sexta-feira, 18 de novembro de 2016
Cartas na Mesa III
Quando, finalmente, encontrei meu nome, minha identidade,
Minha verdadeira personalidade,
Com tanto a dizer,
Com tanto a contar,
Com tanto a apontar,
Os sonhos foram arrancados de mim,
Agora, apenas, espero pelo fim.
Já até puxei samba na avenida.
E, foi uma das melhores experiências de minha vida.
Aposto em mais nada.
Acredito, do que aí está, em mais nada.
As camas sumiram dos homens.
Para mim sobraram apenas os anjos.
Todos lindos,
Pretinhos,
Filhos de Oxum, de Iemanjá,
Com Oxalá.
Hoje pode me chamar do que quiser.
Já cantei e dancei em lindos palcos.
Já interpretei Vinícius, Pessoa e Castro Alves,
Talvez, o mais alto!
Jamais servirei dos alvos estabelecidos.
Nem daqui a séculos.
Sei que o céu não pode esperar.
Sei que o fim já está me levando.
Mas, no fundo,
A distância entre uma coisa e outra é tão pequena,
Que as mentecaptas das pessoas não percebem
E seguem
Pela vida,
Acumulando,
Roubando,
Se apossando do que Não lhes pertence...
Com certeza, para levarem tudo para o sepúlcro,
Que terá que ter um bom seguro.
Fazendo porcarias,
E se afastando cada vez mais do Amor,
Que está tão perto.
Sinto aquele cansaço de quem amou sozinho...
Bem, é melhor
Do que o vigor
De quem nunca mergulhou,
De quem nunca amou!
"Perdi-me do nome, hoje pode chamar-me de tua"
https://www.youtube.com/watch?v=AnKhVCTqjdk
Trabalho nº 3.401
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