segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Festa



A lua, quando surge por trás da montanha,
Com sua plasticidade que espanta,
Vai seduzindo, convocando o mar,
A ela se entregar.

Sem relutar,
Ele principia a se suavizar
E se deita,
Como quem se ajeita

Para receber a amada...

Ela estende a sua mão
E o toca num misto de paixão e gratidão,
Desenhando assim, a profundidade de sua afeição,

Na superfície prateada.

O que, exatamente, se dá a seguir,
É inapropriado intuir.
Ninguém sabe ao certo, o que se passa entre eles.
Qual a matéria prima de suas sedes.

O sentimento dele sendo tocado,
Delicadamente estimulado
A participar
Do espetáculo sublime, que é o luar.

Ela emanando sensualidade,
Em um grau elevado de sensibilidade,
Passeia por ele, demoradamente,
Para sorvê-lo completamente...

Ambos se entregam
E se completam,
Em uma incontestável sintonia,
Com toques de galhardia!

A cerimônia é de comunhão,
De exaltação
E reverência à Criação!

... Festa para a percepção!




Dedico esse texto a meu amigo
Ótimo poeta – Nasser Queiroga


Vídeo indicado:
http://www.youtube.com/watch?v=pWs-dXDiI6k&feature=related

Um comentário:

Caca disse...

Não sei o que é mais lindo, se a imagem ou o seu poema. No final, o que importa é o deleite que ambos proporcionam. Uma ótima semana, amigo! Paz e bem.