quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Meu Quarto Encontro com a Morte






       Eram 18:45 horas, quando comecei a suar frio. A Lancheria estava aberta. Identifiquei, de pronto, os sintomas de convulsões estomacais. Aquelas terríveis! Sozinho, tracei rapidamente uma estratégia: fechar o portão correndo, e voar para o banheiro. Nesse ínterim comecei a tossir, a tossir, a tossir. Detonando a garganta. Resolvi, obviamente, fechar o trailer. Para guardar mesas e cadeiras foi um sufoco inenarrável. Tossindo, ensopado em suor e começando a tremer de frio. Bastante complicado. Foi quando ela chegou, aproveitadora que é, e me trouxe à tona todo o ranário que tenho engolido de todos os lados. Profissional, pessoal e artisticamente.  A tristeza!

        Vou resumir o que veio a seguir, poupando os amigos, dos sórdidos detalhes emocionais. Vamos aos números: vomitei mais de 30 vezes. O intestino soltou. Os canais lacrimais romperam-se... Botei pra fora, suponho, 70% do líquido de meu corpo, por todos as saídas, incluindo o nariz. Tremi de maneira assustadora. Em torno de duas horas e meia, permaneci no banheiro. Tomei vários banhos, em vão. Pensava em minha Nenê, no amor incrível que nos une e, tentava reagir. Reação essa que só foi possível depois que o corpo pôs pra fora tudo que precisava. Então, desabei na cama.

        Ainda estou nela, com febre, mas bem mais suave. A conscientização do meu caos emocional, ainda está se acomodando. Ainda oscilo. 

        O pior de não ter uma companhia humana é ficar muito mal, precisando de todo o tipo de amparo... Aquele tipo de situação que por mais que se repita, não há como aceitá-la. 

Revolta. 

Entristece. 

Enfraquece.

        O que estou concluindo é que mais uma camada da cebola caiu. Mudanças já estão acontecendo dentro de mim. Quero me sentir mais leve, para poder agir melhor, contra tudo que me horroriza. ... Talvez, não seja mais tão "bonzinho"...!!! Preciso voltar a me sentir uma usina Yang! Só assim, conseguirei pôr tantos pingos, tão fora dos seus is. Para então, terminar o desenho que criei liricamente.



Vídeo indicado:
http://www.youtube.com/watch?v=ctp1atpKFQ8&feature=related





Um comentário:

Ana Bailune disse...

Não sei se é verdade ou ficção (acredito ser verdade, pois o texto me chegou de maneira visceral). Mas aconteceu comigo algo semelhante uma vez. Eu gritei. Gritei, e gritei e gritei a plenos pulmões toda a dor que eu sentia. Quando acabei, eu estava totalmente dormente, das pontas dos dedos das mãos até o pé. Não sei se os vizinhos chamaram a polícia, nem olhei. Depois, veio a paz.