domingo, 10 de janeiro de 2010

Panta Rei



É lei universal,
Aplicável tanto no micro,
Como no macro,
Tanto em cima,
Como embaixo;
Soberana, básica, incondicional.

Heráclito intuiu
E proferiu
Usando autoridade de rei:
Panta Rei!
Tudo muda, flui como o rio
Do nada ao vazio,
Do raso ao fundo
Tudo que há no mundo.

Todos os reinos,
Todos os conceitos,
Toda estrutura,
Toda cultura,
O poder,
O dever.
A fase,
A base.

As placas tectônicas,
As pretensões astronômicas...
A crítica,
A política.
O som,
O tom.
A nação,
A noção.

A impermanência
Da existência
É aterradora,
Avassaladora.
É ditatorial,
Plural,
Essencial,
Absolutamente genial.

Nada é para sempre.
Tudo passa por entre
E se transforma,
Ao som de celestial horda.
Contínua mutação,
Base da própria ação.
Desconhecida direção,
Comandada pela e para a evolução.

Exercer afeição sem apego,
Demonstra respeito e zelo:
- Ao que, realmente, importa;
Mantém esticada a corda;
- Ao que compõe essa sinfonia,
Desenhando a irreparável alegoria;
- Ao que está por trás de tudo,
O mais profundo!


Deixar a vida fluir
Sem muito interferir,
Adaptando-se,
Moldando-se,
Facilita o prosseguir,
Proporciona o sorrir!
É imprescindível,
Para se presenciar o incrível.


P.S. Dedico esse texto à minha amiga Regina Coelho

Nenhum comentário: