quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Célia II



Algumas atitudes
São de uma incomensurável magnitude.
Algumas criaturas,
Talvez sem perceberem,
Sem nem mesmo quererem,
Agem absolutamente de acordo com a “altura”.

Eu tive uma prova
Dessa espécie nova,
Que surpreende,
Que entende,
O que realmente importa.
Gente que não rói a corda!

Precisei ir novamente para o hospital.
A pressão subiu de forma fenomenal.
Enquanto aguardava ser atendido
Desastrosamente abatido,
Ela apareceu
E seu carinho me envolveu.

Foi mais que um alívio.
Eu estava em pleno suplício.
Chorava muito, assustado.
Não sabia o que pensar, desarvorado.
Pois ela invadiu a enfermaria,
Para minha surpresa e alegria.

Quero deixar claro,
Que nos conhecemos há quatro meses,
Empatia espontânea que não acontece muitas vezes...
Nem sei seu nome inteiro,
Apenas e tão somente o primeiro:
Um encontro incontestavelmente raro.

Pois bem, fiquei deitado,
Esperando a pressão baixar, medicado,
Por mais de seis horas;
Seis torturantes horas
Pois ela ficou de pé ao meu lado,
Confortando-me,
Cuidando-me,
Interessada apenas em me ver relaxado.

Saiu apenas para almoçar.
Trouxe-me mousse de maracujá, ao voltar.
Não estou muito acostumado com tamanha atenção.
Têm sido áridas as paisagens, por onde tem andado meu coração.
Foi uma surpresa e tanto,
Que ajudou em muito, a parar meu pranto.
Um belo sentimento,
Materializado em comportamento.

Que lição de humanidade,
De irmandade,
Que alma generosa,
Da cor do mais puro rosa.

Célia, minha preciosa amiga,
Ser-lhe-ei grato por toda a minha vida.
Conte sempre comigo.
Aquelas muitas horas, ali, juntos
Fez-me acreditar que ainda há salvação para o mundo.
Estou totalmente comovido

E, profundamente agradecido!

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