segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Manhã Lacrimosa


Acordei chorando.
Pensando e chorando.
Sem desespero.
O desenrolar natural de um novelo...
Excesso de água dentro do corpo.
Total inconformismo com meu destino torto.

Existo em total fricção.
O meu existir já é uma fricção.
Alguém tão totalmente fora do coletivo contexto....
Tão desumanamente adiante de seu miserável tempo...
Entupido de dor.
Naufragado em Amor!

Tenho que viver escondido,
Isolado.
Para não ser sucessivamente ferido,
Destratado.
Ainda assim só sei ser Afeição.
Não consigo, não posso e não quero mudar de nação.

Não é exagero quando digo
Que é exclusivamente para escrever que vivo.
O restinho que sobra, não faz sentido.
É tempo perdido.

Todo esse quadro só vale a pena quando escrevo
E sou sensualmente envolvido pelo enlevo.


"Era um rapaz estranho e encantador rapaz"



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Trabalho nº 2632

Um comentário:

Ana Bailune disse...

Palavras fortes, de quem escreve e através das letras se revela e se completa.