quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Aceitação

Permitir que se vá, a pele que se solta,
Num ato de desprendimento,
Sem qualquer manifestação de revolta,
Ou apreço,
É uma demonstração de discernimento,
Que não tem preço.

O apego ao pensamento torto,
Que deveria estar morto,
Velado,
E, hermeticamente sepultado,
Atrasa o bom andamento da evolução.
Arrasa as sementes espalhadas pelo chão,
É um aleijão,
Arrastando-se em direção a mais plena solidão.

É interessante deixar o pensamento mudar,
Escolher o melhor ar,
O alimento mais adequado,
O modo que ele se sinta mais centrado,
Menos divergente,
Mais coerente,
Menos carente,
Mais crescente,
Menos dissidente,
Mais abrangente.

A pele que se vai, tinha que ir.
Esgotou o existir.
Irá se metamorfosear
E desaparecer em pleno ar,
Sem deixar vestígios,
Só indícios.
É um ciclo inevitável,
Autosustentável,
Que tem sua razão de ser,
No centro do viver;
Ali, onde a mente não alcança
E a alma se agiganta,

Onde as cores
Explodem em flores.

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