Há quem diga que
era de se esperar,
Por eu ter me
mudado para minha amada Bahia.
Seis anos já se
passaram,
E os dados, em
meu íntimo, mudaram.
Os tambores tocam
tão forte em meu peito,
Que,
simplesmente, não há jeito de dormir.
É a vida que
explode dentro de mim,
Clamando por
palco,
Implorando para
soltar minha voz negra, alto.
Nunca me senti
tão preto, tão africano.
É afro-brasileiro
meu sentir...
Um pouco, pelo
contato com meus irmãos Poetas
De Angola,
Namíbia e outros países de língua portuguesa.
Até um filho,
Angola me ofereceu,
Com tamanha
propriedade,
Que,
naturalmente, minha alma arrefeceu,
E, passeia
tranquila pelos jardins da eternidade.
Mas, muito mais
por estar neste solo, absolutamente encantado,
De douradas
setas, crivado,
Com essa
incandescente natureza,
Totalmente
espiritual,
Voltada toda para
o sideral,
Para a alegria,
Para a paixão,
para o ofício de gostar...
Magnífica
sinfonia,
Que não se cansa
de me elevar,
De me instigar
A voos mais
altos,
Na medida em que
me expando em afeição.
Razão pela qual
escrevo sem parar,
Sonhando, quem
sabe, com mais uma oportunidade,
De voltar ao
palco, a pedido da sensibilidade.
"Canto para Oxalufã"
Trabalho nº 3.340
Nenhum comentário:
Postar um comentário