Sinto-me como um pássaro se preparando para o voo.
O mais importante e ousado voo.
Chacoalho as penas.
Dispo-me de antigas penas.
Derrubo as mágoas.
Banho-me em sagradas águas.
Afio o bico.
Dobro meus internos sinos.
Ninguém imagina a travessia que fiz.
Ninguém soube o que eu quis.
O que eu queria,
Com minha estranhíssima melodia.
Atravessei oceanos sozinho,
Tendo em mente meu baiano cantinho.
Quase não cheguei.
Quase não sobrevivi.
Mas, foi tão forte o que vi,
Que me despertei
Para este novo tom,
Mais adequado para o meu som, Para o meu canto,
Para eu reproduzir todo o encanto,
Que me acompanhou o tempo todo,
Como se fosse um pedaço de mim.
Até que entendi, por fim,
Que o ar baixo, para mim, é muito pouco.
Advertência
De minha lírica consciência,
Que, aliás, nem é mais minha.
Nunca foi. Estava-me emprestada,
Até que a permiti entranhada,
Sustentando-me a vida.
Estreito a visão!
Agradeço à Criação,
Mais essa oportunidade
De saltar, rumo à eternidade!
"A dona do raio e do vento"
Trabalho nº 3.663
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