Deixe-me ver se consigo lhes explicar,
O que sempre afirmo:
Não sou santo, não!
Mas, diante do que tenho visto
E vivido,
Em matéria de sacanagem desnecessária, bruta,
Abrupta!
Toda essa falsidade.
Toda essa ignorância.
Toda essa desinformação
Que assassinou nossa democracia.
Sem direito a ressurreição.
Não com esses elementos das trevas.
Sinto-me deveras incomodado.
Estudei em Colégio de Padres.
O regime, em casa, era do Leste Europeu,
Em matéria de rigor.
Rigor esse, impossível de atender.
Minha mãe , a protagonista do mesmo, não conseguiu,
Minha irmã muito menos.
E, meu pai, nem se fale.
Fui eu que mais me aproximei do cerne da questão.
Aquilo ficou cravado em meu coração.
Gostava de ir à missa para ficar observando a aura do padre.
Um em especial, Padre Otávio,
Que foi quem casou minha irmã.
Com seis anos de idade, fui convidado
A ser preparado
Para trabalhar na Mesa,
No Centro de Irradiação Mental Rogério Villares.
Não permitiu, minha mãe.
Eu, iria, claro.
Adorava!
Quando nos mudamos para Jundiaí,
Reduziu-se a frequência da família toda.
Eu conheci a Umbanda, com seus tambores.
Depois, o Candomblé com toda a sua magia,
E mais ainda, tambores!
Com quinze anos fui fazer teatro,
O que combinou direitinho com o candomblé,
Que também é bem teatral.
E as canções?
Em todas as roças por onde passei,
De corpo e alma me entreguei.
Se havia gente fazendo coisa errada,
Nunca achei que fosse da minha conta.
Conheci o budismo!
A Igreja Messiânica!
Em 1991 conheci o esoterismo, a rosacruz,
O Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento,
Tudo isso graças a um grupo de estudo chamado Andrômeda,
Que funcionava também como clínica alternativa.
Das boas!
Fiz todos os cursos que pude.
Cristais – Relaxamento – Astrologia – Cabala! - Espaciais!
Até que percebi que já era hora de iniciar minha peregrinação.
Foi quando me mudei para Paraty e descobri a natureza,
Com toda a sua nobreza.
Nunca mais fui o mesmo.
Desenvolvi o meu jeito de lidar com a Criação,
Sempre priorizando a pureza.
Nunca fui da escuridão,
Da podridão.
Falei isso tudo para vocês imaginarem como me sinto,
Com a situação de nossa Nação.
Aliás, com todas as nações.
Inexiste alguma no caminho certo.
Todas estão caminhando para o abismo direto...
Sério, está muito difícil para mim. Eu disfarço e tal,
Mas, minha vontade é a de embarcar para o Espaço Sideral,
Com passagem só de ida.
Trabalho nº 3.729
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