Fibra

Agiganta-se uma determinação em mim:
Lutarei contra a mediocridade até o fim.

Já não me importam minhas feridas,
A coleção astronômica de cicatrizes,
O que queria ter vivido, mas não tive oportunidade...
Meu ofício é apresentar outras diretrizes,
Para que outras almas não se sintam oprimidas,
Frustradas,
Minimizadas...
E consigam encontrar, sem tantos tormentos, a tranquilidade.

Usarei até a minha última respiração,
Para contribuir com o extermínio da ilusão,
Que tem causado tanta devastação,
Tanta universal contravenção...
Está tudo tão deturpado,
Tão egoisticamente manipulado,
Que fica quase impossível,
Permanecer sensível.

É bem mais fácil endurecer-se,
Crispar-se!
Fechar-se!
Perder-se!
A pressão da oposição,
Nubla a visão,
Com areia poluída,
Institucionalmente consentida.

Qualquer discípulo de Fernão Capelo Gaivota,
Tem bloqueada
Com violência extremada,
A sua interior rota.
É um círculo vicioso,
Inacreditavelmente danoso,
Que quer a humanidade pregada ao chão,
Sem direito ao uso pleno da razão.

Para evitar, ou driblar essa tragédia
É preciso uma determinação inédita,
Oriunda do núcleo da essência,
Para manter desperta a consciência.
Um árduo trabalho,
Que não possui atalho.
Requer fibra
E muito amor à Vida.

É preciso estar totalmente seguro,
Para derrubar o invisível muro.
Por incrível que pareça, muita delicadeza,
Para vencer essa medonha aspereza.
Não adianta aderir à brutalidade.
Melhor mesmo é exacerbar a sensibilidade,
Para alterar a tonalidade,
Inspirando-se na imponderabilidade

Da eternidade.




Vídeo só para os sensíveis
Alaíde Costa e
João Carlos Assis Brasil
“Janelas Abertas”
http://www.youtube.com/watch?v=bB2A7um0fIc&feature=related