sábado, 1 de maio de 2010

Estável


Ah! Se eu não fosse tão inseguro,
Poderia evitar grandes sustos,
Seguindo, unicamente,
Radicalmente,
A minha fantástica intuição.
Poderia cuidar, um pouco mais
Das minhas emoções colossais.
Assim não atrasaria minha evolução.

Perco muito tempo seguindo a lógica.
Entrando em situações complicadas e ilógicas,
Que deveriam ser evitadas...
Pois, as dificuldades já me foram prenunciadas,
Pela implacável intuição,
Que tripudia da razão.
Mas, quando chega o momento de agir,
De colocar o leão para rugir,
Acabo ouvindo a opinião alheia,
Limitada cadeia
Travestida de bom senso,
Apenas, para cavar medonhos aborrecimentos.

Tenho uma visão bem particular a respeito do mundo,
Do que me toca, realmente fundo.
Preciso interiorizar que o que serve para os outros,
Não se vê, nem se estampa em meus ombros.
As soluções prontas,
Só fazem me deixar a cabeça tonta...
Mesmo que venham embrulhadas em papel de presente,
Nunca, nunca mesmo, se encaixam com o que o peito sente.
Termina sempre por arranhar,
Por macular...
Não posso mais incorrer nesse erro.
Faz-se necessário um maior respeito pelo meu enredo.

Afinal, demorei meio século para aprimorá-lo,
Para lapidá-lo...
Não me é mais aceitável,
Enfiar-me em posicionamento desagradável,
Que me tire a liberdade,
De viver em tranquilidade,
Exatamente da forma que desejo:
Cabendo confortavelmente no meu ensejo!
Ainda que minhas atitudes não sejam compreendidas,
São todas, frutos das minhas conquistas.
Não tenho mais a menor intenção de parecer agradável.
Prefiro ser estável!

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