terça-feira, 21 de março de 2017

Adicto

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Eu sou viciado dependente de gostar. 
Eu preciso gostar! 
Quanto mais elementos eu tiver para gostar, 
Melhor me sentirei. 
Melhor caminharei. 
Gosto mesmo é de gostar! 
Exercitar a afeição 
É exigência de meu coração. 
Desde o cachorro, o sítio, a casa, 
As asas, 
O romantismo, 
O lirismo, 
A cidade, 
A espontaneidade 
As pessoas, os vizinhos, 
Os caminhos, 
A floresta, o mar, 
O ar... 
Os filmes, as canções, 
As poesias, 
O computador 
O meu Ofício! 
Os cósmicos indícios! 
Tudo que me  um pouco de prazer, 
Mas, o verdadeiro prazer, 
Aquele que não tem trágicas consequências. 

Defendo a tese que nem tudo pode se transformar em cruzes, em muros, 
Em transtornos, em aborrecimentos, em problemas. 
Para mim não funciona esse esquema. 
Não posso, não quero e não vou atravessar a reta final dando murros. 

Também não posso mais ficar rastejando atrás de afetos. 
Não que tenha fechado meu teto. 
Se acontecer mais algum romance, tudo bem. 
Se não acontecer, da mesma forma, continuarei ligado no além... 
No sutil, no etéreo, no encantado! 
Proibi-me de me sentir minizado. 
Matei em mim: 
O coitadinho de mim!!! 

Não tem jeito: 
Sou um afortunado por ter tanta paixão, tanto Amor, dentro do peito.








"Amor de Índio"





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Trabalho nº 3.658

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