Tomara que essa chuva leve embora todo o meu cansaço.
Afinal, meus nervos não são de aço.
Já fui muito mais que abusado.
Não aguento mais ficar adoentado.
Oito meses, com o mesmo problema,
É um tema que ninguém aguenta.
É uma situação que não se sustenta.
É por demais forçada.
Uma ausência total de misericórdia.
Uma elegia à discórdia.
Impossível não ficar revoltado.
Impossível não me ver abalado,
Visceralmente,
Lamentavelmente.
Golpe baixíssimo da vida,
Perigosíssima esquina,
Para a qual, eu não estava preparado.
Meus sofrimentos anteriores eram emocionais,
Nunca tive um problema físico tão sério.
Tão mau caráter, tão sem critério.
Essa novela precisa sair do ar, urgentemente.
Não há mais audiência,
Muito menos paciência,
Para esse texto medonho,
Sem pé nem cabeça.
Tão incerto,
Tão deserto,
De qualquer vestígio de certeza.
Preciso de volta, meu mundo risonho,
Minha dignidade,
Para poder exercitar minha sensibilidade.
Estou vivendo duas realidades opostas, simultaneamente.
Só que não quero mais!
Não posso mais, não aguento mais!
Ordeno o final desse tormento físico.
Quero me concentrar exclusivamente, em meu mundo lírico.
"Te perder de vista assim é ruim demais"
https://www.youtube.com/watch?v=z4j9BhlmSSU
Trabalho nº 3.427
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