segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Até Nunca Mais!


Ainda que, no céu, passem o rodo,
E chova o dia todo...
Ainda assim, hoje, quero distância dela.
Não quero vê-la, nem pela janela.

Não quero saber o seu paradeiro,
Nem que eu perca dinheiro.
Ou seja, mortalmente contrariado...
Mesmo que tudo dê errado,
Estou fazendo de conta que é sábado!
Por ela, não serei importunado.

Estou farto de vê-la perto
Emboscando,
Atentando,
Quero que ela vá de retro!
Troquei de degrau
Estou um pouco acima do normal.

Quero que meu espírito descanse
Longe de seu mórbido alcance.
Trabalhei muito para esse momento.
É transparente meu argumento:
Com ela, não sigo mais!
Ela é perversa, muito por demais!

Quase me tirou do lugar que me pertence
Ela quer que eu não raciocine, não pense.
Que a aceite,
Para seu egoísta deleite.
Por pura maldade,
Já que ela é plena de obscuridade.

Estava enfraquecendo
De mim, esquecendo.
Estava virando o meu próprio arremedo,
Permitindo-a abertamente no enredo.
Ela estava se apossando da alma,
Fechando a palma.

Rejeito totalmente sua companhia
Nesse momento declaro resgatada a harmonia.
Volto para minha melodia
Que segue, desimpedida, ao sabor da alegria.
Com toda a firmeza:
Adeus e até nunca mais, tristeza!!!

domingo, 30 de agosto de 2009

Palavras Claras



Embora minha vida seja mais enrolada que carretel...,
Em minha tela, o pincel
Prefere as linhas retas, diretas, que apontam para o céu.
Nunca fui adepto da embolação.
Detesto verborragia.
Abomino cinismo e hipocrisia.
Acho que tem que ser respeitado
O tempo de cada cidadão.
Ninguém merece ser embromado.
É coisa de político a enganação!

Tocam-me mais as palavras claras,
Ainda que queimem como lava.
Meu espírito foi devorado pelo veneno da mentira.
A “autêntica verdade” independe de ponto de vista.
Ninguém é obrigado a gostar de algo.
A maioria ainda teme o alto,
Aquele inestimável sobressalto
Anterior ao salto.
Sendo assim,
Qualquer meia verdade,
Ou inverdade
Para mim,
É o fim!
Fico furioso,
Quando abusam do meu tempo precioso.

Não vejo a vantagem
De se falsificar a personalidade.
Parece-me absurda essa viagem
Que não conduz à tranquilidade.
Mesmo diante da maior adversidade,
Ainda assim, deve-se levantar a bandeira da sinceridade,
O mais alto possível, no mastro da consciência,
Em respeito à existência.

Somos o que no momento, estamos!
Quanto a isso não pode haver engano.
Resta-nos aprender a trabalhar
Com a nossa atual realidade.
Não adianta mascarar,
Muito menos se conformar
Com a vigente mediocridade.
O jeito é por as cartas na mesa,
Abrir as comportas da represa,
Para termos uma visão mais precisa
Do estágio em que se encontra a vida.
Aí sim, decidir, como prosseguir
E, para onde ir!

sábado, 29 de agosto de 2009

A Percussão da Sedução



Por pior que seja a sequência,
Nunca perca a cadência,
Nem sob forte estresse,
Não atravesse!

Seu ritmo é o espelho do íntimo,
Não dê vexame!
A vida é um perpétuo exame.
O compasso
Do seu abraço
Está um pouco atrasado.
Se for cansaço,
Venha pros meus braços.
Permita-me acelerar sua pulsação,
Quero ser seu diapasão.

Aprendi muito
Com o único intuito
De lhe ensinar.
Vou lhe cortejar
Com o poder da percussão
Que brota em seu corpo.
Quero seu rosto...
Quero lhe mostrar
O poder do meu chão.
Quero seu respirar...

Você nem imagina
A beleza da melodia
Que nos espera,
- Plena quimera –
Chuva de fim de tarde,
Tempero que arde
Suavemente,
Irresistivelmente...

Vamos, de uma vez por todas.
Deixe de lado as posturas tolas.
Atenha-se ao andamento,
Para não perdermos esse sensual argumento.

Relaxe e se entregue à melodia
Do nosso desejo.
Espelho,
Onde nos refletimos
E nos permitimos.
Com a mais sincera autonomia.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Salvação

A inspiração é o alimento
Do mundo em que habito.
O mais importante
De tudo que sinto,
O mais relevante,
O indissolúvel envolvimento.

Até que não pago tão caro,
Por esse relacionamento raro.
Se me faltar
Sufoco sem ar,
Diminuo
E sumo...

Vem dela a coragem
Para essa incrível viagem.
Somente através do seu olhar
É-me possível caminhar.
A água da minha fonte,
A linha do meu horizonte:

Encomendado,
...Idealizado,
...Sonhado,
...Desejado,
...Conquistado,
Encantado...!

É através dela que percebo a beleza
Da delicadeza;
A riqueza
Da leveza;
A beleza
Da pureza!

A inspiração
É o abandono da escuridão,
O lado positivo da solidão,
Sagrada manifestação...
Ponte para a imensidão,
A primavera! ...para o coração.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Cavalgando Furacões


O que espero agora, aos cinquenta anos?
Desintegrar os desenganos.
Quero acomodar em seu devido lugar, o meu passado.
Quero que ele seja definitivamente, um assunto encerrado.

Estou iniciando uma guinada.
Parar? Paro por nada.
Basta de andar em círculos,
De acreditar em “híbridos”...
Do tanto que me aconteceu, não saí ileso,
Mas não me sinto preso.

Aprendi a assimilar a dor.
Mantenho em transformação o ardor.
Estou em cima da hora
De perpetuar essa reviravolta.
Começo a sentir o sabor
De dominar o próprio instinto.
O tufão que sinto,
Não me causa mais temor.
Estou guiando as arrebatadoras emoções,
Por sobre os furacões.

Sempre, sempre quis o bem geral.
Nesse sentido tudo continuará igual.
Zelo com todo o carinho, o chão,
Para que acolha cada um dos irmãos,
Sem qualquer discriminação,
Nem exceção.
Mantenho cada vez mais, estendidas as mãos,
Como numa permanente saudação.
Estou escancaradamente aberto.
Não discuto mais com o que é certo.
Tento caminhar reto,
Sobre o incerto.

Já vi de tudo:
Assustei-me,
Regozijei-me.
Dezenas de vezes, morri...
Em todas elas, ressuscitei e segui!
Criei o meu mundo.

Não faria tudo igual.
Quero o novo, do real,
O que ainda não vi
Nem percebi.
Quero intuir
E só subir.
.
Disposição não me falta.
A maior característica de minha vida,
Afortunadamente criativa,
É ser Alta.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Célia II



Algumas atitudes
São de uma incomensurável magnitude.
Algumas criaturas,
Talvez sem perceberem,
Sem nem mesmo quererem,
Agem absolutamente de acordo com a “altura”.

Eu tive uma prova
Dessa espécie nova,
Que surpreende,
Que entende,
O que realmente importa.
Gente que não rói a corda!

Precisei ir novamente para o hospital.
A pressão subiu de forma fenomenal.
Enquanto aguardava ser atendido
Desastrosamente abatido,
Ela apareceu
E seu carinho me envolveu.

Foi mais que um alívio.
Eu estava em pleno suplício.
Chorava muito, assustado.
Não sabia o que pensar, desarvorado.
Pois ela invadiu a enfermaria,
Para minha surpresa e alegria.

Quero deixar claro,
Que nos conhecemos há quatro meses,
Empatia espontânea que não acontece muitas vezes...
Nem sei seu nome inteiro,
Apenas e tão somente o primeiro:
Um encontro incontestavelmente raro.

Pois bem, fiquei deitado,
Esperando a pressão baixar, medicado,
Por mais de seis horas;
Seis torturantes horas
Pois ela ficou de pé ao meu lado,
Confortando-me,
Cuidando-me,
Interessada apenas em me ver relaxado.

Saiu apenas para almoçar.
Trouxe-me mousse de maracujá, ao voltar.
Não estou muito acostumado com tamanha atenção.
Têm sido áridas as paisagens, por onde tem andado meu coração.
Foi uma surpresa e tanto,
Que ajudou em muito, a parar meu pranto.
Um belo sentimento,
Materializado em comportamento.

Que lição de humanidade,
De irmandade,
Que alma generosa,
Da cor do mais puro rosa.

Célia, minha preciosa amiga,
Ser-lhe-ei grato por toda a minha vida.
Conte sempre comigo.
Aquelas muitas horas, ali, juntos
Fez-me acreditar que ainda há salvação para o mundo.
Estou totalmente comovido

E, profundamente agradecido!

Aceitação

Permitir que se vá, a pele que se solta,
Num ato de desprendimento,
Sem qualquer manifestação de revolta,
Ou apreço,
É uma demonstração de discernimento,
Que não tem preço.

O apego ao pensamento torto,
Que deveria estar morto,
Velado,
E, hermeticamente sepultado,
Atrasa o bom andamento da evolução.
Arrasa as sementes espalhadas pelo chão,
É um aleijão,
Arrastando-se em direção a mais plena solidão.

É interessante deixar o pensamento mudar,
Escolher o melhor ar,
O alimento mais adequado,
O modo que ele se sinta mais centrado,
Menos divergente,
Mais coerente,
Menos carente,
Mais crescente,
Menos dissidente,
Mais abrangente.

A pele que se vai, tinha que ir.
Esgotou o existir.
Irá se metamorfosear
E desaparecer em pleno ar,
Sem deixar vestígios,
Só indícios.
É um ciclo inevitável,
Autosustentável,
Que tem sua razão de ser,
No centro do viver;
Ali, onde a mente não alcança
E a alma se agiganta,

Onde as cores
Explodem em flores.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Constatação

Como é difícil tentar se manter equilibrado,
Quando tudo à volta, parece estar errado.
Dá vontade de sair falando,
O verbo rasgando.
Esquecer a polidez
E partir para a aridez.

Tenho ímpetos de desmascarar,
De quebrar,
De rasgar,
De gritar
Até que alguém me escute,
Ou que alguma força estranha me ajude,
A arrumar a casa,
A remendar a asa.

Essas atitudes nada teriam a ver com pirraça.
É que sem me entristecer, não posso mais me sentar à praça,
Como se não percebesse o que acontece ao redor,
Sem esbarrar na certeza de que tudo deveria estar melhor.

Não reclamo apenas pelos meus direitos,
Reivindico por todos os peitos,
Que sofrem calados,
Que se omitem parados,
Que nunca sequer, imaginaram-se alados,
Que rastejam atados.

Foram marginalizados pelo bestial capitalismo,
Fomentador de todo o desprezível egoísmo.
Que nos cega
E nos atropela,
Com sua ânsia galopante
E sua insanidade aterrorizante,
Poluindo a vida em sua essência,
Empurrando o homem à decadência.

É preciso, realmente, ser muito forte,
Ter bem nítido o seu norte,
Respirar profundamente,
Para limpar a mente.
Amparar-se na arte,
Para não perder de vista a suavidade da tarde,
Do aconchego da noite,
Para escapar da fúria do açoite.

Há que se lembrar principalmente,
Indispensavelmente,
Para manter a alma sã,
De se recorrer ao poder intangível,
Imprevisível,
Que vem nos braços de cada manhã

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Espreitador



Como sempre digo
E, mais uma vez, insisto:
Vivo pendurado sob o abismo da mediocridade,
Agarrado à corda da criatividade,
Que desliza sobre o fio fantástico de minha alegoria.
Alegoria essa que se intensifica abusadamente dia a dia.
Se soltar as mãos,
Não encontrarei o chão.
O caminho é só de ida,
Não me permito tristeza repetida.

Dá um frio na barriga, viver assim,
Sempre tão próximo do fim.
Não foi opção,
Foi a única solução
Para uma mente irriquieta,
Para uma alma semi-desperta,
Que tem fome de se entregar...
Que insiste em buscar,
Em lapidar
Tudo que tenha possibilidade de iluminar.

Desentendo o festejar de meus irmãos,
Que mantém covardemente, fechadas as mãos!
Não sei permanecer no raso, como eles permanecem.
Não sei sentir a raiva, que lhes enrijecem.
Não, absolutamente não sou santo.
O que acredito, no entanto,
Não encurrala um igual em um canto.
Não pratica o horror e o espanto.
Não faz guerra,
Respeita a terra.
Não maltrata,
Mas também não acata.

Meus pés criaram raízes na fertilidade de meu sonho.
É desse colo,
É nesse solo,
Que brotam os versos que componho.
Talvez, seja a altura.
Talvez, a loucura...
O fato é que sou um espreitador,
Disfarçado de ator.

domingo, 23 de agosto de 2009

Nada Tanto Assim




Meio século, estou completando.
Pelo que venho me observando,
Estou num marco divisor.
Avisto em mim o condor.
Transmutação involuntária, incisiva,
Arrepiante. Sob muitos aspectos, definitiva.

Estou limpando a bagagem.
Não quero mais transportar,
Muito menos suportar
Toda e qualquer espécie de bobagem.
Seguirei apenas, com o que se encaixar em meu enredo,
Com o que causar algum enlevo.
Não quero mais reclamar.
Quero ser o porto seguro,
Que se encontra saltando o muro,
Olhando o fundo,
Do que pode haver de mais profundo
E mais puro
No mundo!

Já sei, para o meu solo, a melhor semente,
Que torne o colo, cada vez mais arguente,
Para que meu carinho
Assemelhe-se cada vez mais, com um ninho...

Desejo intensamente, que meu olhar
Saiba só abraçar.
Que minhas palavras sejam fontes,
Onde se reconheça o horizonte,
Que as atitudes
Sejam fundeadas nas mais claras virtudes.
Tenho muito que apreender...,
Muito que perceber
Para frequentar a altura.

Quero toda a simplicidade,
Que couber na humildade.
Quero toda a amizade
Possível, no exercício da irmandade
Quero nada de mais
Quero paz
E energia
Para semear a harmonia.

sábado, 22 de agosto de 2009

Feitiço da Serra



Nos desenhos da serra,
Riqueza inegável dessa terra,
Sob um céu quase todo nublado,
Uma faixa no meio da montanha
Totalmente ensolarada: uma beleza tamanha,
Que interpretei como um pessoal recado,
Posto que um pouco abatido tenho andado,
Por ver mais uma vez, mais um grande sonho ser colocado de lado.
Mesmo em meio às nuvens cinza,
Um pedacinho de sol pode evocar cores lindas,
Removendo toda a tristeza
Que, a bem da verdade,
Nem combina com a natureza,
Que se sente mais confortável em meio à felicidade;
De preferência cercada por tranquilidade,
Livre de toda e qualquer ambiguidade.
O poder da faixa ensolarada era tão grande,
Que transformou tudo à volta em uma moldura gigante.
Como se tivesse valida a pena nublar,
Apenas para ver o céu começar a abrir,
Fazendo a mata agradecidamente sorrir:
Com um prazer incontestável,
Numa harmonia invejável,
Com um espontâneo e bem sucedido renovar.

O melhor da tempestade é: sobreviver,
Nem que seja só para ver,
Mais uma vez, o sol nascer,
Cada grão do solo enverdecer.
Um a um,
Um por um...
Cada reino, à sua maneira, responder,
Numa demonstração ostensiva,
Como se fosse a última alternativa:
Redescobrir o prazer
De ser,
De estar,
De continuar
A viver!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Trilha, Ilha!

Em 2003, Denise me disse enfaticamente,
Que eu não preciso de ninguém,
Para ser o alguém
Que preciso ser, decididamente.

A vida tem me provado isso constantemente.
Sempre que tento me iludir,
Que faço questão de dividir,
Acabo na lona, irremediavelmente.

Deve constar em minha história,
Que eu criei um mundo,
Tão escancaradamente profundo,
Tão avesso a qualquer classe de escória,
Que as pessoas fogem espantadas,
Ou desdenham desconfiadas.

Acontece que, por vezes, sinto a necessidade,
De me sentir realmente vivendo em sociedade.
Tento me agrupar e me reconhecer,
Mas só consigo me desapontar e me perder.
Sinto que o túnel se afunila dia a dia,
Só restando um caminho como via:

A subida!

Isso não é uma reclamação.
É uma constatação!
Já havia me acostumado,
Com esse fato consumado,
Até voltar a atuar
E, principalmente, até tentar voltar a cantar...
Espatifei-me no chão
Da minha própria ilusão.

Ainda bem que aprendi que tudo tem uma razão.
Apeguei-me a essa crença, até apaziguar o vulcão,
Que entrou espontaneamente, em erupção,
Enfumaçando parcialmente minha visão.
Mas o que há de ser,
O que tem que ser,
O que só pode ser,
Nada pode deter.

Volto para minha trilha,
Disfarçada de ilha.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Pode Vir




Ah! Não faça doce,
Como se não fosse
Esse, o exato momento
De deixar livre o nosso argumento,
Que implora pela nossa fusão,
Sob esse mais que encantado chão.

Não pense muito por demais...
Estamos perdendo essas noites de inverno...
Atenda logo a esse seu apelo interno,
Que só pede que você seja mais
Do que tem sido,
Do que tem percebido.
Quer que você troque de degrau,
E prove da paixão, em seu devido grau.

Nada posso lhe prometer.
Também não quero me intrometer.
Quero junto a você perceber,
O que o universo tem a nos dizer.
Tenha calma!
Agarre-se firmemente à minha palma.
Ela é segura.
Quer que você conheça a altura.
Aquela a que um homem pode chegar,
Quando está disposto a apostar.

No que há de maior,
No que existe de melhor,
Sem falsos pudores,
Provando dos tentadores tremores,
Provenientes de regiões desconhecidas,
Que até então estavam adormecidas,
Lacradas,
Contidas,
Na insana taça
Da opinião alheia.
Quero que você se liberte
E se interprete.

Quero que você se dispa
E me vista
Com seu traje de gala.
Venha para a minha ala,
Onde o desejo está a serviço da afeição,
Onde o órgão mais importante do corpo é o coração.
Quero seu rosto em meu peito,
Abrigado no leito,
Na paz do depois...
Juntinho!
Justinho!
Só nós dois
E aquela magia pelo ar
A se espalhar

Ouça sua alma e seja!
Ouça seu corpo e... Venha!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Até o Fim



Bati firmemente o pé no fundo,
Do que considero aceitável em meu mundo.
Agora, conscientemente estou subindo.
Já vejo a luz surgindo.

Sei que literalmente, nada será como antes.
Decidi não atuar mais em situações degradantes.
Provei mais uma vez, que posso contar comigo.
Nunca mais agirei como meu inimigo.
Faltei-me com o respeito.
Ignorei meu jeito.

Tentei me adequar
E, quase fiquei sem ar.
Meu corpo reagiu
E a ponte que me ligava ao improvável,
Ao totalmente inaceitável,
Felizmente ruiu.

Volto pra mim
Estampando na testa um Sim:
Para a existência,
Para o que trago em essência.

Relevei a carga negativa do passado.
Nunca mais quero me sentir pesado.
Acho que estava um pouco desgastado,
Estava me sentindo amargurado.
Não me adapto com o reacionário,
Sou absolutamente revolucionário.

Agora quero o presente
De me sentir bem no presente.
Quero semear um bom futuro,
Sem me importar com a altura do muro.

Faço questão de distribuir indiscriminadamente,
Incondicionalmente,
Todo o carinho,
Que abriu meu caminho.
A minha diferença,
Não provem de alucinadas crenças.

Está nos meus códigos mais íntimos,
Nos pensamentos mais ínfimos.
Sempre trabalhei pelo bem comum
Quero o melhor para cada um, um a um.

Sou, como todos, portador do que há de mais precioso no Universo.
Até o fim da minha vida, transformarei isso em versos.

A Diferença

È incrível como algumas pessoas não percebem o quanto são inconvenientes.
Chego a pensar que fazem de propósito.
Ao verem alguém visivelmente debilitado,
Aproveitam para tentar impor seu pensamento viciado.
Ainda que esse seja totalmente fora de propósito...
Um amontoado de clichês, adotado pelo gado conscientemente.
É uma forma disfarçada de violência,
Que expõe sérias falhas na consistência...

Distorcem a verdade,
Pela inestimável vaidade
De se sentirem com razão,
Ainda que, completamente, sem noção.
E o fazem sob a bandeira da solidariedade,
Em nome de profunda amizade...!!!
Esquecem que o outro está apenas debilitado,
Não completamente retardado!

Se a vítima tiver um estilo de vida um pouco diferente
Aí mesmo, é que elas atacam despudoradamente,
Tentando trazê-la para o gado, de qualquer jeito,
Ignorando totalmente o que a pessoa traz no peito.
Elas atribuem a dificuldade do momento,
À diferença do argumento,
Mal sabendo,
Que assim fazendo,
Acabam reforçando,
Involuntariamente validando,
A originalidade do pensamento,
Trazida à tona pelo comportamento.

Não respeitar
O ponto de vista do amigo,
Não conseguir enxergar,
O que pra ele é perigo,
Abre uma brecha considerável,
Em algo que me parece inestimável.
Acho que podemos até não concordar
Passivamente,
Ou eternamente,
O temperamento do outro,
Ainda que nos pareça um pouco louco
Mas temos a obrigação de, com seriedade, encarar
E, acima de tudo de Respeitar.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pressão Alta



A pressão arterial subiu tanto,
Evidentemente por excesso de pranto,
Que assustei a todos no hospital:
Foi uma correria geral.

Mas deu tudo certo.
Estou tomando medicamentos, direto,
Para controlar o coração,
Que se excedeu no quesito desilusão.

Confesso que senti uns arrepios.
Vi a preocupação no rosto das pessoas.
Da morte, ouvi o assobio
As emoções, retesaram-se todas.
Não sabia o que pensar.
Tentei me acalmar,
Para não me descontrolar
E desandar a chorar.
Pensei muito nos meus cães e gatos – “filhos”
Muito mais que queridos,
O que, com eles, aconteceria?
Quem, deles, cuidaria?

Foi uma tortura,
Uma estranha pintura,
Desconhecida,
Invertida,
Foram cinco horas de espera
Veria eu, a próxima primavera?
Precisaram repetir alguns medicamentos.
Tornaram-se ásperos os batimentos
A pressão baixou lentamente,
Para minha agonia, evidentemente.
O médico, muito gentil, me assustou
O meu quadro clínico, claramente desenhou.

Recusou-se a olhar meu joelho, motivo de minha ida.
Afirmou categoricamente que era com a pressão a minha briga.
Pois ela imobiliza, ou mata...!
A frase se infiltrou na minha cabeça, feito ressaca.

Eu sei muito bem, como cheguei àquele momento.
Há um ano e meio vivo com o tormento
De não conseguir espaço, para os meus escolhidos ofícios,
Motivo de todo, tamanho e inaceitável martírio.
Ali mesmo decidi reagir,
Para conseguir prosseguir.
O que sei, é que como está não dá pra continuar
Cheguei ao fundo do poço.
Engoli o caroço.
Fui à lona, nocauteado.
Há de haver um ar,
Que me queira realizado

Não esmurrarei mais a faca
Vou é bater lata,
Jogar fora o entulho,
Fazer muito barulho.
Para eu me acordar
E me aprumar.

Já sei por onde começar!!!

Dificuldade



É difícil para mim, conviver com a frieza.
Muito mais ainda, com a aspereza.
Tenho problemas sérios com a “esperteza”
E, piores ainda, com as absolutas certezas,
De quem não olha pra cima
E olha torto para os adeptos da rima.

Não entendo quem conta um segredo pela metade.
Quem tem coragem de dizer que não arde...
Nunca ardeu.
Não conhece o ardor.
Nunca sofreu,
Nem se incomodou com a falta de calor.

Afasto-me de quem não confia no amigo,
Não valoriza o abrigo,
Não consegue se entregar,
Por medo de apanhar.
Não se emociona com a suave melodia
Que, espontaneamente, renasce a cada dia.

Afligem-me os que, pela matéria, foram escravizados.
Os que por dinheiro vivem obcecados,
Que vendem a alma por uns trocados.
Os que lesam o irmão,
Para darem vazão,
À sua absurda, desumana e insana ambição.

Corrói-me a cegueira vigente,
A manipulação abusiva da mente,
O culto à mentira,
Impedindo, interferindo na subida;
A violência que campeia,
Através da agressividade que serpenteia.

Sou da paz.
Sou de paz.
Sou pela paz.
Sou para a paz.
Sou veículo da paz.

Só sou... em paz!

domingo, 16 de agosto de 2009

Tentação Morena




Rever você, que delícia!
Já fui logo imaginando carícias...!

Ali em pleno mercado,
Queria mergulhar em seu abraço,
Em seu olho brilhando, a me ver.
A voz enrolada, sem saber o que dizer...

Uma daquelas cenas perfeitas,
Como a simetria entre a mão esquerda e a direita.
Plenas de falta de fôlego.
A fuga apavorada do sossego...

Então, você se aproximou
E, ruidosamente, me tocou.
Um misto de calor e calafrio,
Um inconsequente arrepio...

O horizonte se abriu,
Um incêndio nos cobriu.
Você demorou com a mão em mim.
Eu, procurando no roteiro, qual o fim?...

Sentindo o desejo correr solto,
Depravado como um louco,
Querendo, a você, agarrar
Suavemente palmilhar,
Dedilhar,
Beijar...
Demoradamente,
Abusadamente,
Até apagar o mundo.
Conhecer o seu mais profundo,
Preenchendo todos os seus espaços,
Em meio a inevitáveis espasmos.
Pleno prazer
De viver!!!

Café com leite...
Pão com sal e azeite!
Chocolate quente!!
Sua carne rente...

Vem logo,
Deita em meu colo.
Deixe a paixão,
Ser o nosso chão!!

sábado, 15 de agosto de 2009

Ao Pai Desconhecido


Queria saber quem é você.
Queria saber como é você.
Suponho que você seja louro,
Com cabelos cor de ouro.

Queria saber sua nacionalidade,
Sua idade.
Tem família?
Ou, como eu, é uma ilha ...

Seus olhos devem ser azuis como os meus.
Será que crê em Deus ?
Sabe que eu existo ?
Será que algum dia soube ... eu insisto...

Queria mostrar-lhe minha casa,
A envergadura de minha asa.
Queria apresentar-lhe meus filhos,
Todos com quem divido os trilhos.

Meu Deus, queria abrir-lhe minha alma pura.
Queria muito saber da sua.
Talvez vendo-o, eu entendesse melhor os nós.
Queria escancarar-lhe minha voz.

Queria lhe contar
Da minha poesia.
O sal dos meus dias.
Queria com você contar...

Queria expor-lhe minhas crenças.
A sinceridade das sentenças.

Acho que queria tocá-lo,
Talvez, abraçá-lo.

Sentir sua energia.
O carinho.
O caminho.
Para sua companhia.

Queria saber sua história.
Contar-lhe a minha.
Saber se seu peito abriga a mina
De afeto, desde a primeira memória.

Queria muito saber se já gostou,
Ou se ainda gosta.
Se gosta de gostar.
Se se desgosta ao gostar.

Queria muito lhe perguntar,
Se vem de você meu jeito de amar.

Além de qualquer postura.
Acima de qualquer loucura.
Com desenvoltura,
Até a sublime altura.

Queria confessar-lhe que sou chorão...
Falar-lhe de minha solidão.
Explicar-lhe meus tons,
Confidenciar-lhe meus dons.

Queria contar-lhe das minhas relações.
Das horrendas decepções...
Queria falar de arte,
Durante toda uma tarde.

Queria segurar-lhe a mão,
Pra saber se há reconhecimento.
Algum filamento,
Que nos eleve ao coração.

Reciprocamente,
Suavemente,
Carinhosamente,
Calorosamente...

Definitivamente!

Queria falar-lhe dos meus sonhos,
De como os componho.
Queria ofertar-lhe uma música,
De harmonia única.

Queria saber o que se passa dentro de você,
No seu jeito de olhar,
Na maneira de falar.
Queria voar por dentro de você.

Queria reconhecer em você,
Um pouco do homem que sou.
Queria que você se visse em mim,
Queria sentir você em mim.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Fonte Infinita



Ah! São tantos os sonhos,
Que não me permito, por muito tempo,
Navegar em duvidosos sentimentos.
Não me sinto “eu”, quando tristonho.
Sou adepto da alegria.
Sou abastecido pela luz mais clara do dia.

Não me atrai a escuridão.
Desprezo qualquer forma de voluntária escravidão.

Quero crer que há lugar para todos;
Até mesmo para os mais tolos.
É questão de se posicionar,
Para não se entortar.
É questão de se enxergar,
Para não se enforcar.

Cansei das múltiplas manifestações da futilidade.
Nunca fui de amenidades...

Não sou da beira...
Há muito, me soltei da ribeira.

Sei o que quero,
Mesmo quando me desespero.

Por isso, sempre me recupero.
Sou cada vez mais sincero.
Incomoda-me progressivamente a mentira.
Prefiro mil vezes o som de liras...
Não sei lidar com a violência.
Está em constante expansão, minha paciência.

Gosto de harmonizar,
De profundamente respirar,
De ser quase vanguarda,
De todos os anjos da guarda,
De escrever com harmonia,
De cantar com galhardia.

Vivo nos braços da criatividade.
Coloco-a a serviço da felicidade.
Vem de muito longe, na imensidão,
A minha consistente inspiração.
Meus sonhos não morrem, adaptam-se
Transformam-se,

Para renascerem

Até florescerem!!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Basta de Desculpas



Cuidado com as pessoas, que por tudo,
A todo o momento,
Pedem desculpas...!
Isso é sinal de antecipada culpa.
Não é um verdadeiro sentimento.
É um hábito, que serve para deixá-las confortáveis,
Posto que são instáveis,
E vivem em seu particular mundo.

Que tal, se em vez de sempre se desculpar,
Não se enganar...
Não errar...
E, principalmente, não magoar...
Depois que o caldo entornou,
Em tudo, que com tanto carinho se apostou,
Desculpar-se me soa como um ato de hipocrisia,
Que só a quem “pede” é que alivia.

Isso me parece uma injusta transferência,
Um cínico jogo de consciência,
Que não desfaz o mal feito,
Que em nada alivia, o atingido peito.
Porque se a pessoa ferida não aceitar
As esfarrapadas desculpas,
Vestidas com polidas casacas,
Ela é que vai destoar... ...

Tem também o fato de muito não sermos,
De não conhecermos os universais termos
Para julgar,
Muito menos, para perdoar.

Ao invés de me desculpar
Constantemente,
Banalmente,
Tolamente,
Toscamente,
Faço um esforço enorme, sobrenatural,
Visceral,
Para não me equivocar!

Por isso, não me sinto verdadeiro, desculpando,
Tampouco, culpando.
Sinto-me melhor, andando em linha reta,
Na direção que entendo como certa.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Teatrinho Sofrível


Vejam só, a que ponto chegamos...
Lula apoiando Sarney!!!!!
Confesso que isso, jamais cogitei.
Onde será que nós estamos?
Que escuro breu é esse, onde a ideologia
Escorregou pelo beco da hipocrisia?!

Tanta podridão: enoja-me.
Revolta-me.
Desprezo profundamente, esse circo de horror,
Esse incompetente filme de terror,
Em que se tornou a política brasileira.
...Decência sendo empurrada pela ribanceira!!!

O comportamento do governo em todas as camadas,
É um ultraje à inteligência da nação,
Que tem em seus políticos, seu vergonhoso aleijão.
O povo caiu numa cilada.
Foi enganado
E, marginalmente, desovado...

Democracia sem educação,
É um escorregão.
Um equívoco tão óbvio,
Quanto simplório.
Uma catástrofe, uma tragédia,
Que de tão grave, beira a comédia.

Os argumentos do Lula, em defesa de Sarney,
Foram tão precários,
Que chegaram a ser hilários.
Realmente, eu não agüentei:
Tive que sair,
Para a TV não destruir...

É difícil viver sob um governo desgovernado,
Desavergonhado,
Impoluto,
Corrupto,
Pobre,
Podre

Sou apaixonado por essa Nação.
Acredito que ela merece algo melhor
E muito maior,
Que essa administração,

Absurdamente sem noção!!!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Conectado



Hoje eu tô com aquela vontade louca:
De sair por aí, abraçando o mundo.
Tocando as pessoas no mais profundo
De beijar muuuuito na boca.
De fazer palhaçada,
Para ouvir sonoras gargalhadas.

O sol em mim tá ardendo,
Tá, sinceramente querendo
Indiscriminadamente aquecer,
Despudoradamente envolver,
Toda possível manifestação do viver.

Tô sentindo uma alegria
Verdadeira,
Mais que inteira,
Daquele tipo raro,
Bem claro,
Praticamente, uma ousadia.

Uma certeza que tudo irá se revelar como certo,
Bastando, apenas, eu me manter desperto,
Transbordando disposição,
Com uma leveza infantil no coração.
Totalmente imune à maldade.
Senhor de uma convicta felicidade,

Como se minha alma tivesse se casado
Com tudo que está simplesmente, revelado
Tudo que há de iluminado
Nesse universo imenso.
Tô conectado...
Um sentimento absurdamente intenso:

Devorador,

Esclarecedor,

Pleno de ternura,

Oriundo de celestial altura.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Aguando a Horta



Sou super discreto, com relação ao que sei.
Não sou de ficar alardeando,
Aos quatro ventos, proclamando
O modesto conhecimento que assimilei.
Mas me sinto realizado,
Quando posso auxiliar, sendo consultado.

Acredito que todo conhecimento,
Ganha relevância quando partilhado,
Na medida do possível, obviamente,
Dentro das possibilidades do elemento,
Sem forçar ou subjugar a mente,
Com o cérebro pacificado.

É bom servir,
Sentir-se útil,
Nessa atualidade exageradamente fútil.
Tentar impulsionar, facilitar o evoluir.

Afinal, há tanto ainda para se aprender,
Tanto para se desenvolver,
Para sair do buraco,
Ao qual, escorregou cruelmente o gado.
Tanta porcaria institucionalizada,
Que a cabeça chega a ficar atrapalhada.

A informação de massa manipulada,
Mantém a humanidade hipnotizada,
Sem capacidade de julgamento,
Quase sem qualquer opção de discernimento.
Portanto, quando surge uma oportunidade,
Para contribuir com a luminosidade,

Sinto-me ativo,
Plenamente vivo.
Conectado com o que importa,
Aguando a celestial horta.

domingo, 9 de agosto de 2009

Proceder Universal




Pode-se sempre contar com a resposta do Universo,
Quando solicitado.
Caprichoso, ele responde, às vezes, em verso.
Os acontecimentos desencadeiam-se,
Desenrolam-se,
Em forma de poema super elaborado.
Como se tudo estivesse apenas esperando
Ser pedido, encomendado, requisitado,
Para, lentamente ir despontando.
Quase nunca como o esperado,
O que, a princípio, deixava-me assustado,
Até entender o seu significado.

A surpresa é um ingrediente constante,
Em seu proceder relevante.
É quase sempre difícil imaginar
O desfecho dos acontecimentos.
Até por virem carregados de sentimentos,
Vindos de todos os lados, a influenciar,
Ou até mesmo alterar
O que passamos tanto tempo a racionalizar.

Tenho a impressão,
De que o universo tem um certo prazer
Em achincalhar com a razão,
Que não consegue perceber a dimensão do viver.
Quanto mais racionais somos,
Mais limitamos os recursos sensoriais de que dispomos.

Para melhor aproveitar o imprevisto,
O que a primeira vista não faz sentido,
Precisamos manter a mente aberta,
A atenção desperta.

Acreditar,
Apostar
E entregar.

sábado, 8 de agosto de 2009

Surpresa da Natureza




Em meio ao mangue semidevastado,
Pelas altas montanhas, guardado,

Uma árvore seca com seus galhos nus...

Visão que só ao predador faz jus.
À volta uma baixa e típica vegetação,
Para quebrar, um pouco, sua solidão.
Sob um sol morno, típico de inverno,
O céu de um azul terno...

Dezenas de urubus chegam
E nos braços secos se instalam
Ruidosamente,
Calculadamente.
Apenas um galho permanece livre.
Apontando para o céu, ele insiste,
Como se esperasse algo
Que lhe salvaria, vindo do alto.
Uma esperança irracional,
Só permitida ao suprasensorial.
.
De repente, o inconcebível acontece.
A razão arrefece.
Uma garça se aproxima,
Mudando todo o clima.
No galho solitário, ela pousa,
Com a tranquilidade de quem ousa.
Dá-se o imprevisto,
Nunca concebido:
A árvore vestida de negro,
Como a mente de quem tem medo,
Acolhendo a presença branca,
Espontaneidade tamanha,
Ilumina-s,.
Transforma-se.
Põe até os visitantes negros a brilhar,
Em meio a um espanto de arrepiar.

Com certeza, a cena possui um profundo significado

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Senadores da Vergonha


O ódio apoderou-se do senado,
Aumentando o odor putrefato.
A patifaria contaminou o chão,
Que deveria ser o exemplo para a nação.
O que se vê é indecente,
Coisa de gente mentalmente doente.
Nunca se viu tanta bandalheira.
O vestígio de ética... rolou pela ribanceira.

O discurso de defesa de Sarney,
Foi tão mentiroso, que pasmei...

A postura de Calheiros,
Assimilava-se à de dono de puteiro.

Mais, o mais impressionante,
Veio de Collor, novamente.

Com seu olhar vidrado,
Totalmente envenenado,
Assustador, ensandecido,
Medonho, descabido,
Demonstrou que ele nada aprendeu,
Com tudo que lhe aconteceu...
Parece até que piorou.
Foi na ignorância que ele mergulhou.
Ficou claro seu pacto com a escuridão.
Ele vive em escravidão,
À sua insana ambição,
Que o fez perder o chão.

Um espetáculo que gostaria muito de não ter visto,
Ou, pelo menos de não ter entendido.
Estamos em péssimas mãos.
Será que lembraremos isso na próxima eleição?
Que tal somarmos todos os desvios
Nas duas gestões de lula, cometidos...
Com certeza, acabaríamos com a miséria nacional!
Que tal pensarmos em todos os que morreram
Em todos que padeceram
Com o mau atendimento
Ou, sem qualquer atendimento,
Em virtude da Saúde precária,
Ou, indiretamente, da educação “imaginária”,
Da Segurança, “perigosa”,
Da corrupção, “asquerosa”,
Que escorre de Brasília, pelo país todo,
Obrigando a população a subviver, nesse lodo.

Os senhores do poder,
São inimigos da verdadeira democracia.
São senhores da covardia,
Manipulando o povo para se eleger.
São senhores da hipocrisia,
Insultam o solo que os viu crescer.

Senhores da porcaria:

Está no fim essa orgia.
Lembrem-se
Orientem-se,
Nada como um dia atrás do outro.
A verdade está batendo à porta,
Há de entrar sem demora,
Vocês subestimaram seu povo
Aguardem

E se preparem!!!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Direto da Fonte


Prefiro me manter sob os auspícios da alegria,
Mesmo diante da sórdida hipocrisia,
Ainda que, lado a lado, com a insuportável arrogância,
Filha adotiva da castradora ignorância.
Nem mesmo a violência,
Com toda sua indecência,
Há de me fazer mergulhar na aridez,
Da devoradora estupidez.

A vida pra mim, e algo para celebrar,
O máximo possível,comungar.
Sinto um autêntico prazer em compartilhar,
Em poder acompanhar,
Se necessário, amparar;
Em partilhar o caminhar.
Não tenho problema algum em dividir,
Ao contrário, é o que mais me faz sorrir.

Gosto de lapidar, cada um dos meus dias,
Com todos os instrumentos que me oferece a harmonia.
Aborreço-me, quando não consigo.
Aperta-me o umbigo.
Penso sempre que não me esforcei o bastante,
Para algo que considero tão relevante,
Quanto tentar viver zen,
Dentro do bem.

Empenho-me nessa tarefa de corpo e alma.
Há muita disposição em minha palma,
Muita força interior,
Para espalhar positivamente pelo exterior.
É uma verdadeira campanha,
Inspirada na energia que me acompanha,
Que vem de muito longe,
Lá do mais alto do horizonte

Direto da fonte!!!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Veja Bem !!


Os acontecimentos têm tantos lados,
Que é preciso, realmente, tomar muito cuidado.
Analisar todas as minúcias,
Até com uma relativa astúcia,
Para encontrar o ângulo perfeito,
Que caiba mais adequadamente no peito.
Sem arranhar,
Nem macular.
Quase sempre os detalhes mais escondidos,
Abrigam os matizes mais coloridos.
Antes de reclamar,
É preciso abusar do ponderar,
Para melhor desfrutar,
Do que a vida está a ofertar.
Tenho comigo
Que sempre é possível, encontrar um carinho...
Nem que seja num cantinho.
Nada pode ser tão ruim,
Que nos faça desejar o fim.
É questão de paciência,
Para encontrar a saliência,
Que vai fazer a diferença
E alterar todo o sentido da sentença.
Fundamental também, é manter a mente aberta
Mesmo que a via esteja deserta,
Aparentemente escura
E terrivelmente crua.
Prefiro, realment, acreditar
Que tudo vai melhorar.
Aliás, já está melhorando,
O dia já vem raiando.
Será ensolarado...
Incontestavelmente iluminado.
À todos, pleno de realizações
E de edificantes emoções,
Para compensar todo o sofrimento,
Do antigo movimento.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Muito Cuidado


Não posso me desconcentrar nesse momento.
Pulsa em mim um forte sentimento,
Até então, desconhecido.
Um claro propósito, um raro sentido,
Que me impele à ação
E me cobra a mais rígida atenção.
Não posso deixar passar coisa alguma
Cada situação atual precisa ser analisada, uma a uma,
Com muito cuidado,
Com todo o tato.
Apesar da minha habitual pressa, não vou me atropelar.
Vou aguardar tudo que está por despontar.
Sem me aborrecer,
Sem contestar,
Sem me entristecer,
Sem acelerar.
Mantenho-me preparado
Para atuar em qualquer lado
Que me seja solicitado.
No presente, estou completamente focado.
Estou mergulhado em lucidez.
Estou depondo toda a acidez.
Está havendo uma troca de sintonia.
Para uma mais abrangente harmonia.
Mais inclusiva,
Mais decisiva.
Está sendo encerrado um capítulo.
Já tenho para o próximo, o título:

Independência,

Através da expansão de consciência.
Pela arte,
Que em mim arde.
Obriga,
Domina
Está a serviço dela minha sensibilidade.
Está em suas mãos toda a possibilidade
De felicidade,
De tranquilidade,
De realização,
Para esse coração.
Que não pode mais se calar,
Porque tem muito a alcançar.
Que precisa se abrir e entregar,
Para verdadeiramente comungar.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Clara



Vem Clara,
Cara!
Estamos enchendo de luz a casa
Para você poder trabalhar sua asa.
Seremos o galho torto, onde se agarrar na correnteza,
Que lhe socorrerá em qualquer situação, com toda a certeza.
Você será recebida com a toda a delicadeza,
No berço da mais imaculada pureza

Vem Clara,
Amada!
O bemquerer será o seu pavimento.
A alegria será o seu alimento.
O horizonte será o seu teto.
Nunca lhe faltará um grama de afeto.
Chegue com confiança,
Recheada de esperança.

Vem Clara,
Rara!
Tudo foi projetado com muito cuidado,
Com o mais refinado tato,
Para ser uma experiência,
Que desafie a ciência,
Em sua altitude,
Com sua plenitude.

Vem Clara,
Mais que esperada!
Vamos nos divertir.
Vamos abusar do sorrir.
Será claro o nosso templo.
Vamos reverenciar cada momento.
O respeito será o definitivo argumento.
Tudo sob a égide do mais puro sentimento.

P.S. Esse texto, eu o escrevi inspirado em minha sobrinha Kátia que está esperando a Clara!!!

Pobre Gente



Tem gente que gosta mesmo é de confusão.
Encara com mórbido prazer, toda e qualquer confusão.
Incentiva todo tipo de discussão.
Não se interessa pelo significado do vocábulo perdão.

São pessoas que estão sempre “armadas”.
Visivelmente, mal amadas,
Acreditam que a existência seja um palco de guerra.
Desconhecem por completo, a vontade da Terra

São cruas,
Estúpidas,
Inférteis,
Inertes.
Acham-se espertas
Assemelham-se às ruas desertas.
Nunca se permitiram conhecer as estradas do coração.
Mantém hermeticamente fechadas as mãos.
Vivem isoladas em seus castelos de ilusão,
Na mais absoluta, ampla, geral e irrestrita solidão.
Não sabem conjugar.
Não sabem comungar.
Não sabem compartilhar,
Mas são catedráticas em condenar...
Dormem um sono profundo.
É estreito e escuro o seu mundo.
São barulhentas,
Rabugentas,
Lentas,
Desatentas,
Aprisionam o espírito na matéria.
Ignoram toda a intensa atividade etérea.
Não olham pra cima...
Querem estar sempre por cima!
Não se entregam,
Apenas pregam.
Não se amam,
Apenas mandam.
Perderam o tom.
Não sabem o que é bom!!!

domingo, 2 de agosto de 2009

Clarão


Sonho, incessantemente, com um planeta unido
Tranquilo, brilhante, bem resolvido,
Com seus filhos,
Nos melhores trilhos,
Desfrutando do poder
Contido no bem viver.
Sonho com a evolução
Como nação,
Como bandeira,
Como esteira...

Aposto numa existência
Com uma primorosa consistência,
Beirando à fantasia,
De tão plena harmonia,
Sem qualquer indício de sofrimento,
Qualquer tipo de constrangimento;
Sem repressões,
Nem manipulações,
Só constatações,
Seguidas de confraternizações.

As mentes se despojando
E se encontrando.
As almas se espelhando
E se entrelaçando.
A humanidade consciente de seu papel,
Depondo todos os ancestrais véus.
Todos acordados
E bem intencionados,
Com o superior conectados,
Pelo interior orientados.

Pacificados,
Iluminados
E brilhando
Brilhando,
Brilhando...

Um clarão contínuo na galáxia que, enternecida,
Observa e festeja, comovida !!!

sábado, 1 de agosto de 2009

Voltei



Ainda bem que estou me sentindo novamente positivo.
Passei por momentos aflitivos.
Assustaram-me os avessos dos acontecimentos,
Todos travestidos de constrangimentos...
Faltou-me o ar...
Afastei-me da magia solar...
Senti calafrios
E muito frio
Após um gigantesco esforço
Voltei a suavizar o rosto,
A enxergar com clareza,
A me inspirar na natureza,
Fonte viva da mais profunda sabedoria,
Senhora absoluta de todos os meandros da harmonia.

É mais ou menos, um voltar pra casa,
Depois de ter ferido a asa,
Numa jornada insana e medonha,
Surreal e tristonha,
Ou seja: um alívio,
Perfume do lírio,
Uma manhã quente e ensolarada,
Com a sinfonia da passarada,
O sol brilhando sobre o mar,
Uma suave melodia para cantar,
Uma amizade pra comemorar,
Alguém especial para abraçar...
A sinceridade em agradecer:
A oportunidade de escrever,
A chance de crescer,
A emoção maior que é ... VIVER