Talvez, a minha maior
sorte,
Tenha sido sempre, até
hoje, atraído pela incomparável beleza
Da pureza,
Do verdadeiro,
Do sincero,
Como o impulso primeiro,
Que a tudo criou. O
primeiro corte!
O mais severo!
Corri vários perigos, em
minha vida,
Com minha exagerada
inocência,
Com essa minha
inacreditável sexual incandescência,
Que não cedeu até agora.
Sem a qual, não cantaria,
Não interpretaria,
Muito menos escreveria.
Viveria à revelia,
Discutindo com as horas...!
Discutindo com as horas...!
Cheguei algumas vezes às
portas do feio, do sujo, do imundo...
Mas, essa proteção me
repeliu, implacavelmente,
Felizmente!
E me devolveu, sem grandes
dificuldades, ao meu mundo,
Que é feito de música,
palco, teatro e Poesia.
Elementos de minha
espacial melodia!
Mesmo atualmente, em que
tudo isso foi achincalhado,
Industrializado,
Pasteurizado,
Vulgarizado,
Em função dos lucros:
Buraco sem fundo...
Eu consigo permanecer
sobre a proteção sagrada dela:
Dentro do perímetro de sua
tela.
A verdadeira Arte,
Onde impera,
Onde soberanamente
governa,
Vossa Majestade a Pureza,
A verdadeira
espiritualidade,
Que em mim arde...
Que está muito acima de toda
e qualquer mundana vaidade.
Que não se vende,
Que não se rende,
Ao cubículo,
Desse sistema ridículo!
Para tanto vivo meio
isolado,
Restrinjo meus contatos,
tanto os virtuais,
Quanto os reais.
Sinto as pessoas meio
geladas,
Meio contaminadas,
Pelas piores intenções
possíveis.
Sinto-as insensíveis!
Seres complicados!
Repito: não que eu seja
santo,
Mas é que sei exatamente o
material que preciso,
Que exijo,
Para o meu canto,
Para o meu etéreo manto.
Tudo para não ficar
visitando a mansão assombrada do pranto.
É um alto preço que pago
com prazer,
Para não perder o prazer
de viver,
Já que discordo de
absolutamente tudo,
Que se dá valor no atual
mundo.
"Quem é que pode ser gigante nesse mundo tão pequeno"
Trabalho nº 3.328
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