segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Protegido





Tenho andado tão indignado,
Tão inconformado
Com tudo.
Com o jeito que está indo o mundo.
Tantos bloqueios.
Tantos preconceitos.
Só bobagem
Na bagagem,
Que é defendida
Com a própria vida!
Ou, com a alheia!
Horrorosa teia!
Não estou conseguindo disfarçar
Meu deslocamento,
O abatimento,
Por ser obrigado a constatar
O que não quero para meus irmãos.

Tirando a Poesia,
No dia a dia,
Sinto amarradas as mãos.
Não me deixam fazer coisa alguma.
Não querem saber das rendas da altura...
Não querem a minha companhia.
Até porque não entendem a melodia.
Não querem ouvir o que tenho a dizer.
Nem imaginam como eu poderia interceder.

São não enlouqueci ainda, porque escrevo.
E, também porque sou protegido do enlevo.



"Eu sou a chuva que lança a areia do Saara sobre os automóveis de Roma"



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Trabalho nº 2708

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