domingo, 30 de agosto de 2009

Palavras Claras



Embora minha vida seja mais enrolada que carretel...,
Em minha tela, o pincel
Prefere as linhas retas, diretas, que apontam para o céu.
Nunca fui adepto da embolação.
Detesto verborragia.
Abomino cinismo e hipocrisia.
Acho que tem que ser respeitado
O tempo de cada cidadão.
Ninguém merece ser embromado.
É coisa de político a enganação!

Tocam-me mais as palavras claras,
Ainda que queimem como lava.
Meu espírito foi devorado pelo veneno da mentira.
A “autêntica verdade” independe de ponto de vista.
Ninguém é obrigado a gostar de algo.
A maioria ainda teme o alto,
Aquele inestimável sobressalto
Anterior ao salto.
Sendo assim,
Qualquer meia verdade,
Ou inverdade
Para mim,
É o fim!
Fico furioso,
Quando abusam do meu tempo precioso.

Não vejo a vantagem
De se falsificar a personalidade.
Parece-me absurda essa viagem
Que não conduz à tranquilidade.
Mesmo diante da maior adversidade,
Ainda assim, deve-se levantar a bandeira da sinceridade,
O mais alto possível, no mastro da consciência,
Em respeito à existência.

Somos o que no momento, estamos!
Quanto a isso não pode haver engano.
Resta-nos aprender a trabalhar
Com a nossa atual realidade.
Não adianta mascarar,
Muito menos se conformar
Com a vigente mediocridade.
O jeito é por as cartas na mesa,
Abrir as comportas da represa,
Para termos uma visão mais precisa
Do estágio em que se encontra a vida.
Aí sim, decidir, como prosseguir
E, para onde ir!

Um comentário:

Maria Emilia Moreira disse...

Ora viva Poeta!
Gosto das suas ideias, as quais partilho. Infelizmente não encontrei PESSOAS com as qualidades que refere no poema.É com achar agulha em palheiro!Nós, os poetas, somos dados ao sonho e ainda bem.Até breve.