Mal Necessário

Há momentos, em que se torna necessário ser frio.
Principalmente, quando se estreita por demais o fio...
Toda a bagagem extra, o que não faz parte da essência do ser,
Precisa ser descartada, para não se perder
O que realmente importa,
Aquilo que sustenta a corda!
Alguns dados que se agregaram involuntariamente,
Precisam ser descartados imediatamente.


Só deve permanecer na jornada, o que se optou,
O que, no ser, espontaneamente, se incorporou.
Uma tarefa um tanto desagradável...
Tempo instável!
Mas, não há outro jeito,
Senão contrariar o peito.
É uma ação,
Que deve ser comandada unicamente pela razão,
Visando sempre, o que está por vir,
O inevitável prosseguir.


Algumas situações, só se consentem consertadas, sob pressão.
Parece até que elas mesmas entornam o caldeirão,
Derramam tudo na cozinha,
Incomodam a velha e rancorosa vizinha...
São como túneis que vão se afunilando,
Escurecendo e transtornando.
Até que chegam a um ponto,
Em que passam a falar mais alto, a sobrevivência,
A sanidade da consciência!
É quando chega o momento de agir e pronto!


Depois que se toma a decisão
Da cisão,
Da limpeza,
Uma busca ao retorno da leveza,
Fica mais fácil, o caminhar,
Aceita-se, melhor, o desenrolar.
Chega o momento da constatação,
De que o que se vivia era, realmente, ilusão!
Arbitrária,
Tolamente desnecessária!


Manter na vida, apenas os frutos
Cultivados dentro dos limites dos próprios muros...
Somente a colheita do que se plantou,
Do que, intensamente, se idealizou,
É sintoma de maturidade.
Gera tranquilidade.
Traz a indispensável calma,
Para deixar estendida a palma.
Um mal necessário,
Para não trair o interno itinerário.






Wé, Um vídeo procê!!!
Milton “Bituca” Nascimento
“Clube de Esquina”
Deliciem-se
http://www.youtube.com/watch?v=bwFr-Ordceg&feature=related