Este é aquele instante em que o céu pode até escurecer,
Que não fará a menor diferença,
Para o final de minha sentença.
Estou holisticamente integrado ao meu viver,
Todo ele calcado no perceber.
Estou inteiro em meu ofício: escrever.
Nada mais me diz muito respeito.
Nada mais cria maremotos em meu peito.
Nem mesmo minha saúde: já precária.
Nem as alheias atitudes arbitrárias.
Nem mesmo quem está ficando com meu dinheiro,
Que, dele, faça bom proveito.
Eu sei o que tenho que fazer,
Com o restinho de tempo que me resta,
Além de dar atenção e carinho a quem presta,
É, simplesmente, do firmamento, transcrever,
O que vejo e que é tão significativo,
Com seus encantados signos.
A unica coisa que faço questão,
Que me recomenda a mansidão,
É que não me afaste da natureza.
Ao contrário, que mergulhe progressivamente,
Massivamente,
Em sua pureza.
É uma espécie de volta pra casa,
Onde foi providenciada minhas líricas asas.
Devo nada às todas e tolas cidades,
A não ser meus momentos de infelicidade.
"Agora não pergunto mais pra onde vai a estrada"
https://www.youtube.com/watch?v=GNhMmdbNqso
Um comentário:
Realmente, é não querer saber mais para onde vai a estrada... E o pior, querer mudar a estrada de lugar...
Poema lúcido. Pena que não somos... beijos, amigo
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