sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Saída Pela Direita



Há momentos em que só mesmo saindo de cena,
Para tentar amenizar os estragos.
Recolher rapidamente os cacos.
Sair sorrindo amareladamente, pela janela pequena,
Pode até ser recomendável,
Diante de situação lamentável.

Não adianta ficar forçando uma harmonia,
Porque essa depende frontalmente da alegria.
Portanto, se existem os incômodos sentimentos
De humilhação,
De frustração,
De irritação,
De opressão,
Não há como ansiar por tranquilidade.
A insistência, pode até ser confundida com vaidade.
Por não querer dar o braço a torcer,
Quando o vento aponta para o que está a escorrer...
Quando não dá para negar,
Que existe algo a ocultar...

Numa situação aflitiva como essa, quase paralisante,
O melhor é dar-se um tempo,
Para se lembrar do que é realmente importante;
Para analisar calmamente o que habita no pensamento.
Obviamente, há que se aplicar toda possível sinceridade.
É certo que aparecerão as tempestades.
Mas serão as únicas,
Pois serão as últimas.
Depois disso é o caminho de volta,
Tendo a vontade por escolta.
É o triunfante retorno ao lar,
Depois de um longo e tempestuoso navegar.

Isso tudo só acontece sobre o solo do perdão:
A si mesmo, aos outros, ao planeta, à imensidão...
O próximo sentimento é de comunhão,
Seguido por uma constrangedora gratidão...

Nada pode empurrar para a autopunição,
De suportar uma terrível situação.

Já disse mais de uma vez que não acredito
No aprendizado pelo sofrimento.

É no extremo oposto que insisto.

Sei que sofrer
Rima com crescer,

Mas prefiro a rima de progredir
Com sorrir,

Para mim, a vida é um permanente arrebatamento.

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