segunda-feira, 30 de março de 2015

Lirismo Prateado


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Mas, Misericórdia! Que lua é essa,
Que me invade a aquarela.
Tinge de prata,
Que, suavemente, acata.

Clareia a floresta
Como quem se confessa.
Uma delicadeza constrangedora,
De tão acolhedora.

Seu debruçar
Escorre pelos braços dos coqueiros
Alterando o quadro natural, por inteiro.
Perde-se o fôlego com seu deslumbrar.

Conforme vai passando,
Sensualmente desfilando,
Pelo seu palco,
Lá no alto.
Vai alterando,
Redesenhando
Troncos e galhos
Folhas e tacos...
Lúcidos atalhos
De invisíveis compassos...

Eita! Que lua é essa,
Que me atravessa
Impelindo-me,
Convergindo-me
Ao excepcional,
Só encontrável no natural!




 "Por um momento meu canto contigo compactua"




 



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