrogância,
A inconstância,
Toda a banalidade...
Sempre busquei o núcleo, o centro.
O que emana de dentro...
Nunca fui adepto da periferia,
Muito menos da hipocrisia.

Aprendi que tudo tem seu momento certo para ser revelado.
E que essa revelação, não pode macular o já conquistado.
Tem que ser feito no solo sagrado do respeito.
É o único aceitável jeito.
Existem detalhes
Que, realmente, só dizem respeito aos individuais entalhes.
Não há necessidade de se tornarem públicos,
Ou serem submetidos a julgamentos úmidos.
Demorei muito por demais para assimilar esse dado.
Mas, agora, o mantenho em alto relevo,
Em lugar de destaque em meu enredo,
Para nunca mais ser abandonado.

Estou sorvendo todos os momentos com indiscutível prazer.
Sei que, para sempre, está sendo alterado meu viver.
Estou alçando a um patamar bem mais elevado,
Bem longe das repetidas mazelas do passado.
O benefício inefável e translúcido da maturidade,
Chega-me com um gosto inesquecível,
Exigindo-me, cada vez mais sensível,
Cada vez mais aberto
À opção de me manter desperto,
Para apreciar e registrar tudo
O que está revirando meu mundo:

Para melhor!
Para maior!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Incompreensível



O ser humano tornou-se um emaranhado
Injustificado
De incoerências,
De adjacências...
Algo tão complexo,
Que perdeu o nexo.
Algo impraticável,
De tão, suicidamente, instável...
Chegando ao cúmulo,
De se tornar um absurdo,
Ser gentil e carinhoso,
Sem receber de volta,
Um comportamento perigoso...
... Beirando à revolta...

Como se o carinho fosse uma ofensa,
Algo embolorado da dispensa...
Assustadoramente desconcertante,
Desconfortavelmente arrepiante...
Algo perigosamente exótico,
Um descompasso estóico...
Uma ameaça à firmeza,
À retidão,
À configuração
Necessária para manter as certezas
Rotas,
Tolas...
Gastas,
Putrefatas!

Quando aceita a demonstração de afeto,
Fica buscando algo concreto,
Talvez, uma segunda intenção,
Pescada pela razão,
Quem sabe uma trama diabólica,
De alcance planetário,
- Que destrua nosso precioso relicário -
Elaborada por uma mente sórdida
Que não quer perder espaço
Para o embaraço,
De ter sido tocada,
Temporariamente desorientada,
Por aquele gesto,
Há tanto tempo banido do seu teto.

Somos os nossos monstros.
Julgamos, por nós mesmos...
Somos, irresponsavelmente, tolos.
Não assumimos nossos erros.
Vemos maldade em tudo.
Recusamo-nos a olhar para o fundo.
Estamos contaminados,
Pervertidamente, condicionados...
Trancamo-nos em nossos porões.
Somos os agentes executores,
De todos os nossos estertores.
Somos a seca dos nossos sertões.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Impossível Negar!





Já vivi os dois lados da moeda.
Já comi de colher.
Já fui homem, já fui mulher.
Detesto moela!
Já fui patrão
E, também empregado.
Nunca explorei.
Fui muito explorado.
Já me desestruturei...
Conheço bem a solidão.

Já servi.
Já fui servido.
Nunca traí.
Conheci todos os gostos da traição,
Todos os gestos da decepção...
Nunca fui completamente entendido.
Ouvi muito!
Em tudo, fui fundo.
Já enlouqueci,
Mas nunca me esqueci.

Já morri
E morri de novo.
Ainda mais louco,
Renasci.
Fui deixando o medo
Pra fora do meu enredo.
Sempre acordei cedo.
Impossível não me embaralhar com o novelo...
Já fui muito teimoso.
Hoje sou mais atencioso...

Acredito que cada um tem seu lugar.
Desprezo toda forma de competição,
Inclusive a esportiva...
Não consigo me alegrar
Com a derrota do outro.
Só falo olhando no olho.
Já gostei mais de ficção.
Já pensei ter esgotado as alternativas...
Evidente que já toquei a morte.
Tenho obsessão pelo meu norte.

Já bebi!
Já me rompi!
Já pensei burguês.
Já fui freguês...
Já fiz parte da multidão.
Hoje prefiro fazer canção...
Já beijei o chão
Já vivi de ilusão.
Existo em poesia.
Espalho sementes de harmonia

E, principalmente, de alegria!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Embrião Argentino



Qual a importância de uma data,
Que marca o início do sonho
De um povo,
Que ainda nem se sonhava nação.
Era só embrião,
Egrégora fecundada!

Vinte e cinco de maio de mil oitocentos e dez,
Começa a se desenhar os pés,
Os pilares de uma revolução.
As primeiras sementes são lançadas ao chão.
Em meio a muitos planos, confrontos e desenganos:
Um parto de seis anos!

Alguns espanhóis sul americanizados,
Resolvem se separar da Espanha,
Movidos por uma intuição estranha,
Uma determinação tamanha,
Contra a coroa tacanha.
Homens, positivamente, iluminados.

Munidos de assustadora coragem,
Decidem cuidar da sua paisagem.
Abandonados pelo real colo,
Assumem o solo!
Definem as primeiras trilhas,
As primeiras fronteiras,
Os iniciais traços da bandeira,
Do país que viria a se chamar Argentina.

Um dos ícones latino-americanos!
Sul-americanos!

Um povo valente,
Extremamente inteligente,
Buscando a cadência,
Dentro de sua própria consistência.
Com suas diferenças,
Crenças,
Como todos, com problemas,
Mas ciente de seus emblemas.

Uma alma generosa
Altiva,
Ativa,
Voltada para a arte,
Para os encantos da tarde...
Valorosa,
Politizada,
Fortemente enraizada.

Duzentos anos!
Ainda tantos planos...
Para quem nasceu para a superação,
Para a autolapidação;
Para quem não se entrega,
Por estar certo da proximidade,
Da infalibilidade,
Da sua primavera.

Parabéns ao povo Argentino,
Por ter tomado em suas mãos, o próprio destino.


Esse texto foi-me encomendado pelo poeta/amigo
Carlos Alberto Giménez, que o selecionou para ser
publicado junto com os vencedores de um concurso
nacional na Argentina sobre o tema. Ou seja:
“MINHA PRIMEIRA PUBLICAÇÃO !!!!!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Imerso




Tenho me percebido imerso no sentir.
Entre um arrepio e outro,
Um discreto espanto estampado no rosto
E essa fome absurda de prosseguir...

Ah! Esse próximo passo!
Sua espera causa-me espasmos,
Tremores,
Temores,
Um inconveniente cansaço.
Alimento-me de etéreos abraços.

Essa intensidade com que venho vivendo,
Era-me inimaginável,
Radicalmente impraticável.
Eu diria, que, seguramente insustentável...
Além, de pouco provável.
No entanto é o que vem florescendo.

Com suas formas inéditas,
Com seus argumentos, sem direito às réplicas...
Com seu aspecto de sonho impossível...
Uma verdadeira intimação ao sensível,
A tudo que for sideral predicado,
A tudo que for delicado.

Como a vida muda de acordo com a lente,
Que emprega a mente!
Parece mesmo que tudo é questão de foco,
Para descobrir o mais adequado colo.
Aquele onde os dias se aquecem,
E as tempestades se esquecem.

Não sei precisar em que momento, aqui, cheguei.
Só posso lhes assegurar do tanto que cantei,
Da pureza das águas em que me banhei,
Das dezenas de vezes que capotei,
Da qualidade das sementes que plantei...
... E da imensidão que amei...

Amo!

E amarei!

É a minha sagrada vestimenta
Antitormenta,
Que me faz levitar
E me dispersar...
Livre e liberto!
Leve e desperto...

Pelo ar... ... ...!

domingo, 23 de maio de 2010

Império Umbilical



Admira-me a capacidade humana de se enganar!
De não querer enxergar
O que está à sua frente, gritando!
Em painéis de neon brilhando!

Há situações em que custo a acreditar
Que a pessoa possa pensar,
Que alguém está acreditando no seu teatro
Tão precário, quanto desastrado.

Suponho que deva ser exaustivo,
Esse trabalho intensivo,
De representar em tempo integral,
Em rede mundial...

Já entendi. Deve ser essa a razão da precariedade do resultado...
Francamente, algumas atuações são um insulto à inteligência,
Impossibilitam toda e qualquer convergência...
Como costumo ilustrar: uma bola chutada fora do estádio...

Tenho reparado também, que o nível de acesso à educação,
Ao contrário do que se possa imaginar,
Mas, foi o que pude repetidamente, comprovar,
Pode complicar e bastante, a equação.

É quando a pessoa usa a inteligência contra si mesma,
Autoconvencendo-se, com absurdos argumentos, da pantomima.
É quando o ego passa à frente e interdita!
Edifica em bases frágeis, suas certezas.

Existe também o tipo que frequenta reuniões místicas,
Não para se desenvolver,
Nem crescer,
Mas, para achar fundamentos que justifiquem suas estatísticas...

Sua ensandecida conduta,
Radicalmente oposta à altura.
Seu conjunto de códigos,
Visivelmente ilógico!

Seu discurso é uma reverência
À incoerência...
É transparente sua inconsistência.
Desperta piedade, sua insolvência.

É um ser só!
Atado a um nó.
Infantilmente escondido,
No império do próprio umbigo.

sábado, 22 de maio de 2010

Fantasia II




Seu olhar me carrega...
Recarrega!
Passa-me segurança,
Tem ares de bonança...
De promessas
Confessas.
Tem algo mais:
Tem paz!
Entalhes de fidelidade
E de tranquilidade.

Ainda hoje lhe elogiei o caráter impoluto,
Resoluto,
Bem resolvido,
Um pouco tímido,
Mas vibrante,
Pulsante.
A sensualidade da sua pureza,
Endossa minhas principais certezas.
Seu brilho incide sobre mim e me incita,
Excita!

Incrível como você não só se encaixa,
Mas ultrapassa,
Todos os meus planos.
Preenche todos os cantos.
Tenho a impressão que você fica à vontade
Ao meu lado.
Curte minha comicidade,
Meu jeito pacato.
Como será quando você descobrir o tufão,
Que habita em meu coração...

Tomara que não se assuste
E fuja como a esmagadora maioria.
Tomara que se ajuste...
Posso adaptar alguns acordes
Para a nossa sinfonia.
Essa que vamos escrever em breve,
Apaixonada e leve,
Realinhando nossos nortes.
Faremo-nos cada vez mais unidos e fortes,
Abençoados pelas nossas sortes.

É isso sim!
Para mim
Você tem conotação
De benção!
De união,
Fusão!
A mais linda lenda,
Recompensa!
O velho ideal esquecido,
De amor correspondido.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Horário Mágico




Cinco e vinte da manhã, resolvi ir apreciar
O “verde” acordar...!
Debrucei-me na varanda quase de frente para o leste,
Totalmente coberto de nuvens estava o oeste.
Do sol, um vago vestígio,
O momento anterior ao início.

De súbito reparei que a goiabeira
De tão forte e altaneira,
Estava praticamente entrando na varanda,
Com a sua força tamanha.
Lembro-me de ter pensado: preciso mandar podá-la,
Em seguida num gesto insano, resolvi tocá-la.
Os galhos pareciam querer o toque,
Daí em diante mudou completamente o enfoque.

Ao tocar o primeiro o galho tive uma sensação,
Bem próxima... ... ... a exaltação!
Senti um relaxamento físico
Único!
Senti as rugas acomodando-se,
Os músculos soltando-se,
Como se estivesse em profunda meditação,
Mas não era, era pura e simplesmente uma celebração.

Pensei em meu irmão universal Welinton, com sua sensibilidade mágica,
Com sua alma ávida...
Queria que ele estivesse sentindo
O que eu estava sentindo.
Queria compartilhar fisicamente, essa encantada experiência.
Resolvi, aí sim, intencionalmente, focar a consciência.
Comecei a tocar com verdadeiro carinho,
Ao que em dobro as folhas iam me retribuindo...

De imediato, o que me veio à mente,
Foi a inegável constatação de que já sou um sobrevivente!
Um alarme interno disparou.
A partir de então, algo mais despertou.
Na exata proporção em que as coisas se complicaram,
As resistências, espontaneamente, se multiplicaram.
Nunca pensei que resistiria ao que venho superando,
Ao que, corajosamente, venho enfrentando.

Portanto, já sou um vitorioso.
Já cheguei muito além do que pensava que poderia chegar.
Esse dado é, plenamente, apetitoso.
Meus pulmões encheram-se de ar.
Fui invadido por uma convincente alegria,
Beirando a uma ponderada euforia...
Aí me debrucei valentemente e toquei
Todos os galhos que encontrei...

Sentindo sempre carinho de volta,
Como resposta.
Aí vieram mil pensamentos,
Todos transbordando fundamentos.
Eu estava sendo incomodado com a ausência de toque físico,
Nem era propriamente, daquele mais íntimo...
E a goiabeira estava ali, absolutamente disponível,
Bastando para tanto, eu estar sensível.

Foi uma experiência grandiosa,
Que deixou a vida um pouco mais cor de rosa.


Dedico esse texto ao irmão universal, poeta
Welinton Magno

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Declaração de Solidariedade




Minha preciosa amiga,
Minha alma está profundamente dolorida,
Com tudo o que lhe aconteceu
E a violência com tudo se deu.

Um absurdo!
Um prenúncio do fim do mundo,
Do caos em que vivemos,
Dos insensatos perigos que corremos,
Contra os quais versa tudo que escrevo,
Em altíssimo relevo.

Dispensável dizer que você não merecia
Passar por essa “anomalia”,
Esse fruto podre do nosso tempo,
Absolutamente sem cabimento...
Logo você empenhada em filantropia,
Adepta das mais puras ideologias...

Sempre pronta a ajudar,
A amparar,
A acarinhar,
A abraçar
Com esses seus braços enormes,
Com sua luz poderosa e forte.

Como já lhe disse, preferiria que tivesse sido comigo.
Sei que o que você está sentindo é de perder o juízo.
O que eu posso fazer
É sinceramente lhe dizer
Que estou ao seu lado.
Conte sempre com meu ombro alado.

Você surgiu na minha vida
No pior momento,
No mais terrível tormento,
Quando pensei que não fosse terminar a subida.
Foi então, que, com toda a sua força, você apareceu
E a minha noite amanheceu.

Se estou superando tudo,
E estou,
Digo-lhe do meu mais profundo,
Foi sua generosidade que me alavancou.
Sem você tudo teria sido muito mais terrível,
Praticamente impossível!

Sei que não sou o único privilegiado,
Pois você distribui amparo,
Sem qualquer recato,
A todo ser que você entenda como necessitado.
Alma rara!
Douradamente cara!

Rogo-lhe que reaja; que não se deixe abater.
O dia espera por você para nascer.
Você é muito mais que demais.
Pertence ao time dos colossais.
Pegue minha mão,
Alivie seu coração...

Acredite no poder supremo da Vastidão!

Amo você intensamente,
Irremediavelmente,
Incontestavelmente,
INCONDICIONALMENTE!


Esse texto vai para minha amiga/irmã Arlete Canário,
Que acabou de passar por uma violência inconcebível!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Hora de Acordar



Nem toda empatia pode ser explicada.
Quase nenhuma desavença deve ser considerada.
Nem toda faísca pode ser constatada.
Quase nenhuma implicância deve ser alimentada.

Desconhecemos alguns fundamentos das ligações,
A origem de algumas sensações,
A fonte de tantas suposições,
A teia das sobreposições...

Estamos à mercê de tantas influências.
Tantas batidas diferentes compõem nossa cadência.
Não registramos onde conectamos nossos fios luminosos.
Ocupa-nos a mente pensamentos menos gloriosos.

Seguimos focados em nosso ego,
Como espontâneos e estúpidos cegos,
Sem nos dar conta de que vem do exterior,
A maior parte do que defendemos como interior.

A influência da sociedade
É encontrada, inclusive, no exercício da afetividade.
Gostamos do que nos foi apontado para gostar.
Caminhamos por onde nos foi permitido caminhar.

Ás vezes, uma afeição salta essa barreira
Instala-se com a ingenuidade de uma brincadeira,
Mas, é deletada, assim que identificada,
Por não estar no inconsciente coletivo cadastrada.

Agimos, como se não fôssemos indivíduos,
Como se fôssemos desprovidos da capacidade de pensar,
De analisar, de ponderar...
Como se não fôssemos únicos!

Vestimos a roupa justa demais e desconfortável
Dos absurdos estabelecidos,
Arrogantes e incoerentemente autoconvencidos...
Normalmente, a personalidade defende o indefensável!

Ao supervalorizarmos e atendermos à opinião alheia,
Embaraçamo-nos numa perigosa teia,
Pegamos um atalho falso,
Que nos afasta cada vez mais, do alto.

Buscamos fora, as respostas, os espelhos,
Que, em verdade, estão dentro.
Ensinaram-nos a temer o próprio centro,
A evitar e abafar os próprios conceitos.

Empurraram-nos e, ainda nos empurram o aceitar,
Em detrimento do raciocinar...
Fomos e estamos sendo criminosamente manipulados,
Para permanecermos conformadamente,
Passivamente,
Estrategicamente,
Convenientemente,
Hipnotizados

No gado.

Mas, o Universo exige-nos Acordados!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Habitar




Olhando por sobre minha asa direita,
O que me deleita
É o desenho impecável da serra,
Em verde veludo!
- Arquivo do mundo –
Registrando a história da Terra.
Elogio à soberania
Da harmonia.
- Fonte!
- Montes...
- Poder!
- Vontade... de viver!

De subir ao seu supremo altar,
Não para orar,
Mas, para me entregar.
Para a mim, regressar
Pulsação mais que ativa,
Incontida.
Quantos segredos!
Que belo relevo!
- Inacreditável paisagem!
- Impensável mensagem!
- Imponderável postagem!
- Impassível passagem...

A sensação é de proteção materna,
Firmeza terna!
Quem me dera assimilar todas as suas lições,
Cada uma das suas sensações!
Sobreposições
De exclamações.
Inusitadas constatações,
Inspiradas todas, em longínquas constelações!
- Seu temperamento!
- Acobertamento!
- Acolhimento!
- Seus filamentos...

Já, por sobre a asa esquerda
Uma exortação à nobreza!
Um abuso em azul,
Canto do vento sul!
Isso não é uma visão,
Está mais para uma alucinação,
Com seu mantra que nunca se repete.
Onde a vida se reflete
- Num balé hipnótico,
- Exótico!
- Quase utópico...
- De tão cósmico.

Vontade de mergulhar!
Ah! Se eu pudesse respirar,
Se pudesse algumas leis desafiar,
Para poder, com meus poros,
Para sempre registrar,
Seus magistrais solos...
Escandalosos
De tão caudalosos!
- Abusados!
- Concretos, de tão abstratos.
- Milimetricamente musicados,
- Escancaradamente delicados!

A sensação é de paz,
De, quero muito mais!
De felicidade
Por ter esbarrado,
Por instantes, tocado,
No sentido mais preciso,
Mais conciso
De liberdade!
- De universal criatividade!
- O Mar e toda sua maternidade...
- Sua insubmissa tranquilidade,
- Seu irrecusável convite à sensibilidade!

Não posso me furtar
A continuar
Com o privilégio de voar...
De, para sempre, o ar
Assumir
E me reconstruir,
Para, poder delicadamente habitar
Meu definitivo lar.

domingo, 16 de maio de 2010

Um Selinho





Obrigado Cacá pelo carinho
http://uaimundo.blogspot.com

Esse selo tem algumas regras a seguir:
- pegue o selinho
- responda a pergunta (O que é mágico para você?)
- repasse para 10 blogs

- indique de onde pegou o selinho
- ilustre com uma imagem







Mágico é perceber o existir! Traduzi-lo em poesia e ganhar o ar...



Blogs que vão receber:


Celedian Assis
Everson Russo
Di Freitas
www.artesplásticas-poesia
Lety
Janaína Siqueira Janynha
Reviews
jr bocca
Artes e Amores
cláudia_cristal

Gosto de Utopia



Eis que do nada,
De súbito,
Num impulso único,
Sob uma postura abusada.
Surge de forma escandalosa,
Obscenamente prazerosa,
Para surpresa do próprio manguezal,
Que, por si só, já surpreende sem igual,
Um quadrado de área considerável,
Crivado de flores amarelas,
Recém-saídas de uma enlouquecida aquarela.
Uma fuga, considero eu, louvável!

Que espetáculo gigantesco!
Dentro de sua simplicidade, soberbo!
Uma espécie de brincadeira,
Elaborada pela vontade primeira...
Algo muito bem arquitetado,
Pra deixar qualquer um, abobalhado...
Que beleza mais bonita de se ver...
Que pureza mais purinha de se ser...
Vinha em passo apressado,
Quedei-me ali, completamente estupefato...
Abobalhado com aquela explosão amarela,
Em nada discreta, mas tão singela...

Após o susto, o que senti foi uma alegria viva,
Pulsante,
Contagiante,
Daquela que se precisa para enfrentar a subida!
Pareceu-me, do mangue, um tipo de provocação,
De autopromoção...
Do tipo: “olhem o que sei fazer”
E, realmente, surpreendeu a todos, com seu proceder.
Uma obra tão delicada,
Tão clara,
Tão rara,
Que poderia se chamar “A Existência Celebrada”!

Foi um mergulho na alegria,
Com gosto de utopia!

sábado, 15 de maio de 2010

Ganharei Medalhas




Já venci batalhas bem mais difíceis que essa.
Apesar da pressa,
Não vou me deixar assombrar com monstro pequeno.
Já me foi mais complicado, permanecer sereno.

É que esse será o último grande passo.
Nem estava nas minhas previsões.
Nasceu da intensidade das decepções,
Dos gritos aflitos de um insano cansaço.

Por tanto, há uma enorme expectativa,
Em torno de sua materialização.
Foi concebido como derradeira tentativa:
A grande chance para minha pacificação!

Vivo em guerra permanente,
Entre a inspiração e a mente.
O ávido
E o prático.

Acontece que o segundo,
Perdeu seu argumento dentro do meu mundo.
É só a sobrevivência
Berrando por excelência.

Tornou-se insuportável,
Produzir para o que qualifico como detestável.
Por outro lado,
Não posso, pela miséria, ser encurralado.

Nesse quadro é que surge o próximo passo,
Como o definitivo dado,
O que vai virar esse jogo
E aliviar meu rosto.

Tomei o cuidado de não desejar algo impossível.
Resolvi apostar no sensível.
Quero terminar minha subida
Embalado por lindas rimas.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Gente Simples




Faço questão nenhuma de diploma,
De qualquer tipo de pompa,
Que desague em vaidade,
Ou em crença de superioridade.

O estudo propicia ao homem usar a inteligência
Contra si próprio.
Autoconvence-se com fortes argumentos,
Sobre a direção do seu comportamento.
Deixando assim, os fatores evolutivos
Aos sinceros cuidados da negligência.
Polariza o conhecimento no negativo,
Criando um círculo de infelicidade,
Por absoluta falta de sinceridade,
Justificando o seu debruçar sobre o ópio...
Sobre o ócio,
O uso cada vez mais indevido do ódio!

Ao invés de usar a intelectualidade,
Para aprimorar a personalidade,
Para ser uma pessoa melhor,
Para focar num horizonte maior,
Falsifica um discurso,
Desviando sua embarcação
Do seu cósmico curso,
Que é a espiritual evolução.

Por desconhecer os prazeres dessa senda,
Por não ter ideia de quem realmente seja,
Emprega o que conseguiu aprender,
Para se esconder.

Normalmente, não assume que precisa de ajuda.
Enfia-se em desastrosos relacionamentos,
Fadados a deslizamentos.
Segue hipnotizado pelo dinheiro,
Sem escutar o travesseiro.
Coloca no destino toda a culpa
De sua frustração,
Da sua destrutiva solidão.
Caminha sem saber para onde ir,
Sem perceber o que está fazendo no planeta.
Complica-se com o profundo sentir,
Ignora as universais certezas.

Já as pessoas mais simples, são mais autênticas,
Nada têm de transgênicas,
São o que são.
Respeitam o chão.
Valorizam os pequenos momentos,
Como se fossem presentes sagrados.
São palpáveis os seus sentimentos,
Verdadeiros e carinhosos os seus agrados.
Não se esquecem de agradecer,
Têm uma invejável disposição.
Reverenciam, à sua maneira, a Criação.
Têm um incontestável prazer...

De viver!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Grito de Alerta Planetário



Busco sempre o jeito indolor de resolver os fatos,
De assimilar os dados,
Tanto para mim,
Quanto para os outros.
Procuro sempre pelo conforto do toldo,
Para não gerar um desgaste inútil e sem fim.

Acredito mesmo que à exceção da derradeira passagem,
É possível seguir essa fantástica viagem,
Com uma quota suportável de aborrecimentos
E constrangimentos.
Por mim encerraria as atividades da escola do sofrer.
Escancaria os portais dos jardins do bem viver.

Vou me repetir,
Mas, me sinto obrigado a insistir:
O planeta não comporta mais tanto sofrimento.
É uma ofensa pessoal ao firmamento!
Isso não pode trazer bons resultados.
É um absurdo que precisa ser repensado.

É a miséria que se espalha!
É o egoísmo que nos encalha!
A ausência do sentido de irmandade
E de fraternidade
Que nos atrapalha!
É a ganância material que nos emporcalha!

É inaceitável deixar de socorrer o amigo
Para satisfazer o próprio umbigo
E ainda se achar encaixado no grande plano.
Ledo engano!
Não se engana a Criação.
Nada justifica fechar a mão ao irmão.

É inconcebível, nos dias atuais, com tudo o que já sabemos,
Fingir que não percebemos,
Que está tudo indiscutivelmente equivocado.
Todos os sistemas políticos contaminados.
Quero que alguém me explique e me convença
Que é possível um final decente para essa nossa sentença.

A crise econômica agiganta-se incontrolavelmente.
A violência em todas as suas medonhas formas,
Desafiando as falsas moralistas normas,
Impõe-se vergonhosamente.
A ancestral manipulação
Caminha para provocar um global apagão!

O Oriente Médio?
Fala sério...
De tanto sangue derramado
O solo está contaminado.
A Ásia optou pela ilusão,
Caminha a passos largos para a alucinação.

Países emergentes?
Que países emergentes?
Rússia, China, Índia e o nosso Brasil amado?
Será que resistiriam a um olhar mais justo e apurado.
A que preço a China se desenvolve?
As diferenças gritantes da Índia irremediavelmente a consomem.
A Rússia segue com o povo amordaçado.
O Brasil do lula é uma fraude tão grotesca que chega a doer,
A corroer qualquer cidadão que tenha um pingo de consciência,
Um mínimo de decência!

Os E U A rumam para incorrer exatamente no mesmo erro.
A empáfia da Europa perdeu-se no atual ensejo.
A América Latina dominada inexplicavelmente,
Inescrupulosamente,
Por ditadores
E seus estúpidos seguidores.
A África berço dessa humanidade,
Há muito naufragou num fecundo mar de barbaridades.

Portanto, as soluções têm que partir de cada um.
Um a um,
Ir tomando ciência e percebendo como pode contribuir
Para um melhor prosseguir.
Todos, sem exceção alguma podem fazer algo.
E não ficar esperando que a solução despenque do alto.
Rever o próprio comportamento é um bom começo,
Para alterarmos esse vergonhoso enredo.

Temos que recuperar o sentido da palavra humanidade.
Temos que nos preocupar com a coletividade.
Temos que reaprender a conjugar alguns verbos fundamentais
Absolutamente essenciais,
Tais como: compartilhar,
Repartir,
Dividir,
Amparar,
Socorrer,
Interceder,
Reconhecer,
Fazer,
Abraçar...
E, o principal de todos AMAR!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Frase Feita



“Eu sou uma pessoa boa”...
Caros amigos, ao ouvirem essa frase reveladora,
Antes que sejam apunhalados pelo oposto dela,
Recomendo que saiam discretamente pela janela...

É cilada!
Fria, furada...
Ergam suas defesas,
Para os cobertos de irredutíveis certezas.

Normalmente, são egos exacerbados,
Como tais, imaturamente atrapalhados...
Inimigos da coerência,
Por desconhecerem sua carência...

Vinícius cantou: “O homem que diz sou, não é”
“Porque quem é mesmo, é não sou...
O tipo de verdade que dá pra bater o pé...
Que todo homem, de alguma forma, já provou.

Já se decepcionou com alguém,
Que se lhe apareceu com uma bondade,
Com uma tão sincera amizade,
Que seria impossível desconfiar, ou ir além...

É o tipo de pessoa erma.
Vive a personagem de si mesma,
Criação própria duvidosa,
Com consequências pesarosas,

Desastrosas!

Tem medo de se conhecer.
Acredita que vai se decepcionar.
Para não arriscar,
Prefere interpretar para melhor entreter...

Ao faltar com respeito à sua intimidade,
Desrespeita a coletividade,
Com seu teatro precário, sem graça
Em meio às obras da praça...

Distribui aspereza,
Por não ter intimidade
Com a sensibilidade,
Com a delicadeza.

Estranha carinho.
Ave sem ninho!
Não têm noção
De sua incomensurável solidão.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Fora do Curso




Falo ininterruptamente, do assunto que mais me interessa.
Repito-me, porque tenho pressa
Em ver semeadas as sementes,
Através do despertar das mentes,
Que habitam meu coração,
Originadas na generosidade da vastidão.

Corrói-me por dentro,
Perceber o quanto ainda estamos desconectados do centro
Do furacão
Da Criação.
Estamos perdendo tempo,
Insistindo no mesmo velho e doentio sofrimento.

Adotamos a ilusão como estrada,
Mesmo estando toda ela desbarrancada...
Seu pavimento já era.
Em seu percurso
Todo fora do curso,
Estão mortas todas as primaveras.

Digladiamo-nos discutindo religião,
Num exercício insano de intolerância,
De impedância,
De arrogância...
O que atesta nossa imbatível ignorância
E, assim saímos totalmente do divino curso.

Insistimos, ainda, em manipular para usar,
Ao invés de auxiliar
E, as diferenças agregar,
Para verdadeiramente prosperar.
Não aceito esse retrocesso,
Travestido de progresso.

Aonde pretendemos chegar
Sem a indispensável compreensão
Que somos TODOS IRMÃOS?
Será que é tão difícil de enxergar
A urgência da união,
Para fazermos jus ao nosso chão?

Até quando discutiremos os projetos nucleares,
Ao invés de nos determos nos entalhes estelares.
Meu Deus! É tudo tão óbvio!
Mas não enxergamos porque estamos narcotizados em ópios.
Sendo o pior deles a sensação de poder advinda da material ambição.
Exemplar exercício de dependência, cegueira e consternação.

Os líderes mundiais?
Todos absolutamente boçais!
Sejam da direita, da esquerda ou do centro...
Do oriente ou do ocidente,
Todos dementes!
Disputam, entre si, o pior, o mais egoísta argumento.

Ressuscitamos e demos poder
A uma avalanche de tiranos.
Que trágico engano!
Quando iremos perceber
As suas péssimas intenções,
Disfarçadas em generosas soluções.

Estamos deteriorando do social, a prima matéria!
Que tristeza,
Que pobreza,
Essa demagoga e evidente exploração da miséria,
Já tão miserável,
Já tão universalmente INACEITÁVEL!

Acorda meu povo!
Estamos sendo enganados, de novo!!!

domingo, 9 de maio de 2010

Fim do Mundo?



Eu sei, que o que está acontecendo,
Tudo desmoronando,
A política naufragando,
A verdadeira face do país, aparecendo,
Apesar e por cima dos impagáveis,
Além de, incontestavelmente inaceitáveis,
Discursos presidenciais,
Todos abismais,
De tão mentirosos
E ardilosos...

Por sobre isso tudo,
Tem-se a impressão de fim de mundo.

Os pessimistas mal amados de plantão,
Desprovidos dos benefícios da paixão,
Enchem o peito,
Sacodem o leito,
Levantam os braços,
Apertam o passo
Para anunciar o juízo final,
De forma irrefutável e cabal,
Com ares de condenação,
Para quem viveu pelo coração.

Agressivamente!
Ostensivamente,

Para quem viveu a vida de forma visceral.
Para quem não teve medo de se entregar
E, sorveu os melhores néctares, os melhores sabores,
Guiado, exclusivamente por seus clamores.
Uma espécie de vingança,
Que demonstra a ausência evidente de temperança.
Penduram-se na balança,
Para destruir toda e qualquer esperança,
Por nunca terem se entendido.
Por nunca terem, literalmente sentido

O bom da existência,
O fio dourado da pertinência...

Sinto desapontá-los, todos.
Tolos!
Esqueceram-se, que o fim,
Tenho isso como certo, em mim,
Nada mais é, do que o princípio do novo,
Da grande virada,
Tão esperada...
Que há de ser esplêndida para o povo.
A definitiva tomada de consciência,
Que alterará, para sempre, a consistência

Da humanidade,
Que ascenderá à luminosidade.

sábado, 8 de maio de 2010

Festa Cósmica




Ah! Se eu soubesse aonde me levará o coração...
Se eu pudesse ter uma pequena visão,
Um mínimo vislumbre,
Da origem do lume,
Que guiará meus próximos passos.
O que sei é que será crivado de abraços...

Apertados,
Calorosos,
Saborosos,
Um pouco desconcertantes,
De tão edificantes...
Incontestavelmente encantados.

Tenho até um pouco de receio de descobrir
O que está por vir...
Sei que será belo e leve.
Arrepio de pele!
De uma beleza atordoante,
De tão emocionante.

Pensando bem, quero curtir esse finalzinho de espera.
Esse momento anterior à primavera!
O fim desse inverno,
O mais severo!
Acredito que o que virá terá sabor de redenção,
De resgate, de floração...

Será grandioso,
Pois, sempre preservei o que me é valioso.
Apesar de todos os tropeços,
Das centenas de erros,
Nunca me afastei do ideal de fonte,
Que desenhei para o meu horizonte.

Quando chegar ao alto de minha montanha,
Ah! Será uma felicidade tamanha,
Que contagiará tudo ao redor.
Esse é o meu desejo maior.
Viver em tranquilidade,
Contaminando a tudo com felicidade!

Simplicidade total,
Em altíssimo astral,
Desafiando a lógica...
Festa cósmica,
Regada a afetuosidade
E luminosidade!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Feitiço da Manhã



De tanto assistir,
Ainda hei de descobrir,
O explícito recado desse oráculo,
Em forma de espetáculo,
Que é o alvorecer...
Talvez o momento mais suave para se Ser.

Fico abismado com a criatividade,
Com as infinitas possibilidades
De impressionar,
Ao se expressar!
Algo a ser decifrado,
A ser cuidadosamente, interpretado.

Entretanto, o mais importante,
O absolutamente relevante:
É para ser sentido.
É algo, publicamente íntimo...
Escandalosamente, lírico!
Algo que nunca foi visto...

Declarado feitiço!

Não há chance de se repetir.
Desconhece-se a fórmula do seu colorir:
Tão intangível,
Quanto imprevisível.
Os seus tons
Têm inéditos dons...

Encantados sons!

Encaro-o como um presente pessoal...
Um estímulo ao sensorial,
Um chamado à sensibilidade,
Uma intimação à habilidade...
Uma linda canção
Do celestial pavilhão!

A perfeição,
Em forma de oração!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Fantástico



A dualidade
Caminha para a unidade.

Tudo que se expandiu para se autoconhecer
Numa imensa vertigem,
Voltará à sua origem,
Para mais um renascer.
Dessa vez, acrescido da experiência,
De ter expandido
E satisfatoriamente conhecido
A sua própria consciência.

O que hoje, apresenta-se como paralelo,
Ali na frente,
Num processo arguente,
E um tanto singelo,
Unir-se-á numa fantástica alegoria,
Em direção a uma oitavada harmonia.
Mas, não antes de ter se experimentado,
De ter percorrido todo o caminho pré-traçado.

É um movimento contínuo de assimilação,
De absoluta aceitação,
De, e entre, cada celestial grão,
De íntima busca da Criação,
Que quer se entender,
Ao mesmo tempo em que não para de crescer,
De se alargar,
Para se aprimorar.

Vivenciando a diferença
Teremos um grande encontro, ao final de sentença.
Uniremos as vivências,
Em prol de uma nova consistência,
Desenhada pelo universo,
Através de sua poesia,
Verso por verso,
Realizando a cósmica fantasia.

Até que tudo se repita,
Em uma nova expansão,
Gerando novas possibilidades,
Para novas habilidades,
Em uma nova canção,
Dando continuidade
À eternidade,
Através da sinfonia da vida.

Impoluta,
Ininterrupta!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Explore-se




Por você,
Sinta carinho.
Não se sinta sozinho.
Procure nas estradas interiores,
A solução de todos os estertores.
É ali que habita a sua verdade,
A sua verdadeira identidade,
Longe das convenções,
Afastado de todas as manipulações.
É o seu lugar sagrado.
Pode estar um pouco empoeirado,
Mas está preservado,
Ansiando pelo momento de ser acessado.

Cada um de nós traz em si um recado individual,
Que, para a coletividade é fundamental.
Poucos cultivam a particularidade,
Com tenacidade!
Aquilo que, espontaneamente, se irradia,
No decorrer normal de nossa melodia.
A maioria prefere abaixar a cabeça,
Em detrimento das internas certezas.
As pessoas cedem às pressões,
Vendem-se por periféricas sensações,
Ferindo o próprio argumento,
Em nome de um imposto engajamento.
É mais fácil aderir à boiada,
Do que se entregar à alvorada.

Para você,
Tenha sempre tempo.
Vasculhe a validade do argumento.
Mantenha claro o pensamento.
Reserve um alento...
Seja generoso consigo.
Seja seu melhor abrigo!
Saia de dentro do seu umbigo.
Procure em tudo o sentido.
Queira aprender.
Exija-se crescer!
Goste de você mesmo.
Seja fiel ao seu enredo.
Esse é o principal segredo,
Para isolar o medo.

A carência que sentimos não é só de receber,
Mas, principalmente, de proporcionar...
Saiamos da condição de vítimas,
Passemos à de pessoas ativas,
Que expandem seu calor,
Ao invés de rastejar por uma nesga de ardor...
Oferecer,
Em lugar de reivindicar,
É a grande mudança,
Que pede a nova dança.
Precisamos fazer circular
A roda do afeto...
Abrir o materialista teto
E deixar entrar toda a magia que existe no ar!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Expectativa




É um pouco complicado
Manter o motor acelerado,
Sendo obrigado
A permanecer parado.

Os músculos reclamam
Os hormônios conclamam:
Querem andamento.
Há muito semeiam
E anseiam
Pelo próximo movimento.

Paira em meus nervos determinada expectativa,
Que já não se vê mais como mera alternativa.
Crê-se como assertiva,
Como única saída!
Ela mantém-me entusiasmado
Pronto para subir a ladeira,
Com os tendões alongados,
Loucos pela brincadeira.

Às vezes, dá vontade de soltar o freio,
Abandonar o arreio,
Interceptar o universal correio,
Para averiguar a existência
De algum bloqueio,
Que esteja atrasando o fluxo
Da desejada sequência.
Preciso expandir meu mundo!

Entretanto, acredito na capacidade,
Na incontestável criatividade
Do redator original:
Autor absoluto de tudo que é essencial!
O primogênito pulso,
O primordial impulso,
Que nos impele à luz,
A que todos fazemos jus.

Essa incomensurável sabedoria
Sabe dos desejos da minha harmonia.
Tem conhecimento dos acordes da sinfonia,
Com os quais hei de espelhar
E espalhar
A mais pura alegria,
Através da abençoada sintonia,
Que transmutou meu ser em poesia,
Dentro desse enredo sensacional!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Eterno Estandarte



Todos os acontecimentos,
Até mesmo, todos os aborrecimentos
Acabam sempre, invariavelmente,
Desaguando na sensibilização,
Na depuração,
Tanto da minha mente,
Como da minha alma.
Exijo-a cada vez mais calma,
Mais cara,
Mais clara...

A cada arma, a cada escudo de defesa,
A cada inútil certeza,
Que deponho,
Melhor, muito melhor, me componho.
Flagro-me flertando,
Materializando
O mais elaborado sonho.
Aquele, com ar risonho,
Azuldourado!
Que, invariavelmente, me deixa tocado!

É como se subisse um degrau.
Como se acessasse um grau
De positividade,
Dentro de uma deliciosa eletricidade,
Cúmplice da vida,
Que me quer a cabeça erguida.
Quer também, a bandeira hasteada,
Alta,
Alva,
Aquela, que me deixa a alma enlevada.

Com seus dizeres de sabedoria,
De verdadeira alquimia!
O estandarte da eternidade,
Confeccionado pela felicidade,
Tremulando ao vento,
Espalhando alento
Para cada irmão,
Que queira se abrir à imensidão,
Em detrimento à escuridão,
A favor da inevitável evolução.

domingo, 2 de maio de 2010

Fantasia




Especialmente hoje, queria você perto,
Para me embeber no nosso certo...

Sinto-me seguro ao seu lado.
A sua presença mantém-me admirado!

Quando estamos de mãos dadas,
Assanham-se todas as fadas.
Ficam rubras,
Perdem a compostura...
Soltam pequenos gritinhos de alegria,
Enquanto esparramam estrelinhas
Incontidas,
Claras e nítidas...

Como é o que nos incumbe,
O que nos une....
Essa atração sincera,
Com delicadeza de primavera...
Esse respeito
Pelo que cultivamos no peito;
Esse jeito
De nos fundirmos no leito...

Passa por dentro,
O nosso filamento!

Queria ouvir na sua voz, os nossos projetos.
Conversar sobre a planta...
Afinidade que se agiganta!
Os desenhos do nosso futuro teto,
Que, por tudo que existe de mais sagrado,
Há de ser imaculado!
Pela nossa coragem, desenhado.
Pelo nosso amor vivificado!

Incrível, como invadimos a vida, um do outro.
Nem foi aos poucos...
Foi de imediato,
Espontâneo,
Instantâneo,
Como todo efetivo desacato...
Um pouco incompreensível,
Mas, definitivamente, irresistível...

Você é minha manhã
Ensolarada...
Quero ser seu amanhã,
Adornado pela revoada!

sábado, 1 de maio de 2010

Estável


Ah! Se eu não fosse tão inseguro,
Poderia evitar grandes sustos,
Seguindo, unicamente,
Radicalmente,
A minha fantástica intuição.
Poderia cuidar, um pouco mais
Das minhas emoções colossais.
Assim não atrasaria minha evolução.

Perco muito tempo seguindo a lógica.
Entrando em situações complicadas e ilógicas,
Que deveriam ser evitadas...
Pois, as dificuldades já me foram prenunciadas,
Pela implacável intuição,
Que tripudia da razão.
Mas, quando chega o momento de agir,
De colocar o leão para rugir,
Acabo ouvindo a opinião alheia,
Limitada cadeia
Travestida de bom senso,
Apenas, para cavar medonhos aborrecimentos.

Tenho uma visão bem particular a respeito do mundo,
Do que me toca, realmente fundo.
Preciso interiorizar que o que serve para os outros,
Não se vê, nem se estampa em meus ombros.
As soluções prontas,
Só fazem me deixar a cabeça tonta...
Mesmo que venham embrulhadas em papel de presente,
Nunca, nunca mesmo, se encaixam com o que o peito sente.
Termina sempre por arranhar,
Por macular...
Não posso mais incorrer nesse erro.
Faz-se necessário um maior respeito pelo meu enredo.

Afinal, demorei meio século para aprimorá-lo,
Para lapidá-lo...
Não me é mais aceitável,
Enfiar-me em posicionamento desagradável,
Que me tire a liberdade,
De viver em tranquilidade,
Exatamente da forma que desejo:
Cabendo confortavelmente no meu ensejo!
Ainda que minhas atitudes não sejam compreendidas,
São todas, frutos das minhas conquistas.
Não tenho mais a menor intenção de parecer agradável.
Prefiro ser estável!