sexta-feira, 29 de maio de 2015

Desapegando




Talvez, seja isso.
Devo, literalmente, deixarem se soltar todos os fios.
Para se atrelarem, apenas, e tão somente, ao ar.
Para se entrelaçarem ao que me manteve a suspirar,
A cantar, a poetar,
A gostar,
Desde que fui convocado a habitar o ar.
Destino óbvio de quem atravessou a vida a cultivar,
A cultuar
O Amar!

Uma mudança, um pouco, radical,
Mas, seguramente, encomendada pelo sideral.
Acordes decisivos
Para meu destino.
Não estou com medo.
Apenas, um pouco apreensivo,
Com o andamento do novo ritmo.
Tenho mais é que confiar em meu enredo.
Ele sempre me deu a base,
Para eu enveredar pela beleza,
Pela leveza,
Das tardes.
Agora, mais maduro,

Sei que é ilusão, todo e qualquer escuro.


"Na voz de um cantador"




Trabalho nº 2433


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