quarta-feira, 7 de abril de 2010

Manjedoura




Ela é delicada,
Recatada.
Parece que vai quebrar,
Que não vai suportar...
Vai surtar,
Vai se deixar macular...
Deixar-se-á deflorar?
Permitir-se-á minguar?
Para onde apontará?
Onde se recostará?

De onde vem a força,
Que na hora precisa, livra-a da forca.
Quem é que zela pelo seu destino?
Como é lindo o som do seu sino...
Qual a fonte de sua resiliência?
Será a sua inocência?
Ela é íntima do tempo,
Tempera o vento...
Habita o interior dos encantados,
O imaginário dos apaixonados!

A sua ausência enfeia o mundo
Empobrece tudo...
Enrijece a personalidade,
Enaltece a banalidade...
Hiato!
Vácuo!
Buraco negro
Desenredo...
Suplício,
Desperdício...

Em sua presença calma,
A divindade se revela,
Através da alma,
Que se acende feito vela...
A beleza aparece.
O céu desce...
A luz assume seu lugar.
Fica bem mais convidativo respirar...
Compartilhar
E se entregar.

Natural detentora do poder,
Proporciona o enternecer.
Carrega consigo o dom,
De ouvir aquele som
Mágico das esferas,
Com aromas de primaveras.
Nosso futuro está sob suas asas
Acolhedoras,
Manjedouras...
Mantenhamos acesas, as suas brasas.

Ela é o segredo da entrega,
A verdade da quimera...
O fator determinante
Para tudo que se apresenta
Como relevante;
Para tudo que se assenta
Como preponderante,
Como apaziguante.
A pureza,
É o principal ícone da nobreza.


Esse texto é presente de aniversário para um homem puro,
Meu amigo Alcir Andrade!

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