sábado, 24 de outubro de 2009

Candelabro

Quando a vida aperta,
É em seus braços que redescubro a reta.
Quando emudecido,
É com ela que repouso esquecido.
Quando amordaçado,
Só penso em ficar ao seu lado.

É meu porto seguro.
O que há de mais puro...
O que há de mais profundo,
Em meu alegórico mundo.

Penso nela dia e noite,
Ainda que sob eventual açoite.
Nela a alma se reconhece
E cresce!
Ganha proporções,
Esclarece distorções.

Apazigua contradições,
Desvenda emoções...

Ela é meu mar,
O insubstituível ar...

É o segredo de minha resistência,
Inspira-me paciência...
Única responsável pela solvência,
Pela característica cadência.

Determina o ritmo da pulsação,
Comanda toda a sustentação.
Impede a impulsiva ação,
Impele à melhor constatação.
A um só tempo: âncora e velas da embarcação,
O G P S da navegação.

A água do corpo
O sorriso do rosto.
O que há de mais elevado,
Em meu peito alucinado.

Minha doce guia!

Despretensiosa...

Carinhosa...

A rosa dos espinhos...

A melodia do meu caminho.

Estou me referindo à Poesia!

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