quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Ô Sorte II




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Talvez, a minha maior sorte,
Tenha sido sempre, até hoje, atraído pela incomparável beleza
Da pureza,
Do verdadeiro,
Do sincero,
Como o impulso primeiro,
Que a tudo criou. O primeiro corte!
O mais severo!

Corri vários perigos, em minha vida,
Com minha exagerada inocência,
Com essa minha inacreditável sexual incandescência,
Que não cedeu até agora.
Sem a qual, não cantaria,
Não interpretaria,
Muito menos escreveria.
Viveria à revelia,
Discutindo com as horas...!

Cheguei algumas vezes às portas do feio, do sujo, do imundo...
Mas, essa proteção me repeliu, implacavelmente,
Felizmente!
E me devolveu, sem grandes dificuldades, ao meu mundo,
Que é feito de música, palco, teatro e Poesia.
Elementos de minha espacial melodia!
Mesmo atualmente, em que tudo isso foi achincalhado,
Industrializado,
Pasteurizado,
Vulgarizado,
Em função dos lucros:
Buraco sem fundo...
Eu consigo permanecer sobre a proteção sagrada dela:
Dentro do perímetro de sua tela.
A verdadeira Arte,
Onde impera,
Onde soberanamente governa,
Vossa Majestade a Pureza,
A verdadeira espiritualidade,
Que em mim arde...
Que está muito acima de toda e qualquer mundana vaidade.
Que não se vende,
Que não se rende,
Ao cubículo,
Desse sistema ridículo!

Para tanto vivo meio isolado,
Restrinjo meus contatos, tanto os virtuais,
Quanto os reais.
Sinto as pessoas meio geladas,
Meio contaminadas,
Pelas piores intenções possíveis.
Sinto-as insensíveis!
Seres complicados!

Repito: não que eu seja santo,
Mas é que sei exatamente o material que preciso,
Que exijo,
Para o meu canto,
Para o meu etéreo manto.
Tudo para não ficar visitando a mansão assombrada do pranto.

É um alto preço que pago com prazer,
Para não perder o prazer de viver,
Já que discordo de absolutamente tudo,
Que se dá valor no atual mundo.



"Quem é que pode ser gigante nesse mundo tão pequeno"



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Trabalho nº 3.328

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