sexta-feira, 22 de julho de 2011

Coreografia Horizontal



De dentro da flor do sexo,
Brotou um jato,
Em forma de desacato,
Que nos percorreu a coluna.
Conduziu-nos pelas densas brumas,
Numa louca expectativa,
Como se tivesse alternativa,
Mais alguma!
Saída nenhuma,
A não ser um dentro do outro!
Mescla de rostos...
União de plexos.

Rompemos todas as barreiras,
Escalamos as estribeiras.
Decoramos as ribanceiras,
Com sensuais trepadeiras...
Explosão de desejo
Ou de carência...
Reviravolta no enredo,
Instintiva cadência!
Expandimos os limites da decência.
...Costeira indecência!

Estraçalhamos as cadeias do tempo,
Com o nosso escandaloso engatilhamento...
Quantas horas?
Não sei. O gosto era de desforra!
“A Volta do Amor dos Excluídos”!
Os mais belos fluídos,
Mais verdadeiros,
Como aqueles, primeiros!
Buraco negro iluminado,
Pelo desejo realizado!

Um descompasso,
Para um perfeito compasso.
Nossos braços!
Nenhum cansaço!
Nenhuma noção,
A não ser a fusão,
Através da colisão,
Da coalizão.
Contrariando todos os padrões!
Irrigando os sertões...

Coreografia horizontal,
Absolutamente sensacional!
Plenamente sensorial,
Audivelmente celestial!
Uma nova conduta,
Bem mais impoluta!
O sexo nas alturas,
Redigindo suas próprias escrituras.




Vídeo indicado:
Fabiana Cozza
“Embarcação”
http://www.youtube.com/watch?v=73JVAUiBmx0&feature=related

Um comentário:

Caca disse...

"Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
Ate desabrochar em puro grito
De orgasmo num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,
Fundido, dissolvido volta à origem
Dos serem que Platão viu completados:
É um, perfeito em dois; são dois em um.
Integração na cama ou já no cosmos?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
A essa extrema região, etérea, eterna?

E prossegue e se espraia de tal sorte
Que, alem de nós, alem da própria vida,
Como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.

E num sofrer de gozo entre palavras,
Menos que isso, sons, arquejos, ais,
Um só espasmo entre nós atinge o clímax:
É quando o amor morre de amor, divino"

Drummond mandou pra vocês.rsrs

Que lindo, meu amigo! Abraços. Paz e bem.