E não é que o menino estava certo...
Sentia-me tão esquisito, tão diferente,
Que, apenas, a música, o palco,
Aproximavam-me da gente.
Mesmo assim, por alto.
Claro que acreditava piamente,
Seguramente,
Que eu é que não estava correto.
Afinal, não tinha os mesmos sentimentos,
Não tinha os mesmos argumentos.
Não tinha os mesmos interesses.
Não via graça nos joguinhos dele...
Recolhia-me às minhas fantasias,
Com suas belas melodias.
Brincava de super-herói sozinho,
Em meu cantinho.
Sempre quis salvar o mundo.
Isso veio entalhado em meu mais profundo.
Ouvia e cantava tudo que caía
Na minha vitrolinha.
Ali, sim, era o meu universo
Como hoje são os versos.
As turminhas que tive giravam todas
Em torno da Arte: ou música ou teatro.
Minha segunda casa era o teatro.
Sentia-me completamente à vontade,
Nos braços calorosos da Arte.
Mesmo as canções, interpretava todas.
Não me bastava cantar.
Tinha que sentir, que interpretar.
Hoje, vivo o mais isolado que consigo.
Gosto, apenas, da natureza comigo,
Mais a música e a poesia,
Agora, muito mais que profissionalmente,
Visceralmente!
Fiz de minha vida uma lírica sinfonia!
"Era um bar, era uma lua de champagne no ar"
https://www.youtube.com/watch?v=vTrUDKHCiyU
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