sexta-feira, 6 de junho de 2014

O Outro Lado de Viver em Poesia






As lágrimas escorrem
E me consomem.
É bom. Está certo.
Estão limpando meu deserto.

É o outro lado de viver em poesia,
Em inacreditável "Ardentia",
Além de ser poeta!
Além de fazer papel de seta!

Tudo que observo, 
Vem com um impacto avassalador,
Por vezes, como hoje, aterrador.
...Depois se transforma em versos,
Em líricas melodias,
Nem sempre doces ou agradáveis.
Muitas vezes, instáveis,
Transtornados e atravessam todas as vias,
Que a sociedade está acostumada 
A ver em mim.
Como se fosse, a mim possível,
Intergalaticamente sensível,
Ser sempre um bálsamo, um alívio...
Como se eu não vivesse nenhum martírio,
Nenhum abalo, nenhum incalculável suplício.
Como se nunca pensasse em suicídio,
De tanta miserável
E incomensurável 
Dor!
Uma inescrupulosa dor,
Que me paralisa,
E, ao pranto, me obriga.

Aprisiona-me!
Detona-me!

Por tudo!
Por você, pelo país, pelo mundo!

Por essa odiosa ilusão,
Que está demorando demais para se dispersar
E virar pó no ar.
Ah! Queridos amigos, se soubessem o estado,
O estágio,
Em que, neste momento se encontra meu coração...!!!

Seria capaz de sozinho,
Exterminar com a seca do sertão.
Sem deixar de fora nenhum cantinho.

O que me segura é que sei que estou nos braços,
Nos seguros e interdimensionais braços
Da imensidão!

Caso contrário,
Seria bem outro meu itinerário.

Tudo isso pela vergonha de pertencer à humanidade,
Nessa inescrupulosa atualidade.





"Uma só noite de paz, pra não lembrar"
https://www.youtube.com/watch?v=-Wq9NHbYiF4









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