segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Pressão Alta



A pressão arterial subiu tanto,
Evidentemente por excesso de pranto,
Que assustei a todos no hospital:
Foi uma correria geral.

Mas deu tudo certo.
Estou tomando medicamentos, direto,
Para controlar o coração,
Que se excedeu no quesito desilusão.

Confesso que senti uns arrepios.
Vi a preocupação no rosto das pessoas.
Da morte, ouvi o assobio
As emoções, retesaram-se todas.
Não sabia o que pensar.
Tentei me acalmar,
Para não me descontrolar
E desandar a chorar.
Pensei muito nos meus cães e gatos – “filhos”
Muito mais que queridos,
O que, com eles, aconteceria?
Quem, deles, cuidaria?

Foi uma tortura,
Uma estranha pintura,
Desconhecida,
Invertida,
Foram cinco horas de espera
Veria eu, a próxima primavera?
Precisaram repetir alguns medicamentos.
Tornaram-se ásperos os batimentos
A pressão baixou lentamente,
Para minha agonia, evidentemente.
O médico, muito gentil, me assustou
O meu quadro clínico, claramente desenhou.

Recusou-se a olhar meu joelho, motivo de minha ida.
Afirmou categoricamente que era com a pressão a minha briga.
Pois ela imobiliza, ou mata...!
A frase se infiltrou na minha cabeça, feito ressaca.

Eu sei muito bem, como cheguei àquele momento.
Há um ano e meio vivo com o tormento
De não conseguir espaço, para os meus escolhidos ofícios,
Motivo de todo, tamanho e inaceitável martírio.
Ali mesmo decidi reagir,
Para conseguir prosseguir.
O que sei, é que como está não dá pra continuar
Cheguei ao fundo do poço.
Engoli o caroço.
Fui à lona, nocauteado.
Há de haver um ar,
Que me queira realizado

Não esmurrarei mais a faca
Vou é bater lata,
Jogar fora o entulho,
Fazer muito barulho.
Para eu me acordar
E me aprumar.

Já sei por onde começar!!!

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