domingo, 13 de fevereiro de 2011

Em Lenda...






A qualquer momento,
Num insuspeito arrebatamento,
Enquanto você mergulha no meu olhar,
Estou a lhe avisar,
Deixo de responder por mim,
Embriago-me em um sim,
Aceito esses seus apelos velados,
E aí, escandalizo todo o povoado.

Provoco abalos sísmicos,
Num desconhecido ritmo,
Que desnorteará a imagem,
Parecerá “de passagem”,
Nunca será revelado,
Se isso aconteceu, de fato.
Em lenda, seremos eternizados,
Velejando em versos arrebatados.

Cheguei ao ponto de conseguir,
Claramente intuir,
A sua chegada, a sua presença,
Que, imediatamente ,interrompe minha sentença.
Altera a circulação,
Estraçalha com a pressão.
Você é meu tango argentino,
O melhor samba de Quintino...
Minha mais linda fantasia,
Que, de tão palpável, soa como utopia.

Você me serpenteia...
Mantém-me saciado em sua teia.
E eu gosto...
Em nós? Aposto.
Já estamos inseridos um no outro,
Lê-se nos rostos.
Abraçados,
Somos, além de insubstituíveis,
Indivisíveis!
Já não estamos mais em nossas mãos,
Inconscientemente,
Inevitavelmente,
Dissolvemo-nos em nossos desvãos.

Embarcação aos caprichos do mar...
Pássaro a serviço do ar!



Vídeo antológico:
Sem Fantasia
Maria Bethânia – ao vivo – XX Anos de Paixão
http://www.youtube.com/watch?v=ODpTNIIAryg&feature=related

Um comentário:

Antônio Lídio Gomes disse...

Claudio,
Quero aqui dizer o quanto aprecio seus poemas.
Eles soam para mim como um rap, como uma ópera, como um elemento de inserção alma & coração.
Parabéns pelo rítmo, pale paixão com que tu escreve em tão contundentes letras.
Um abraço afetuoso, desse que está se tornando um fã de carterinha dessas tuas melodias.