quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pequenos Retoques



Se eu pudesse acrescentaria um pouco mais de beleza,
Retiraria toda rudeza,
Injetaria uma boa dose de tranquilidade,
Na tela da humanidade.

Subtrairia muitas curvas da estrada,
Capricharia bem mais nas pinceladas,
Cavaria leitos específicos para as enxurradas,
Eliminaria as emoções contaminadas,
Todas as cenas reprisadas,
Todas as antenas quebradas.

Faria com que os espelhos refletissem o interior,
Dissertaria por horas sobre as vantagens,
De revolucionar através do vital ardor...
Induziria a abandonar as materialistas bobagens.
Trocaria todas as bagagens,
Que não se adequassem a nova paisagem,
Menos solitária,
Mais solidária.

Construiria pontes,
Para interligar todos os horizontes.
Exterminaria com todo tipo de competição,
Erva daninha que contaminou o chão.
Incentivaria todos os verdadeiros talentos,
Comporia os mais suaves alentos,
Para embalar esse fantástico despertar,
Que já está perambulando pelo ar,
Discretamente,
Incontestavelmente.

Plantaria florestas inteiras de perdão,
Para alimentar todo tipo de compaixão.
Suavizaria os gestos,
Traria transparência para o afeto.
Humanizaria o concreto,
Valorizaria tudo que fosse bom e direto.
Faria desaparecer a hipocrisia,
Da humana melodia.
Musicaria todas as falas,
Premiaria todas as fadas.
Transmutaria o mal fadado capitalismo
Em construtivo idealismo.

Recolheria a tristeza,
Desabonaria todas as materiais certezas.
Questionaria toda e qualquer liderança,
Que não rimasse com esperança.
Apresentaria uma nova visão do sexo,
Com um pouco mais de nexo...
Dissolveria todo egoísmo,
Enalteceria o lirismo,
Com sua visão acetinada,
Regeneradoramente encantada.
Lecionaria como língua, o afeto!
Instituiria o amor como teto...

Assim substituiria o ópio,
Pelo ótimo!

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