Para mim, fazer este trabalho foi, é, está sendo uma grata surpesa. Algo que nunca poderia imaginar... Partilhar versos, fazer um livro todo em dueto com um rapaz Angolano de 22 anos... Eu, que tenho 56...!!! Realmente, bom demais! Um exercício poético e tanto! Algo que superou a diferença de idade, de cultura, de estágio de consciência... Milagre da Poesia! É assim que explico, como conseguimos realizar essa obra, pela qual estou completamente encantado.
Não pensem, os amigos, que temos grande intimidade, que sabemos tudo da vida um do outro... Quase nada sabemos! Pouco conversamos. Deusdedith me manda seus versos e eu os completo. É ele quem escolhe os temas. Como penso muito diferente, tomo o cuidado de não influenciá-lo. Ajo assim com todos os meus parceiros. Tem dado certo. Eles têm gostado.
Deusdedith, como eu, quer um mundo melhor, mais justo. Para tanto, acreditamos no poder transformador da Arte. Estou falando da Arte verdadeira, e não os produtos comerciais que existem em abundância por aí... Ele tem uma ingenuidade, na qual me reconheço, quando tinha a sua idade. Ambos acreditamos na energia transmutadora da pureza. O resto é por conta do lirismo, que, felizmente, flui livremente, em nossas almas.
Em algumas poesias há uma espécie de diálogo, quando ele apresenta a opinião dele e depois eu concluo. Tudo integrado. Tudo em harmonia. Não dá para negar que a alma lusitana, junto com a emanação telúrica africana, está em toda a obra. Já que me considero um branco bem preto...!!! A minha identificação com a raiz africana é explícita, por isso vim morar em Itacaré, na Bahia. Bem como, o sentimentalismo lusitano que adorna os nossos versos.
Que bom que vivi até aqui para ter o prazer, o honra, de vivenciar esta experiência.
Agradeço, comovido, ao Universo, por esta espetacular oportunidade, de me expandir em sensibilidade.
Claudio Poeta
"Feliz povo de Angola e Brasil"
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