quarta-feira, 21 de abril de 2010

Espasmos



Cada vez que você aparece, eu cresço.
... Um alívio, que mereço!

Quando vejo sua presença à porta,
O bom em mim acorda,
Quer abraçar,
Quer acarinhar...
É instantâneo,
Instinto subcutâneo!
O seu sorriso
Reposiciona meu juízo.

Fico olhando os seus lábios,
Imaginando o que diriam os sábios...
Passo a mão pelo seu rosto
Delicadamente,
Rompendo tudo o que foi imposto
Decisivamente,
Uma rebelião sensual,
Que atinge, em cheio, o sensorial.

Gosto de percorrer sua coluna,
Sem pressa alguma...
Até chegar à nuca,
Onde o desejo se aprofunda
Explodindo em beijos
Até chegar ao queixo.
Estanco para respirar
E na sua boca mergulhar...

Avidamente,
Demoradamente,
Caprichosamente,
Intensamente,
Fazendo nossas peles arrepiarem-se,
Nossos pelos eriçarem-se...
Acendemos a chama,
Que ao prazer conclama.

Puxo você pra cima de mim,
Para desfrutarmos do sim...
Do que a vida tem de melhor,
Do que nos conduz ao maior...
Criamos um novo sentido
Para a palavra entrega.
Nossos corpos na mesma reta
Improvisam gemidos.

Daí em diante,
A cada instante,
As fronteiras dos corpos
Ignoram os poros.
Mesclam-se,
Misturam-se,
Confundem-se,
Diluem-se...

Damo-nos as mãos.
Abandonamos o chão...
Já sem domínio
Sobre os próprios destinos...
Arfantes,
Amantes,
Lançamo-nos no espaço,
Em meio a espasmos...

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