domingo, 6 de dezembro de 2009

O Primeiro Passo




Quando você pensa que não há mais onde apertar,
Aparece mais uma dificuldade...
Mais uma contrariedade,
Para não lhe deixar amolecer,
Nem esquecer,
Que é chegada a hora de mudar.

Por alguns instantes, passou pela minha mente
A ideia da possibilidade de aqui continuar.
Mas foram apenas alguns momentos,
Que foram militarmente deportados,
Por novos aborrecimentos,
Estrategicamente colocados.
Tenho tendência a me acomodar
E, a me apegar!

Entendo que as coisas tenham piorado,
Para não me deixar mesmo, outra opção,
A não ser procurar outro chão,
Onde eu viva mais despreocupado,
Sem essa insegurança financeira,
Capaz de fazer rolar qualquer um, pela ribanceira.
Estou nas fronteiras da dignidade,
Sem direito a alguma amenidade...

Em minha cabeça, está tudo resolvido,
Até o solo – Itacaré na Bahia - já foi escolhido.
Mas está faltando dar o primeiro passo,
Que está um pouco emperrado.
Resolvido esse problema,
Está todo montado o esquema.
Mentalmente, já pensei em quase tudo,
Escolhi as cores para o meu novo mundo.

Sei, exatamente, o que não posso repetir,
Sei, também, por onde não ir.
Quero oportunidade para colocar em prática,
Tudo o que sonha minha alma ávida.
Os caminhos são todos inclusivos
E, espero sinceramente, definitivos.
Paraty, com suas ilusões, obrigou-me a amadurecer
De uma forma, que me é impossível retroceder.

As lições aqui aprendidas,
A duras penas impingidas,
Mudaram completamente o meu rumo.
Aqui conheci outro mundo.
Obrigou-me a algumas escolhas,
Colocou outras na encolha.
Não ficou pedra sobre pedra,
Sob o olhar atento da serra.

Mas, aqui, assumi a poesia...
Em muitos momentos minha única galhardia.
Por isso serei eternamente agradecido.
É algo que me deixa sempre comovido.
Escrever tomou uma proporção,
Além da minha imaginação.
Uma autêntica redenção,
Com ares de consagração.

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